Google+ Mil Vezes Flamengo: fevereiro 2013

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Flamengo x Vasco: obrigação, surpresa...e um cuidado.

Confesso que não esperava muito do clássico de ontem - a começar pela chance de simplesmente não conseguir assisti-lo, graças a FERJ e sua ideia de jerico em botar um jogo desses pra uma quinta-feira às  19h30. Como diria o outro, coisa de "jênio".

Felizmente, consegui sair do trabalho a tempo de ver uns 5 minutos do primeiro tempo e toda o segundo. E as três palavras do título acima definem bem o que foi esse confronto pra mim.

Na verdade, a primeira sempre está presente em todo Flamengo x Vasco. A freguesia deles em relação ao nosso time é tamanha que o normal, há tempos, já virou esperar pela vitória do Mengo. É o natural. Porém, repito: não pensava que a partida fosse ter tamanho grau de emoção e de futebol bem jogado. Foi ele a primeira e maior surpresa - que, por sua vez, é composta por várias minisurpresas:

• O placar em si, óbvio. Sinceramente, jamais diria que teríamos goleada sobre nosso rival.

• Pelo que vi de Ibson, jogou boa bola, participando do primeiro gol, inclusive. Me parece que está jogando com uma espécie de raiva estampada no rosto. Da torcida? Da diretoria? Sinceramente, não me importa. E não deveria importar a ele também se continuar rendendo. É isso o que todos querem: que ele volte a mostrar a bola que um dia jogou. Que siga assim.

• E o que dizer de Nixon fazendo gol? É sempre inesperado. Não o acho nem de perto um destaque da safra de garotos do Flamengo...

• Outra grande surpresa foi Cléber Santana. No último dia de contrato, ele me vai e acerta uma bomba espetacular. Não penso que ele deveria ser titular, mas também não acho que tinha que ser descartado no elenco. Ficaria com ele por pelo menos mais uma temporada. Vale a aposta.

• Sei que Felipe é goleiraço, mas não esperava ele tomar o gol do - putz - Dakson. Ok, méritos do atacante bacalhau, mas foi de longe... Por outro lado, pegou pelo menos 2 bolas inacreditáveis. Ou seja: tomou quando não pensava que iria tomar, defendeu quando eu já achava que iríamos levar. Saiu bem na fita.

• E, por fim, Rafinha. Por conhecimento da base Rubro-Negra, pelos testemunhos de quem a acompanha ou mesmo por esses primeiros jogos do Flamengo na temporada, era claro que o moleque tinha bola; mas quem poderia prever que ele faria o que fez no jogo de ontem, tendo pela frente o indigesto zagueiro Dedé?

Pois Dedé coube no bolso do moleque, que só não fez chover. Participou de todos os gols, consagrado com o quarto, numa arrancada vertical espetacular, sem firulas, transbordada de objetividade. Golaço mais do que merecido para coroar uma atuação inesquecível - para nós e, creio, para ele também.

E é justamente a Rafinha que a terceira palavra diz respeito. O moleque sobrou no clássico, deu assistência, fez golaço, ignorou um dos maiores zagueiros brasileiros dos últimos tempos... E agora?

Agora, espero, é tê-lo acreditando nas próprias palavras de que manterá a humildade, de que pode evoluir ainda mais e que rechaça as comparações com Neymar. Sim, Rafinha: você é o Rafinha do Flamengo. E esse "do Flamengo" traz uma senhora responsabilidade...ainda mais para quem está apenas começando e em quem se tem bastante confiança.

É isso mesmo. Rafinha tem que ter humildade, pé no chão, cabeça no lugar e futebol para vencer. Sem marra, firula desnecessária, topete ou moicano. E assim podemos - podemos! - ter um garoto que simbolize, na bola, o momento do Flamengo como um todo: renovação, seriedade e compromisso com a vitória. Quem sabe?

* * * 

Atualizando o post, e para não falar que quase só falei de coisas boas: não é de hoje que essa zaga do Flamengo inspira desconfiança. É uma lentidão que não tem técnica que justifique - muito menos a apresentada por Renato Santos e Gonzales.

Acho que, se Alex Silva de fato conseguir entrar em forma, quando tiver uma chance no time titular não sai mais dele; e, para falar do agora, vale testar Wallace. Parado é que não dá pra ficar - literalmente.