Google+ Mil Vezes Flamengo: julho 2013

terça-feira, 30 de julho de 2013

Todos merecem ver o Flamengo - especialmente no Maracanã

Para mim, o título do post é uma obviedade daquelas quase agressivas; mas para muitos Rubro-Negros, não. Por isso o post, por isso a minha insistência nessa necessidade de defender, neste pequeno espaço que me cabe, um Flamengo fiel à sua essência.

Não, não estou dizendo para deixar todos os ingressos a preço de banana; mas não é possível que uma diretoria composta por gente tão capacitada - muitos, inclusive, funcionários do (atenção para o nome) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - não consiga implementar uma área, uma faixa do estádio, de acesso a ingressos de preços compatíveis com o bolso do povo. Não consigo aceitar isso; afinal, quem precisa de estudo ou competência para simplesmente eleger como solução para a ocupação Rubro-Negra do Maraca a oferta de ingressos mínimos a R$100?

 (Parênteses necessários: R$100 é o valor do ingresso mínimo sim, pois nem todo Rubro-Negro é estudante ou compactua com a fraude de carteirinha de meia-entrada, tampouco necessariamente sócio-torcedor. E ninguém, ninguém tem que ser sócio-torcedor à força. Nunca!)

E quem também defendeu esse mesmo pensamento por um Flamengo nada elitista e totalmente heterogêneo em credos, raças, sexos e bolsos - como manda nossa tradição e história -, reproduzo aqui o excelente texto do Ricardo González, publicado no "Entre As Canetas", seu blog na Globo.com. Concordo plenamente com a opinião do cara. Confira e reflita:

Sugestão com o Aval do Papa Francisco

Neste último sábado consegui arrumar tempo para uma singela diversão que aprecio: jantar com minha mulher na Taberna da Glória. Perto dali, reencontrei um flanelinha que trabalha no local há muitos anos, de quem me tornei amigo porque ele é eficiente no trabalho, nunca acharca ninguém, nunca me pediu um tostão – mas eu sempre lhe paguei pela “conta” que ele toma do carro, além de quase sempre levar-lhe uma quentinha -, é, flagrantemente, um sujeito honesto e do bem e gosta de futebol.

Na saída, após trocar alguns comentários, perguntei-lhe, como sempre faço:

- E aí, Fulano, vai amanhã ao Maraca? Vai matar as saudades do teu Mengão?

- Não posso, doutor. Ingresso a R$ 100 não dá. Me diga, como eu posso gastar R$ 200 pra levar o meu filho no jogo?

Aquilo está até agora me incomodando. Como a vida é irônica e, há três anos, um câncer levou meu filho – eu felizmente tenho R$ 200 -, vou esperar um novo clássico do Flamengo e dar esses R$ 200 ao meu amigo flanelinha (embora eu não seja a favor desse tipo de assistencialismo), que tem o filho saudável mas não tem tanto dinheiro. Mas a certeza de que ele e outros milhares de “flanelinhas” rubro-negros têm o direito de ver seu clube de perto me leva a convidar o presidente Eduardo Bandeira de Mello a uma reflexão. Não faço o mesmo com o Consórcio Maracanã porque me parece inútil, e como dizem muitos amigos meus, o “negócio” é dos caras, eles têm que fazer dinheiro.

Caro doutor Eduardo, o que o Flamengo tem que mais ninguém no Brasil tem? Não são títulos. Mesmo o maior deles, o Mundial Interclubes, há outros brasileiros que também o conquistaram. Não é história. Cada um tem a sua, algumas mais, outras menos ricas e glameurosas. Não é camisa. A força e o peso delas não pode ser medido, se a do Flamengo é enorme, há pelo menos outras 11 no país do mesmo tamanho. Qualquer coisa que eu lembrar aqui certamente o Flamengo terá, mas outros grandes também. O que ninguém tem igual, presidente, é uma torcida desse tamanho. Esse é, queiram muitos ou não, o maior patrimônio que o Clube de Regatas do Flamengo tem.

Hoje, com o preço dos ingressos onde está, o clube está pedindo para se igualar aos demais. Dos 40 milhões de rubro-negros no Brasil, vocês estão permitindo que, va lá, apenas metade disso vá se revezando na ida aos estádios (porque nem rico tem dinheiro para ir a todos os jogos, e não há mais Zico, hoje atura-se Paulinho e Carlos Eduardo), e reduzindo a paixão pelo clube também à metade. Ah, argumentará o senhor, mas o sócio-torcedor tem seu ingresso a R$ 50, e se for estudante ou idoso, a R$ 25. Lindo, que bom. Só que vocês propõe que a legião de rubro-negros que vivem na ponta do lápis, da Mangueira a Campo Grande, seguindo pela linha do trem ou pela Avenida Brasil (se alguém da diretoria não souber onde fica, é só procurar mapas na internet) tornem-se sócios, paguem por isso todo mês, gastem com trêm, ou ônibus, ou no estacionamento da Gávea, para ter desconto no ingresso. Posso lhes garantir que nenhum flanelinha fará isso. E, repito, todos têm direito de ver o Flamengo.

Para que não me chamem de saudosista, afirmo que o velho Maracanã já era injusto. Colocava a classe alta nos camarotes ou cadeiras superiores, a massa da classe média na arquibancada, e as classe d, de desdentados, e E, de excluídos, na geral, debaixo de chuva – de água e dos mais variados liquidos. Mas, pelo menos, era permitido a esse povo estar lá. Seus corpos todos unidos eram VISTOS, ajudavam a compor o mosaico tão lindo à esquerda das cabines de rádio. Suas vozes unidas eram OUVIDAS por Dida, Zico e Petkovic, que tantas vezes venceram carregados nas costas por esse povo. Mas de um estádio discriminatório de antes, chegamos a hoje a um estádio excludente. Talvez mais clean, mais asséptico, mais branco. Mas mais INJUSTO. Isso não condiz com a história do Flamengo.

Antes que o senhor, doutor Eduardo, ou algum de seus vices ou diretores, se pergunte: quem é esse Ricardo Gonzalez para me dizer o que tenho de fazer, eu respondo: não sou ninguém. Por isso, recorro à ajuda do Papa Francisco, esse é muito alguém. Não sou um católico tão fervoroso assim, mas vou seguir um trecho do discurso que fez a seus colegas de clero, sábado, na Catedral Metropolitana, que me ganhou definitivamente. Especialmente uma frase.

Francisco disse mais ou menos o seguinte (a frase correta está no vídeo acima): “O mundo hoje é regido por dois dogmas: eficiência e pragmatismo. Por favor, lutem contra a corrente dessa cultura.” Por que o Santo Padre diz isso? Por que eficiência e pragmatismo são bons, mas se levados às últimas consequências, são EXCLUDENTES, passam por cima do humano, viram programas de robôs. Dizer que o Flamengo tem de jogar muito em Brasília porque saiu com não sei quantos milhões no bolso é excluir a torcida do Rio, que deu ao Flamengo o tamanho que ele tem. Achar normal jogar no Maracanã com o menor ingresso a R$ 100 é trair e jogar no lixo tudo o que o clube recebeu em amor e dedicação dos torcedores menos abastados.

Não vai entrar nunca na minha cabeça, podem tentar me explicar, que o Maracanã não possa reservar um lugar, pequeno que seja, longe do campo, atrás do gols, não sei onde, que possa custar no máximo R$ 30. Se o Consórcio é insensível, por que o Flamengo não procura a prefeitura e, em vez de pegar R$ 5 milhões para colocar alguns tijolos mais rapidamente no CT, subsidia ingressos para quem não é nem da classe C? Por que não se pode atrasar em um mês a construção do CT? Por que só se pensa em dinheiro? Por que o Maracanã não escalona seus preços, com locais a R$ 30, R$ 80, R$ 120, R$ 360, R$ 1000, R$ 1milhão? Por que se prefere ganhar o mesmo cobrando mais de menos gente, do que ganhar o mesmo cobrando menos de mais gente? Por que se esquece das origens populares do Flamengo?

Caro presidente Eduardo: o senhor certamente entrará para a história como o responsável por uma mudança de rumo nas finanças do Flamengo, recolocando o clube no patamar financeiro que merece. Já deu um grande passo rumo ao resgate histórico da relação clube-torcida ao voltar ao Maracanã. Mas há mais um passo a ser dado. A hora de o Flamengo retribuir o que as massas de pobres e desvalidos já deram a essas cores é agora. Se não quiser atender ao meu modesto pedido, ouça as palavras de Francisco, reflita, e atenda ao Papa.

O flanelinha da Taberna merece.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Flamengo 1 x 1 Botafogo: um novo herói em nosso emocionante retorno ao lar




















Antes de qualquer linha sobre o jogo é preciso dizer: por mais articulado que ele seja, é simplesmente impossível para um Rubro-Negro descrever a emoção de chegar ao fim do túnel que leva ao estádio e enfim perceber que o Flamengo está de volta para o seu Maracanã, e que o Maracanã tem de volta o seu Flamengo.

* * * 

Este retorno tinha mesmo que ser num clássico, e este jogo precisava ter os contornos dramáticos que caracterizaram este Flamengo x Botafogo. Só não precisava e não merecia um Mengo tão apagado e fragilizado como o que vimos no primeiro tempo, especialmente pelo nosso lado esquerdo. Limitações técnicas à parte - e olha que deixá-las de lado, neste caso é difícil -, não deu pra não notar o nervosismo da dupla João Paulo e Diego Silva em sua estreia no Maraca - especialmente deste segundo. Nosso volante tremeu claramente e, de tanto bater cabeça com o lateral esquerdo, acabou gerando a jogada que culminou na falta que originou o gol alvinegro.

Porém, pôr apenas na conta da dupla a péssima atuação do time na primeira etapa é injusto. Exceção do onipresente Elias, o time ia muito mal, não havendo articulação entre meio e ataque. Ora as saídas eram muito lentas, ora tudo se resolvia na base do chutão pra frente e torcer pra algo acontecer. Pois não aconteceu. Não à toa, nosso primeiro chute a gol aconteceu somente na casa dos 30 e alguns. Gabriel, Carlos Eduardo e Paulinho eram apenas esforçados, que alternavam momentos de afobação com outros de - olha aí de novo - tensão. Juntando tudo isso, a verdade é que o Botafogo nos dominou nesta primeira metade do jogo, e sob o comando do sempre perigoso Rubro-Negro do adversário, o Seedorf. Até ali, a vitória deles era justa.

Mas aí veio o segundo tempo já com o Flamengo alterado por Mano Menezes - e que alterações. A entrada de Adryan e Luis Antônio nos lugares do inoperante Diego e do discretíssimo Gabriel surtiram um senhor efeito no time. Se Luis Antônio não é o primeiro volante marcador de que precisamos, sabe jogar de cabeça erguida; já Adryan simplesmente veio pra chamar o jogo pra si. O moleque não medrou e tornou-se o principal homem de articulação. Tornou o ataque mais funcional, criando mais opções na frente e aparecendo também na conclusão. O Flamengo cresceu na partida - embora projetando-se arriscadamente - e colocou-se no seu devido lugar...e o Botafogo no dele.

Adryan seria o melhor da partida se não fosse Elias. Ele, o Cirilo da Gávea, que desde que começou a envergar o Manto prova jogo após jogo ser nossa melhor contratação da temporada, precisava muito de um clássico no Maraca para cair de vez no gosto da galera e no gostar de ser Flamengo. É um jogador diferenciado. Não apenas se entrega os 90 minutos como faz isso com muita qualidade, tanto no combate quanto no apoio aos homens de frente. Não se intimida. Não se esconde. Não tem medo de tentar, de ousar, de chutar. Concluiu uma, duas...e não cansou até fazer um gol que a arbitragem considerasse. Gol arrancado na unha, na dentada, na vontade. No mais puro Rubro-Negrismo.

E assim, o Flamengo simplesmente recusava-se a perder neste primeiro capítulo seu desta nova história, com Elias exigindo até o último instante o que era seu de fato e de direito: a honra de ser aclamado como nosso primeiro grande heroi deste novo Maracanã. Merecíamos isso: ele, nós e este local sagrado tão nosso chamado Estádio Jornalista Mário Filho.

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Bonito demais foi também ter a galera cantando o Hino logo após tomarmos o gol. Momentos como esse exprimem a essência do Flamengo.

Por outro lado, feia demais foi a medida do juiz em dar amarelo ao Elias pela comemoração com a galera. Se isso não é a babaquização do futebol, elaborada e executada por quem provavelmente não faz ideia da emoção desse esporte, eu já não sei o que seria.

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Falando em essência, o espetáculo de ontem e o resgate da alegria de ser Rubro-Negro no Maraca só me confirmaram que não se pode deixar o povo de fora desse espetáculo. Diretoria do Flamengo, por favor, não falte mais com o respeito às nossas origens, destinando parte dos ingressos a preços populares.

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Um pouco mais de Elias e mais um pedido à direção do Flamengo, por favor, compre-o ontem!

Ah, e Mano, essa é para você: a braçadeira tem que ser do cara. Moralmente, ela já é dele.

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Eu fiz total questão de que meu reencontro com o Maraca fosse num jogo do Flamengo... e o estádio foi por mim aprovado. Boa infra, iluminação e acústica irrepreensíveis, conforto, boa logística de entrada e saída do estádio... Curti demais.

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E agora? Adryan vira titular? Se sim, Carlos Eduardo - que para mim teve atuação regular - volta pro banco? Ou Gabriel daria lugar para ele? Ou ainda, Paulinho? A seguir, cenas dos próximos capítulos.

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Por fim, um último registro: bom demais ver o jogo ao lado de gente tão querida, e ter podido reencontrar outros, mesmo que num aceno à distância. Amigos, vocês sabem quem vocês são - e valeu muito. E que venham as próximas!

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Flamengo 0 x 1 Inter: derrota doída em jogo feioso

Flamengo x Internacional foi o jogo de duas tradições: uma recente, outra antigona. Ambas ruins.

A recente: ver o Flamengo fazer um jogo medonho. E ler o site do clube dizendo que o time jogou bem é dose pra urubu. Eu não consigo repetir isso, sequer acreditar numa coisa dessas, tendo meu histórico de 30 anos de torcedor consciente. Vi Zico, Junior, Andrade, Adriano (em forma), Leonardo, Jorginho, Renato, Bebeto, Pet... Esses, e tantos outros, sim, faziam o Flamengo jogar bem - e, pelo que me lembre, era muito diferente do que temos visto nos últimos tempos.

Sem querer me repetir mas me repetindo em relação ao que já andei escrevendo: o time do Flamengo está melhor, graças a organização. O trabalho de Mano Menezes tem facilitado a vida de torcedores, jornalistas, comentaristas e congêneres, pois hoje é possível saber exatamente os espaços do campo ocupados pelos jogadores - que, por sua vez, são os mais beneficiados por sua própria obediência tática. E nisso, fico só imaginando se tivéssemos pelo menos 3 titulares de respeito - um na zaga, outro no meio, e um outro na frente - o que poderíamos arrumar nesse Brasileirão. Tá tão mole que periga termos um Coritiba desses da vida levantando a taça.

E a tradição antiga? Tomar gol de ex-jogador do Flamengo. O da vez foi um que, palavras dele, quis demonstrar respeito ao clube que o formou não comemorando gol. Juan, duas coisas: 1º) Não comemorar gol pelo time em que se joga é uma tremenda bobagem; 2º) Ao que consta, você teve a chance de mostrar mais respeito ao dar mais carinho ao Flamengo em seu retorno ao país, só que não rolou. E duvido de que, se de fato quisesse, você não poderia ter fechado com o Fla. Não quis.

E foi ao sabor amargo dessas duas malditas leis que amargamos essa derrota - que bateu péssima não por ser um placar anormal, pois não é, mas sim por ter sido no fim com essa mis-en-scène do Juan. Da próxima, poupe-nos, Juan. E poupe-nos, Flamengo.

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Gosto do Felipe, mas falhou. E para os que pediram por Julio César, faço questão de lembrá-los quando ele falou, em seus tempos de Inter, que não se via voltando para o Flamengo, mudando radicalmente este discurso ao calçar as luvas da humildade da segundona inglesa. No mínimo, conveniente, não?

Há, ainda, os que pedem por Paulo Victor.  Pra mim, uma palavra: inadmissível.

* * * 

E no mais? Bruninho,  que apareceu tão bem contra o ASA, dessa vez não foi bem não; Léo Moura, o fiasco inexplicável de sempre; Paulinho esteve bem no primeiro tempo, mas no segundo, sumiu...

Elias, por sua vez, continua um monstro. Incansável, combativo e bem no apoio. A melhor contratação Rubro-Negra da temporada, fácil. Tem que ser comprado ontem!

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Moreno não fez gol. Sua melhor jogada, dessa vez, foi mandar na lata do folgado D'Alessandro: "Fala muito...". Boa!

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Adidas, cadê as camisas brancas de manga comprida? E aquele casaco mandrake do Mano? Coisas feias...

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Mesmo com essa bolinha fraca do time, impossível não garantir meu lugar no Maraca no próximo domingo. O simples ato de ter comprado o ingresso já foi uma emoção. Que saudade.

sábado, 20 de julho de 2013

Várias: Flamengo x ASA, André Santos, e a vergonha do preço da volta ao Maraca

Joguinho que só valeu pelos "Inhos"

O Flamengo x ASA de quarta-feira foi tão feioso que só nesta madrugada de sexta para sábado consegui reunir ânimo pra escrever umas linhas sobre ele. Mentira: o excesso de trabalho e cansaço também me impediram. E também faltei com a verdade no subtítulo acima, pois a partida de quarta-feira, claro, serviu ainda pela classificação para as oitavas da Copa do Brasil, pelo golaço do Marcelo Moreno...mas foi especialmente interessante por conta da boa atuação de dois jogadores da nova onda de contratações modestas do nosso clube: Paulinho e Bruninho.

Enquanto Paulinho vem se firmando com méritos e segurança, mostrando-se uma boa opção ofensiva em velocidade, vigor físico e visão de jogo, Bruninho mostrou que não tava de bobeira nessa história de agarrar chance em time titular. Cheio de gás, mostrou disposição e presença ao roubar a bola e servir Moreno no belo gol da vitória.

Não à toa, Mano Menezes já pôs o cara pra treinar entre os titulares e deve ocupar a vaga de Gabriel no jogo de domingo contra o Internacional. Quero ver como ele se portará podendo ficar os 90 minutos em campo. Se for no ritmo da estreia...

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André Santos é do Flamengo

Eu nunca o achei excepcional, tampouco mau jogador; e a verdade é que ele vem para uma posição em que, embora da qual o Flamengo esteja carente - na verdade, à exceção do gol, em qual não está? -, não é prioridade na minha opinião. Antes de um lateral esquerdo, preferia um meia armador, ou mesmo um zagueiro xerifaço...

A contratação de André Santos veio, na minha modesta opinião, muito mais como uma prestação de contas da diretoria à torcida do que exatamente algo que o clube tenha tido como essencial. Sabemos que a diretoria andou erradamente prometendo a vinda de reforços de nível titular que (ainda) não vieram; e se num momento de mercado agitado nada acontecesse, a insatisfação seria grande. Aí, deu no que deu.

Porém, é aquela eterna história: vestiu Rubro-Negro, que venha bem e que as palavras dele, de que está de volta para fazer história no clube, se cumpram para valer. Seja bem-vindo, e que faça uma excelente estreia contra o Botafogo no outro domingo. Falando nisso...

A volta ao Maracanã e a triste forçada do Nação Rubro-Negra

Lindo voltarmos ao Maraca num Flamengo x Botafogo. Feio, muito feio termos ingressos a extorsivos R$100, com um preço de R$50 para Sócios-Torcedores.

Nada, nadíssima contra as vantagens para quem apoia e investe no projeto de Sócio-Torcedor do Flamengo; agora, cobrar R$100 por uma partida de futebol é realmente excluir o povão do Maracanã. É tortura chinesa. É acintosamente cruel e injusto não só com o torcedor mas com a história, a formação e a essência do Flamengo.

Para mim, este é claramente um movimento do clube para forçar as pessoas a se tornarem Sócio-Torcedores na marra. Ou você é Sócio-Torcedor, ou vai ter que pagar quase 1/6 de salário mínimo por partida do Flamengo em casa. A continuar assim, se o Flamengo jogar a quantidade pouca de 3 jogos/mês no Maraca, lá se vai meio salário mínimo de um trabalhador. E sabemos que temos que jogar mais do que isso...

Estamos assistindo a uma covarde iniciativa que promove o flanelismo do futebol, numa versão futebolística do "Dotô, se não deixar um troco, pode ser que arranhem seu carro". Num programa que deveria se destacar pela criatividade e pelos benefícios, vemos então justamente o não-malefício como atrativo.

Ah, e para dar aquele toque de ironia, os preços dos ingressos foram anunciados no mesmo dia em que a Fifa divulga que haverá entradas cheias para jogos da Copa a partir de R$60.

Que vergonha, Flamengo. Que vergonha.

domingo, 14 de julho de 2013

Flamengo 1 x 0 Vasco: evolução e obrigação

Paulinho foi o pai da criança
O clássico carioca disputado na noite deste domingo em Brasília teve um bando de confirmações de elementos e fatos que não era preciso ser nenhum Zico para se prever. Exemplos? Claro que seria vitória do Flamengo; e óbvio que, com esses dois times em campo, nas condições atuais de temperatura e pressão, a partida seria uma peladaça. Se bem que...

Bom, no primeiro tempo a ruindade tomou uma bela maquiada da correria. A animação dos jogadores e o ritmo frenético deram uma amenizada no espetáculo, tornando-o bem mais interessante. E mais uma vez, ficou evidente a boa distribuição do Flamengo em campo, com ligações rápidas entre meio e ataque, sobretudo por conta de Paulinho e Carlos Eduardo.

 Cadu, aliás, fez sua melhor partida pelo Flamengo. Até parece que alguém soprou pra ele que, se quiser impressionar a Nação, um jogo contra o Vasco é o momento ideal...e ele ouviu. Movimentou-se bem, mostrou uma vontade que não tinha exercido em todas as suas atuações anteriores juntas, levou perigo ao gol vascaíno...  Importante, porém, dizer: não é que Cadu tenha feito um jogo excelente; mas, de fato, melhorou, e teve sua melhor atuação no Flamengo. Agora, então, não pode estagnar. Já que, ao menos neste segundo semestre, ele é uma realidade no elenco do Flamengo, que siga pensando que todo jogo é um Flamengo e Vasco...

Na primeira etapa, Carlos Eduardo não foi exceção, mas regra: o time mostrou pegada, articulação, dominando o Vasco o tempo todo. À exceção de João Paulo e Cáceres, o conjunto Rubro-Negro cumpriu seu papel. No segundo tempo, porém, mais um acontecimento esperado: a velocidade da partida caiu, e o que sobrou foi um futebol feio à vera. A entrada de Val não colaborou muito para mudar esse cenário; a de Rafinha, talvez pudesse, mas foi tardia.

Para terminar com mais uma obviedade, no fim, importaram os três pontos, o cumprimento de nossa obrigação de derrotar sempre nosso freguês-mor e só. Mentira: quase só, pois é impossível não notar a melhora do Flamengo sob o comando de Mano Menezes. Devagar e sempre, para nos fazer cumprir o papel que nos cabe com este elenco que hoje temos: o de um Brasileirão digno, limpinho, justo, e que nos abra os caminhos para um 2014 espetacular.

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Mais destaques: Paulinho, de aposta, começa a se tornar realidade, embora tenha morrido no segundo tempo; e Elias segue se mostrando a melhor contratação Rubro-Negra de 2013. Tem que ser nosso em definitivo.

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Impossível não se destacar a participação de Wallace no lance do nosso gol, começando a jogada e dando um passe espetacular para Elias. Nada mal para um jogador de quem, há pouco tempo, não esperávamos nada. Será que ele tem salvação?

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Mais um jogo sem Rodolfo no banco, sendo que tínhamos dois - DOIS - goleiros entre os reservas. Será que nenhum jornalista vai correr atrás para saber o que há por trás desse sumiço misterioso?

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Não nos enganemos: continuamos necessitando e esperando reforços. Um excelente meia armador, laterais e um xerife na zaga, para mim, são prioridades.

A alma do (nosso) novo Maraca...e a velha obrigação de sempre em um jogo de 6 pontos

Não deixe o povão de fora do Maraca, Bandeira!
E eis que, finalmente, fechamos contrato com o "novo" Maracanã. Um acerto que, entendo, foi minimamente a altura do que o Flamengo, o grande trem pagador, o bancador-mor do Maraca, merecia: 50% de toda a renda de cada jogo que disputar nesses 6 meses de acordo. Obviamente muito superior ao conseguido pelo Fluminense, como esperado...e como merecido. Por cada uma das partes.

Fechado o negócio, agora o problema passou a ser outro: as brochantes restrições da FIFA contra o simples ato de torcer. Não às bandeiras, não às faixas e ao simples ato de se tirar a camisa. É a caretização do esporte, um tremendo esvaziamento da essência do torcedor, como se a civilidade fosse um estado atingível somente com a amputação de 90% da emoção de se celebrar o futebol. Como diria um ex-chefe meu, "vomitível". E aí?

E aí que só mesmo o Flamengo e sua Nação para fazerem o resgate da alma do velho Maracanã. Não sou nada contra modernização dos estádios. Quem paga ingresso merece conforto, infraestrutura, segurança; e quem participa da festa também deve agir com correção, preservando o estádio, respeitando o adversário, sendo rival em gritos, sem qualquer traço de violência ou selvageria. Porém, não acho que é com um bando de regras babaquaras que se atinge o que se deseja ter do torcedor carioca em termos de comportamento.

Num cenário feioso, xiita, de indução a um comportamento insosso e asséptico, só mesmo o torcedor Flamengo, com seu carisma e criatividade, para salvar o ato de torcer. Assim, o ato de se chegar a um acordo com o Flamengo pode, sim, ser lido como um jeito de prestar o mínimo de respeito e reverência a todas as emoções da quais o velho Maracanã foi palco, causa e consequência.

Sem emoção, não há Maracanã; com o Flamengo ocupando o que é seu por direito, posso ficar tranquilo. E nisso, trago à tona uma outra preocupação, pertinente nessa época em que a Fifa tenta impôr uma realidade bundamolística ao ato de se torcer em paz: só conseguiremos devolver ao Maraca a sua verdadeira alma se a alma Rubro-Negra também estiver respeitada e presente. E essa alma é o povo.

Voltamos ao Maracanã? Ótimo. No entanto, só conseguiremos reviver a mística que criamos e cultuamos por décadas em nossa velha nova casa se este velho novo estádio abrigar todos os seus habitantes, como fazia outrora. "O Maraca é nosso", cântico lembrado tantas vezes na campanha de Eduardo Bandeira de Melo, ganhou forma e sentido graças às vozes que o entoaram, de gente rica, classe média, pobre - todos com chance de cantar, de apoiar, de ser Flamengo em sua plenitude.

Que os dirigentes enxerguem essa necessidade, pois é isso que Flamengo e Maracanã merecem.

* * *

Além do acerto com o Consórcio Maracanã, outra boa notícia é a de que, nesse momento de inconsistência de nosso time, calhou de pegarmos o Vasco da Gama, esse time que adora nos dar moral há uns 118 anos. E se é um jogo em que o nível técnico provável é abaixo do desejado, é na vontade que a gente tem que decidir.

No que depender da força da galera brasiliense, não tenho dúvidas de que estaremos muito bem, com a porção candanga da Nação voltando a dar show; agora, pra falar de bola, torço mesmo por um time mais ofensivo - e isso inclui a vontade de que Gabriel tenha condições de jogo e que Carlos Eduardo fique no lugar que, hoje, ele e seu futebolzinho mezzabocca merecem: o banco - e olha que isso já é bastante generosidade de minha parte.

Para encurtar a história: a vitória na tarde deste domingo é plenamente alcançável. Basta querer ser ofensivo e não dar mole. Feito isso, o Vasco é sopa nesse jogo de seis pontos: mais três para nos jogar para cima, e menos três para fazer nosso eterno segundo matar as saudades da segunda.

* * * 

Ok, tá bom: há uma terceira boa notícia, relacionada ao nosso CT; mas, numa boa: com a atual condição política do país, fico envergonhado de comemorar qualquer coisa relacionada ao Eduardo Paes.

sábado, 6 de julho de 2013

Flamengo x Coritiba: um mole, dois pontos de vista

O pênalti perdido por Moreno fez uma falta...
Existem duas formas de se encarar o jogo deste sábado.

Uma delas é em relação ao andamento da partida e do placar. Nesse aspecto foi bem frustrante. Tivemos um gol de artilheiro, um outro na falha do goleiro rival, um pênalti desperdiçado... e um tenebroso perrengue que só mostra a fragilidade de nosso sistema defensivo. No primeiro tomado, a velha falha da marcação da bola em vez do jogador; e no segundo, a liberdade de um extrasérie na conclusão quando era para ter a marcação dupla do zagueiro e do lateral direito...mas não. Wallace, novamente frágil, e um Léo Moura que a cada jogo se torna mais e mais injustificável no time.

A outra diz respeito a organização do time em campo, e nisso tivemos uma clara evolução. Nesse caso, em se tratando de uma partida contra um time que, não por acaso, lidera o campeonato, não fomos mal - ou ao menos tão mal. Claro que há ajustes a serem feitos para ontem - como o posicionamento defensivo (sobretudo em bolas altas) e a colocação dos homens de meio em seus devidos lugares. Por exemplo, foi no segundo tempo que Mano pôs Gabriel na direita e o viu render mais do que no primeiro tempo, em que o baiano esteve do outro lado...

Como diria o outro, é de pouco em pouco que a gente vai progredindo; mas evolução passa por enxergar o óbvio e agir em cima dele. É fundamental que cheguem, para breve, um lateral direito, um xerife para a zaga, um meia criativo e um atacante. Sem isso, vai ser difícil tentar qualquer coisa mais interessante no Brasileirão do que essa meiúca da tabela. Cair, não cai; mas acabaremos acostumados a brochadas clássicas como foi essa no Mané Garrincha.

* * * 

Para falar de (outros) nomes: Carlos Eduardo, inexistente; Paulinho ficou devendo; Moreno soprou no gol e mordeu no pífio pênalti cobrado; João Paulo jogou bem e quase fez golaço; Gabriel tem que ficar na direita; e Léo Moura, fora.

* * *

O mistério continua: onde está Rodolfo? Até Nixon estava no banco hoje. Injustificável.

* * *

Se eu fosse o Mano, perturbaria Wallim e Pelaipe até que eles aparecessem com alguma novidade nesse elenco para o meio da semana que vem. Mais do que isso é inaceitável. Como muita gente comentou no Twitter ao longo da partida, nosso novo técnico entende de bola mas não é milagreiro.

E com esse time, a parada fica difícil até para o bravo São Judas Tadeu. Agilidade nisso aí, diretoria!

* * *

E Mano, por favor: se ainda confia no Cadu, faça isso com parcimônia. Que o vá lançando no segundo tempo, em algum jogo de placar e circunstâncias mais favoráveis. Como titular, não. Para o seu bem, para o bem do Flamengo, e para o do suposto resto de futebol dele em que você acredita.

Flamengo x Coritiba: apostas para o recomeço

Chega de amistoso. Agora é para valer. O Flamengo de Mano Menezes entra pela segunda vez em campo, sendo a primeira no Brasileirão. E como também é a primeira oportunidade em que verei o time sob o comando dele, estou bem curioso para ver algumas das alterações com a assinatura do novo treinador.

Por exemplo, Wallace. Depois de um começo bem fraco no Flamengo, é dele a camisa 3. E aí me vem à cabeça aquela pergunta clichê: será o Wallace de Mano Menezes algo melhor do que foi até agora?

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É uma aposta bem forte. Ainda mais é a de Carlos Eduardo - em um nível maior de expectativa, sem dúvida, mas também mais oportuna do que a do zagueiro pois quem veio com status de camisa 10 e de estrela da companhia foi o Cadu.

Penso que, se tem alguém capaz de fazer esse cara estrear no Flamengo de uma vez por todas, esse alguém é o Mano. Por mim, como já falei noutras oportunidades, o ciclo do Cadu, mesmo brevíssimo, já se encerrou faz tempo. Mais precisamente, antes mesmo de começar.

Porém, a partir das 18h30, lá estarei eu, em frente a televisão, doido para Mano Menezes e suas apostas me fazerem queimar a língua. E é claro que torço muito para que isso aconteça.

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Falando em apostas, Paulinho no meio como homem ofensivo ao lado do bom Gabriel. Vi os melhores momentos de Flamengo x São Paulo e gostei bastante do que vi - opinião confirmada por aqueles que assistiram à partida completa.

No entanto, rola aquele medo de ver o velho filme "jovem começa bem, se deslumbra por jogar no Maior do Mundo e morar no Rio de Janeiro e começa a degringolar e acaba seus dias no Atlético de Maranguape".

Por isso, prudência pouca é bobagem - para nós, quanto às expectativas; para Paulinho, no que diz respeito ao comportamento dentro e fora de campo. A exemplo, inclusive, do vem fazendo Gabriel, que parece ter cabeça boa e potencial idem.

Que Paulinho siga se ajudando para que a bola, o Mano e a Nação possam retribuir.

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Enquanto a enorme saudade de Flamengo no Maracanã não é saciada, vamos invejar celebrar a incrível massa Rubro-Negra de Brasília e cercanias. Certeza de uma grande festa em vermelho e preto para nosso time. Vão jogar junto; e que recebam lá a energia dos outros tantos milhões.

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Deivid, não me invente de querer brilhar justo contra o nosso Flamengo, ok?

terça-feira, 2 de julho de 2013

Essa chata novela chamada Maracanã

Acho que esse post poderia ter se encerrado no próprio título, mas não vou fazer isso não. E confesso ter ficado muito puto ao ver que a reabertura do Maraca para jogos de clubes pode ser num Fluminense x Vasco - ao meu ver, uma clara indireta dos concessionários do estádio contra o Flamengo e a favor do tricolor.

Para mim, por mais que nós, a Nação, sejamos o marisco naquela velha história entre o mar e a pedra, com a distância do Maracanã sendo cada vez mais sofrida, creio que a diretoria está fazendo o certo. Não pode amolecer e fazer um contrato em que o Flamengo saia diminuído em sua condição de trem pagador do estádio. Sempre foi assim, não será diferente agora. É segurar a onda e aturar com frieza e razão ao máximo esse tremendo blefe do consórcio. Ou eles querem enganar a quem ao "pensarem" que vão se sustentar só com uma torcida que nem tinha lugar fixo no velho Maracanã?

Por enquanto, acho que ainda há timing e espaço para ganharmos centímetros nesse cabo de guerra; mas espero que a direção do Flamengo já tenha algum plano B para trazer os jogos do Flamengo para o Rio de Janeiro. Com todo o respeito aos Rubro-Negros de Brasília e Minas Gerais, não dá para ficarmos vivendo nesse campeonato de Mané Garrincha, Juiz de Fora e Uberlândia não. Temos um longo caminho em um torneio que não podemos cogitar a chance de corrermos sérios riscos. Se o título não vem, o rebaixamento deve ser tratado como uma impossibilidade - e isso significa fazer o time render ao máximo. Na boa, não vejo isso acontecendo fora do Rio.

E ainda: esse plano B vai além do roteiro correto para um Brasileirão digno, "limpinho", honesto como o que se projeta para o Flamengo. Pode sim, ser ele o divisor de águas desta luta pelo retorno à casa que, muito antes do famoso grito, sempre foi nossa.

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E partir para um estádio nosso? No Rio, difícil não ser na Barra.

E o projeto na Gávea? Se é para viajar - tô avisando, hein? -, acho que a única chance de termos um estádio de pequeno/médio porte na Gávea é termos uma estação do metrô no próprio clube, com saídas alternativas na Lagoa e Leblon. Assim, haveria uma chance de se viabilizar um grande fluxo de pessoas sem acabar com o trânsito local.

Mas acho mais fácil vir o Messi pro Flamengo do que isso acontecer de verdade.

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Em tempo: vergonhosamente perdi Flamengo x São Paulo. Papada de mosca mesmo. Mas no dia seguinte, ao ver os melhores momentos, curti bastante o que vi do Paulinho. Será que emplaca?

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Pra encerrar, voltando ao assunto principal e parafraseando o escritor: se o Maracanã ficar sem o Flamengo, pior para o Maracanã.