Google+ Mil Vezes Flamengo: junho 2013

domingo, 16 de junho de 2013

Mano Menezes: ordem, progresso e superação

Amanhã é o dia em que Mano Menezes chega ao Flamengo. É a primeira contratação estelar dessa nova gestão que, na minha opinião, abriu o cofre no momento certo, e da forma correta: trazendo um profissional para, de fato, comandar o time do Flamengo. Isso porque, se refletirmos, certamente chegaremos à conclusão de que há muito, muito tempo o Flamengo não tem uma figura de comando no cargo de treinador.

Quando falo em "comando", falo de um treinador com plenos poderes e liderança diante de seus comandados. E eis aí a primeira missão de Mano Menezes: devolver ao cargo de técnico do Flamengo o poder de liderar o time. E essa é a minha primeira grande expectativa em torno dele, pois duvido de que esse assunto não tenha entrado em pauta na negociação entre ele e o clube.

Me recuso a acreditar que o acerto entre Mano-Flamengo não tenha passado no mínimo por uma carta branca ao técnico na questão de afastamento de alguns jogadores, e no máximo por essa atitude capitaneada pela própria direção - o que eu entenderia ser a melhor medida. Se não vou ser tolo ao acreditar nesta segunda opção, mas espero que a primeira tenha não de fato sido pauta como Mano a leve a cabo. Afinal, todo Rubro-Negro sabe que há, no grupo, gente que parece mais interessada em si do que no coletivo e, consequentemente, no clube; e isso não pode continuar.

A ordem é tão necessária por si só quanto pelo fato de que, somente com um grupo realmente focado no que interessa é que Mano Menezes terá como render o máximo possível. A meu ver, não adianta nada trazermos o técnico que for se ele não tiver jogadores que saibam que o técnico é o primeiro nível de chefia acima deles. Só obtendo o respeito do grupo que lidera é que o treinador consegue estabelecer seus métodos, seu pensamento...seu trabalho. E alguém duvida de que ele seja tecnicamente capacitado a levar o Flamengo a dias melhores? Se Mano tem o mínimo de conhecimento de Flamengo, deve saber da necessidade de uma faxina nesse elenco, a fim de lhe dar a condição necessária para mostrar seu melhor. Mas não é só isso...

Se penso que o Flamengo de Mano Menezes, apenas com esse elenco de hoje e com a necessária e já mencionada faxina, renderá melhor do que o de Jorginho, ainda na base da incredulidade, duvido de que Mano não tenha condicionado sua vinda à chegada de reforços - e eis aí a segunda expectativa. Nessa, acredito, também, que Pelaipe já tenha apresentado alguma lista de negociações em curso, com a aprovação de Mano em alguns nomes e novas indicações do comandante. Imagino que nosso novo técnico já tenha notado a necessidade extrema de um xerife na zaga e um cérebro no meio. Ah, e laterais, por favor.

Enfim, vamos aguardar. Até as chegadas e as partidas, seja bem-vindo, Mano Menezes, técnico que tem a superação como marca de seus trunfos passados. Que você a confirme a frente do Flamengo. Melhor: que a superação seja anunciada no Flamengo através de sua irmã: a renovação. Em todos os aspectos, em todos os graus. Eliminando quem não serve ao Flamengo e inspirando quem merece e está a fim de fazer parte desse novo momento. Agora, como bem afirmou, você é da nossa Nação.







quinta-feira, 13 de junho de 2013

À espera da barca da moralidade

Comecei a minha quarta-feira Facebookiana dando de cara com a notinha abaixo:



Tudo bem, eu sei que saiu no controverso Lance; mas ao longo do dia tive outras confirmações de que, de fato, teremos uma barca em muito breve na Gávea. Tive ganas, então, de comprar uma caixa de fogos de artifício e soltar a metade dela, deixando o resto para quando a notícia se confirmar.

Esse não é exatamente um comportamento meu quando saem as barcas Rubro-Negras; mas, caso se confirme, essa mercerá de fato uma comemoração. Isso porque, se for levada a cabo a proposta da notinha e do que apurei com minhas fontes, a lista dos afastados terá esse ponto de corte mais do que adequado, que é o de eliminar os jogadores de comportamento moleque - algo inaceitável em qualquer clube profissional, quanto mais nesse novo Flamengo de responsabilidade e postura dentro e fora de campo.

Na minha participação na TozzaCAM da semana passada - e se você não assistiu ao videocast, é só clicar aqui para conferir -, eu disse que, incompetências e absurdos do Jorginho à parte, não deve ser admitido qualquer tipo de fritura de treinador, pois isso não corresponde com o comportamento de um grupo sério. É muito simples: ruim ou não, se o técnico está no clube é para ser respeitado, até que o alto comando decida por sua saída. Enquanto isso, é obedecer àquele que tem o aval da diretoria e pronto, acabou.

Não é de hoje que temos no Flamengo essas histórias de processos de "fritura" de treinadores. Paralelos a elas, evidências que apontam para panelas no grupo, comandadas por falsos líderes, com o poder de apoiar ou de derrubar comandantes.

De forma alguma isso deve ser aceito; e, finalmente, acenou-se com o fim desse problema. Porém, se rolar, infelizmente vai ter muita gente chiando - isso porque a "barca da moralidade", caso honre esse apelido que eu dei pra ela, vai levar alguns jogadores queridos por muitos.

E aí fica meu pedido a você, torcedor que me lê: se a nefasta embarcação sair e você sentir uma súbita vontade de matar algum dirigente, pense que essa galera, diferentemente de mim e, provavelmente, de você, está no clube, vive o clube intensamente...e sabe bem quem são realmente merecedores do bilhete azul.
Melhor ainda: basta considerar que muito provavelmente Mano Menezes vem aí; e como qualquer um sabe, ele não vai aceitar dirigir um arremedo de cacareco de time sem haver peças interessantes que possam levar o Flamengo do nada a alguma coisa que seja ao menos limpinha, justa, honrada. Ou seja: a um mínimo que permita ao torcedor começar 2014 de cabeça erguida, graças a manutenção da nossa total e imaculada ignorância em relação a rebaixamentos.

Não duvido que já possa ter algo do Mano nessa intenção de eliminar as maçãs podres; e não duvido de que ele é minimamente esperto a ponto de saber que, assim como o Flamengo tem que suprir carências de talento e habilidade em diversos setores, há também as mesmas necessidades em relação a postura e a verdadeira consciência do que representa defender nosso clube. 

Portanto, que venham os bons e saiam os certos, custe o que custar. No fim das contas, o lucro será todo do Flamengo. Todo nosso.

sábado, 8 de junho de 2013

Flamengo 3 x 0 Criciúma: o reencontro com o mínimo

E enfim, na quinta rodada do Brasileirão, o Flamengo desencantou. E quando isso acontece logo após a saída de um treinador que não vinha bem, dificilmente o torcedor não sucumbe à tentação de justificar a vitória tentando explicar as derrotas anteriores ao atribuir a elas um complô para fritar o ex-técnico. Como eu disse, se isso acontece com frequência, ainda mais no que rolou com Jorginho...

Enquanto isso, peço licença para discordar desse pensamento, mesmo entendendo que existe um grande argumento a favor de quem pensa numa conspiração dos jogadores contra o Jorginho: a inconsistência do ex-técnico em escalações e substituições. É fato que Jorginho simplesmente não conseguiu achar um time; e em sua busca, cansou de cometer injustiças e incoerências, às vezes sequer relacionando para a partida jogadores que poderiam ser muito úteis, por outras escalando quem não merecia, em muitas subsituindo de forma incorreta quem vinha bem num jogo para deixar em campo quem estava terrivelmente mal...

Curta o Mil Vezes Flamengo no Facebook

Siga o Mil Vezes Flamengo no Twitter

Curta o Mil Vezes Flamengo no Google Plus

Fato é que, tirando uns poucos (ou talvez só mesmo Renato Abreu), ninguém estava seguro com Jorginho. Pior: poucos conseguiam ter uma sequência de jogos, pois o Flamengo do ex-técnico era que nem sentença de juiz e fralda de bebê . Por vezes, parecia que ele decidia parte dos escalados no melhor estilo sorteio de bingo. E aí, meu amigo, fica difícil mesmo ter motivação e contentamento num ambiente em que a meritocracia passa longe - não que isso justifique qualquer corpo mole e, veja bem, não, não justifica.

Porém, volto a afirmar: na minha opinião, falar que o Flamengo que deu de 3 a 0 no Criciúma venceu porque pôs uma suposta vontade que não vinha usando sob o comando do Jorginho é não só simplista e errado como injusto com o que o interino Jaime de Almeida levou a campo.

E sabem o que ele fez? Nada brilhante, nada espetacular, nada genial: apenas o mínimo que se espera de um treinador de um time como o Flamengo.

Antes que venham me dizer, me adianto: ninguém duvida de que a (acertada) expulsão de um jogador do Criciúma nos primeiros 20 minutos do jogo influenciou no resultado, pois isso é óbvio. No entanto, seria igualmente errado explicar nosso resultado só por aí. Ou você acha que aquele Flamengo que mais parecia uma república universitária de tão zoneado iria arrumar alguma coisa? Eu, não.

O que chamei de mínimo acima e que foi aplicado por Jaime é resumido em duas palavras: escalação e organização. Por exemplo, confesso que não conhecia Samir, mas nesse Flamengo de defesa tão desconfiável, se ele mostrava talento nas divisões de base, não vejo o porquê de não tentar ir com ele. Jaime tentou e se deu bem. Pelo jeito, Samir mostrava alguma capacidade, pois jogou bem. Aliás, até o controverso Wallace atuou direito; e podemos dar novo crédito a Jaime por conta disso: a frente da dupla de zaga aparecia Diego Silva, primeiro volante de vocação - outra posição tão carente no Flamengo e mais uma lacuna que nunca fora preenchida de forma convicente por Jorginho.

De novo: não estou dizendo que Diego Silva é craque ou gênio, mas apenas um jogador que jogou na posição em que sabe jogar. Isso era feito antes na posição de primeiro volante? Não que eu saiba. Na porção ofensiva do meio-campo, papeis definidos também, com Gabriel pela esquerda, Carlos Eduardo pela direita e Elias subindo por ali também. Cada um no seu quadrado, honrando suas funções.

Sobre os três mencionados, vamos na ordem: Gabriel, depois de um primeiro tempo apagado, voltou melhor na segunda etapa, sendo premiado com os gols - sendo um olímpico, pra matar saudade de Petkovic; Carlos Eduardo jogou incrivelmente melhor, embora ainda longe do ideal e dos seus gordos R$500 mil mensais; e Elias, por sua vez, reafirma a cada jogo que, pelo menos até agora, é claramente a melhor contratação da nova gestão. Hoje, por exemplo, foi uma partidaça, com fôlego e qualidade pra marcar e apoiar a turma de frente - dando uma bolaça para Hernane no primeiro gol.

Na frente, o Brocador não foi tão catastrófico e Paulinho confirmou em 90 minutos a boa impressão que me deixou nos poucos minutos proporcionados a ele por Jorginho. Ao poder disputar uma partida inteira, teve personalidade ao concluir - rendendo duas boas defesas do goleiro adversário - e mostrou que joga olhando para a partida. De cabeça erguida, por várias vezes buscou e entregou bolas aos amigos na tentativa de achar melhores jogadas. Gostei.

E foi assim, unindo jogadores apropriados para suas posições, a serviço da necessidade do Flamengo em vencer, e aplicando o mínimo de organização tática, que veio nossa primeira vitória. De novo: aconteceu uma revolução? Não. Temos um incrível plantel? Não. Jaime de Almeida é um revolucionário e não precisamos de um técnico de ponta? Também não. Mas o resultado mostrado no placar e pela atuação do treinador ao fazer o que deveria ser feito sempre mostram que Jorginho, de fato, era um erro a ser corrigido. Um problema que, espero, não volte a assombrar o Flamengo neste Brasileirão.

* * * 

Aí eu pergunto: quem sentiu falta de Renato Abreu? Hoje, nosso meio-campo foi muito mais ágil e fluido. Claramente melhor.

* * *

E do Ramon? Pra mim, João Paulo é melhor.

* * *

Hernane, quem diria, conseguiu fazer um gol com mais de um toque na bola. Incrível.

* * *

A demora da confirmação do segundo gol de Gabriel, o terceiro do Flamengo, gerou uma cena curiosa para quem viu o jogo pela Globo: o grito de gol mais bizarro e sem graça do mundo. Ri muito!

* * *

Segundo o repórter da transmissão da partida, Paulo Pelaipe disse que virão um zagueiro, um meia e um atacante. Quem vem? Kaká? Emerson Sheik?

 Dê o seu palpite e diga quem você gostaria e quem você acha que o Flamengo trará nos comentários. ;)

* * * 

Obrigado, Jaime. E você, Mano, tá esperando o quê para vir?

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Flamengo 0 x 1 Náutico: Jorginho sambando sobre a própria sujeira

Essa foto, claro, foi na Gávea. Não é de hoje que ele faz essa cara...
Uma vez estava numa conversa sobre trabalho em que alguém da mesa, ao falar do extremo perfil de funcionarismo público da empresa em questão, disse: "Para ser demitido de lá, só fazendo cocô na mesa e sambando pelado em cima dela. Se só fizer a primeira parte, capaz de seguir trabalhando por lá". Fazendo a comparação, se Jorginho havia até aqui feito a primeira parte, nessa lastimável partida contra o Náutico ele foi pacote completo. Senão vejamos:

• Num jogo em que, por diversas circunstâncias - mando de campo nosso, situação incômoda no Campeonato etc. - necessitávamos da vitória, Jorginho substitui Hernane e Rafinha para colocar mais um volante (Val) e deixar Gabriel no ataque. Isso nos deixou, em boa parte do segundo tempo, com 4 volantes e nenhum centroavante. De novo: num jogo em que precisávamos ganhar.

• Põe Paulinho pra jogar. Ok, bacana. Paulinho rende e mostra vontade, tendo participado das poucas iniciativas de ataque do time. Resultado: Paulinho é sacado.

• Depois de todos os indícios claros de que Renato não deveria estar no ELENCO, ele me escala o cara como titular. E seu titular, o que faz? Uma tentativa de cortada com a mão na bola que deixa o Flamengo com menos um homem em campo.

• Enquanto insiste com Renato, mantém afastado do elenco Rodolfo, reconhecido por muitos como uma boa opção ofensiva, podendo atuar como meia ofensivo ou atacante. Motivo: desconhecido. De novo: num momento em que o Flamengo PRECISA ganhar. Ou ainda, num momento em que o mesmo técnico dizia ter um projeto que envolvia um certo número de pontos equivalente a um certo número de vitórias que, a essa altura do campeonato, envolvia 100% de aproveitamento

Olha, eu não sei o que Rodolfo fez. Pelo jeito, a única coisa que justifica é indisciplina. Mas aí é  que está: se Renato, que debocha da torcida, dos colegas - porque ao criticar uma substituição com veemente deboche é cuspir no coletivo - e do clube, enfim, e no jogo seguinte tira o Manto e vai sambar em vez de acelerar o reinício da partida pra tentarmos a vitória, é mantido titular, imagino que Rodolfo tenha, no mínimo...feito cocô na mesa do treinador e sambado nu em cima dela.

Mas voltando: hoje o óbvio do óbvio do óbvio ficou evidente para quem vê e para quem não vê. E ele é: Jorginho não tem a menor condição de ser técnico do Clube de Regatas do Flamengo. E além de provar isso com a bola rolando, ainda reforça na igualmente desastrosa entrevista pós-jogo, em que ele solta pérolas do tipo "se a gente ganha, dizem que o time é bom", ou que "perdemos o Moreno e o Gonzales" sendo que esses jogadores são sempre convocados para servir suas respectivas seleções. Não dá.

Escrevo isso tudo acima na madrugada de quarta para quinta. Ao amanhecer, espero que Jorginho já tenha sido flagrado na sua performance de sambista pelado sobre a mesa suja que é essa sua tenebrosa passagem como técnico do Flamengo.

E sabem o que é pior? É que ele tem culpa do time estar essa zona, mas não de estar no Flamengo e de no comando do time do Flamengo permanecer; e isso nos leva a uma conclusão bem mais séria: ele já não está sambando sozinho na mesa.

ATUALIZANDO O POST: Jorginho demitido. Que bom. Pra mim, agora é correr atrás do Mano Menezes - um treinador que já tem um caso de pegar time em crise e dar a volta por cima -, devolver o Carlos Eduardo, demitir o Renato por justa causa e dar uma plaquinha e um "passe bem" pro Léo Moura. Pra já.

* * * 

Jogada do Náutico no flanco direito da defesa do Flamengo. Léo Moura não está lá. Luis Antonio marca pessimamente o adversário, que cruza. Renato Santos, em vez de marcar o atacante que chega livre para concluir, fica visando a bola. Ela o encobre e chega até o tal atacante, que marca.

Até quando?

* * *

E olha que o Náutico claramente nem queria os 3 pontos...

* * * 

Mais uma prova de que o que é ruim não pode piorar: o (novo) papelão feito pelo marketing Rubro-Negro, agora no telão do Orlando Scarpelli. Será que foi pra equiparar a vergonha em campo?

Em caso afirmativo, parabéns: conseguiram.




segunda-feira, 3 de junho de 2013

O Maraca...ainda será nosso?

Se não for do povo, o Maracanã pode ser de todos... menos do Flanengo.
O grito ao qual fiz referência no título foi um símbolo da torcida Rubro-Negra nos últimos momentos no Estádio Jornalista Mario Filho como muitos de nós o conhecemos. Aos poucos, o Maracanã de quem hoje tem pelo menos 15 anos foi mudando. Primeiro, foi o adeus da geral; depois, uma longa pausa, na qual, pouco a pouco, fomos notando que uma transformação radical aconteceria. Uma metamorfose confirmada por muitos que lá estiveram neste domingo para ver o time da CBF contra a equipe da Rainha.

Ao longo do dia, muitos Rubro-Negros falaram em blogs e em suas contas do Twitter a respeito do novo Maracanã e sua elitizada nada básica, e eu não iria ser diferente. Para citar novamente o famoso coro, lembro-me de nosso presidente, Eduardo Bandeira de Melo, repeti-lo algumas vezes ao falar do estádio na época das eleições - especialmente quando questionado a respeito do interesse e das chances do Flamengo em arrendar o estádio...

Vou ser direto ao ponto: ao mesmo tempo em que quero muito que o Flamengo possa chegar a um acordo para ser parceiro da Odebrecht, IMX e AEG na gestão do estádio, penso que, uma vez que isso aconteça, nossos dirigentes precisam ter em mente trazer o Maracanã da Nação realmente de volta a ela. Melhorado, repaginado, claro, mas que continue sendo um pequeno universo bastante representativo do que é nossa torcida: local de ricos e pobres; igualmente um local de favorecidos e de gente que faz o impossível para ali estar e desfrutar do nosso maior prazer de ver o Flamengo brilhar.

Fico assustado ao lembrar da alta dos ingressos nas semis da Taça Guanabara e das pseudojustificativas dadas por nosso Vice-Presidente de Marketing que, tais quais a medida em si, soaram para muitos - eu, inclusive - destoantes da essência Rubro-Negra. E se for para exercer esse pensamento na gestão do estádio, sinceramente, prefiro não tê-lo. Não é esse o Maracanã que a Nação chamava de seu.

Claro que não se trata de um dilema. Óbvio que, com criatividade e competência, é possível preservar a tradição de ter o futebol no velho gigante como sendo um lazer de todos. E nós, Rubro-Negros, em nome de tantos momentos inesquecíveis lá vividos, em nome da catarse coletiva que nunca escolheu bolso, cor ou origem e que fez o Flamengo se revelar e se reforçar tão plural, temos que lutar por isso.

Que os dirigentes Rubro-Negros, na missão de fazer o Maraca é nosso, entendam, enfim, que este não é um direito, mas um dever. Do Flamengo para si, para a história...e para sua Nação.

* * *

Dentre os bons textos sobre o "Novo Maracanã", indico o do Tulio Rodrigues no blog Ser Flamengo , do Gustavo Berocan no Acima de Tudo Rubro-Negro e o do Márcio Braga no Blog Falando de Flamengo.

domingo, 2 de junho de 2013

Flamengo 2 x 2 Atlético-PR: um mar de repetições

Se hoje o Flamengo lançasse um compacto em vinil com o nosso Hino, o lado B teria que ser "Não está sendo fácil", da cantora Kátia (a cega). É um fato chato pra cacete. Cá estou eu me reencontrando com um problema da época de Joel Santana: um time repetindo os mesmos erros, comandado por um treinador que continua ignorando o excelente e corretíssimo pensamento de que, para obter resultados diferentes não se pode seguir fazendo as mesmas coisas de sempre... Enfim, é um saco praticamente reprisar comentários sobre jogos distintos...

Tudo o que escrevi sobre nosso embate com a Ponte Preta segue valendo, mesmo com um time alterado de início. Por exemplo, Carlos Eduardo novamente não encheu os olhos de ninguém e não abraçou a nova chance como titular como sendo uma oportunidade de começar a conquistar a torcida. Renato, nosso destemperado kicker, voltou a mostrar um questionável comportamento - e olha que estou sendo generoso -quando, ao fazer seu gol, empatando a partida, em vez de pegar a maldita bola e colocá-la no centro do gramado para tentarmos enfim a vitória, tirou a camisa - Felipe Feelings? - e sambou na cara da sociedade Rubro-Negra. Aí fica bem difícil.

Pra tentar escrever algo de diferente - e até num tom melhorzinho -, depois da apatia do último jogo a equipe reencontrou um pouco da disposição mostrada na estreia no campeoanto contra o Santos; e foi dela que surgiu o empate. Aliás: Tão somente dela. E pronto: já voltei a me repetir.

Curta o Mil Vezes Flamengo no Facebook

Siga o Mil Vezes Flamengo no Twitter

Curta o Mil Vezes Flamengo no Google+

Torno a mencionar Jorginho e a desorganização escandalosa de seu time - mesmo com bastante tempo para treinos técnicos e táticos, tornando ainda mais vexatório o caos nestes aspectos - e as estapafúrdias substituições do treinador. O destaque da vez foi sacar o lateral direito para deixar o meia ofensivo em seu lugar. Aquela pergunta retórica: faz sentido para você?

Heroi? Pra quem?
Outra repetição é a da deturpada avaliação do técnico sobre o desempenho da equipe, ganhando dimensões bem absurdas em se tratando da movimentação do placar. É uma lástima ver um treinador de uma equipe como o Flamengo comemorar um empate contra um time muito aquém do razoável. Ah, e com o detalhe de que este mesmo técnico anunciou dois dias antes da partida a projeção de 100% de aproveitamento antes da pausa da Copa das Confederações. Jorginho, é claro que uma nova derrota seria pior; mas daí a exaltar a reação do Flamengo vai um longo caminho - inclusive um que não segue o que você disse ser o rendimento que você buscava. É para ficar feliz mesmo? Ok, nova pergunta retórica.

E neste mar de repetições o Flamengo segue um desempenho feio de doer neste início de Campeonato Brasileiro. Mais medonho do que este começo, só mesmo o "tá tudo muito bom, tá tudo muito bem" que nos é sinalizado pela diretoria do clube ao nada fazer com jogador que desrespeita o clube e treinador que desrespeita o futebol medianamente jogado. Será preciso que o Zico peça aos nossos dirigentes para fazerem algo?

E não, esta não é uma pergunta retórica: em caso positivo, Galo, por favor, quebra mais essa pra gente.  E é para ontem, para o ontem não voltar a se repetir.

* * * 

Ainda da série "Se eu fosse o Flamengo...", aproveitaria a pausa na Copa das Confederações e botava o Rafinha tão somente para comer e fazer musculação neste período. Bola a gente sabe que ele tem, mas precisa urgentemente ganhar o mínimo de corpo que o credencie a fazer um campeonato inteiro entre jogadores de peso e musculatura de padrões profissionais.

* * * 

Marcelo Moreno, enfim, marcou. Que esta se torne uma constante e que ele supere os 10 marcados no Brasileirão passado.

Basquete Rubro-Negro, bicampeão do NBB: um título coberto de merecimento


Se no incrível, escalafobético e singular mundo do futebol nem sempre o time que merece vence, o mesmo não se pode dizer do basquete. E uma vez que a justiça impera no esporte da bola laranja, o título da temporada 2012-2013 da NBB não podia parar em outras mãos que não as nossas.

Porém, isso aqui é Flamengo e, por mais tenhamos pego um indiscutível primeiro lugar na fase de classificação, batendo o recorde acachapante de 20 vitórias seguidas, é claro que a final seria embaçada. No nosso caminho estava o Uberlândia, do técnico Hélio Rubens e seu filho Helinho - fregueses nossos  de tempos mas que sempre costumaram vender suas derrotas bem caro...

Por um tempo, o Uberlândia honrou a segunda tradição dos Hélios - mas muito mais por nervosismo da parte dos nossos jogadores do que outra coisa. Na primeira metade do jogo, defensivamente aparecemos bem dentro do garrafão, mas fora permitimos muitos tiros de três certeiros de Gruber, Collum e Robert; e no ataque, nossas bolas de fora simplesmente não caíam. Se metade das bolas de 3 chutadas por nós tivesse caído, certamente teríamos ido para o segundo tempo mais tranquilos; mas acabamos indo com desvantagem de 1 ponto, com o placar de 34 a 33 pro time mineiro - uma história bem parecida com a do último jogo das semi contra o São José.

Na segunda parte da partida, depois de um puxão de orelha e alguma Maracugina, José Neto deu jeito no time...e o resto virou história. Gegê cadenciou bem o jogo, Duda apareceu bem menos afoito, sem chutar tanto de 3 mas dando assistências importantes, Olivinha foi pura raça, Marquinhos desencantou, Zanotti foi bem, Shilton mostrou garra... E Caio Torres, o gigante gentil Rubro-Negro,  brilhou debaixo da tabela, tornando-se cestinha com seus 23 pontos. E tudo, tudo amparado pelo jogador que fica do lado de fora da quadra como se estivesse dentro dela: a Nação, incentivando sem parar quando a bola era nossa, atrapalhando com um esporro monumental quando a bola era dos outros.

Resultado: o jogo acabou de verdade a 2m30s do cronômetro zerar. Torcida gritando olé, jogadores mal segurando a vontade de festejar...até que, aos 50s para o fim, o grito de campeão ecoou na HSBC Arena, e o alarme do cronômetro tornar-se mera burocracia. 77 a 70 e o título era finalmente nosso.

De novo: se a justiça costuma ser um convidado por vezes incômodo no futebol, no basquete ela vem e reboca tudo que vê pelo caminho com todas as boas vindas: além do Flamengo Bicampeão do NBB, Caio Torres foi o MVP da partida e Marquinhos o MVP do campeonato. Motivos de festa para fazer 17 mil pessoas terminarem roucas de tanto cantar a alegria de sermos Rubro-Negros e termos o melhor basquete do Brasil. Mengo!