Google+ Mil Vezes Flamengo: agosto 2013

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Flamengo 1 x 0 Cruzeiro: uma noite mágica de Elias...e de muitos merecimentos

Um dos grandes momentos de 2013, fácil.


























Eu realmente pensei em falar do primeiro tempo, do empenho do time que não se convertia em eficácia, da ansiedade flagrante que atrapalhava nossos há tempos questionáveis toque de bola e armação de jogadas... Mas aí veio o Elias e bagunçou tudo.

Elias. Aos 43 minutos do segundo tempo - esse querido e velho conhecido minuto de jogo. Maracanã. O choro incontido do novo ídolo Rubro-Negro e, ao fim do jogo, a exemplo do que havia feito no embate contra o Botafogo, um novo capítulo desse caso de amor com o Flamengo selado com a ida para a galera, num simbólico abraço à sua torcida.

Elias, a torcida já é sua. O Flamengo, também. Não tem na galáxia uma equipe mais generosa e mais gostável do que a nossa. E uma Nação que, antes mesmo da festa, domina a arte de pegar equipes fracas e medíocres nos braços e no gogó e levá-la a feitos como o de hoje à noite. Mas precisamos ser corretos: a autoria está dividida contigo. Justa e lindamente dividida.

Muito bom ver que o Flamengo da reconstrução do caminho das vitórias tem um líder como você - agora, devidamente empossado com a braçadeira de capitão. Um cara que joga bola e é capaz de, mesmo com a experiência, se emocionar com momentos como o que viveu e proporcionou. Também, é aquilo: é o Clube de Regatas do Flamengo. E tá na cara que você, corinthiano assumido, aos poucos começa a se apaixonar pelo seu novo clube. Saiba: é um caminho sem volta. Quando pavimentado por episódios como o de hoje, então...

Melhor ainda, Elias, é ver você novamente reverenciado pela Nação no estádio em que o Flamengo se revela em estado bruto, absoluto, puro, essência plena. Não é à toa que dezenas de milhares de trabalhadores e estudantes fazem o que fazem para estar lá, ainda que numa quarta-feira às 22 horas.

Aquelas mais de 50 mil pessoas mereciam mesmo sair com uma vitória, com uma classificação abençoada por seus pés, assim como você merece o Flamengo de hoje e, mais ainda, ser peça fundamental de um Flamengo realmente vencedor.

E todos, todos merecemos que os nossos comandantes entendam que é ali, no Maracanã, que essa história deve acontecer. Com torcedores flamengos de todos os bolsos, como sempre deu certo em nossos 118 anos.

É ali, é aqui que o Flamengo é mais Flamengo; e que você, Elias, já começa a ver que é também mais Elias. E é assim que outras épicas vitórias ainda virão. Há de ser apenas o começo.

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Bora falar de futebol, só um pouquinho? Além do já supracitado craque da camisa 8, gostei do sistema defensivo, com o miolo de zaga com Wallace e Chicão; de ver Luiz Antonio de volta ao meio no segundo tempo - acredito muito na adaptação dele como primeiro volante, e foi bem combativo; de Cadu quando jogou pela direita; e de Paulinho na lateral direita. Méritos sejam dados: foi dele a linda e lúcida rolada rasteira para o gol de Elias.

Não gostei de Marcelo Moreno, da timidez excessiva de Rafinha (tem que acreditar mais!), de Cadu na esquerda e de João Paulo apoiando.

Curti muito a raça do time. Tem que ser assim, sempre. Isso é ser Flamengo e mostrar ao mundo ao que viemos. Não entendo o Flamengo de outro jeito, e aposto que os outros 39.999.999 de apaixonados também não.

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Diretoria, nada de olho grande para os ingressos das quartas, ok? O jogo de hoje foi uma bela lição: preços mais justos levam a torcida que leva o Flamengo para a frente, que atrai mais e mais gente pros jogos seguintes e assim sucessivamente.

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Me doeu muito ter que ver o jogo de casa. Não quero voltar a passar esse aperto de ver a Nação gritando e não estar lá não...

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E para encerrar, novidade: o Mil Vezes Flamengo agora está também no Instagram. E já estreou com novidade: a palhinha do intervalo e a palhinha do final - respectivamente, vídeos curtos com os comentários após o primeiro tempo e no encerramento da partida. Veja como foi o pós-jogo por lá:



Siga o Mil Vezes Flamengo por lá e não deixe de interagir, conversando comigo pelos comentários. ;)

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Flamengo 1 x 2 Cruzeiro: foi feio, mas poderia ser pior

E a gente pensando que jamais veria um gol
de Carlos Eduardo pelo Flamengo... 
Depois de ter visto no domingo passado o Flamengo das quartas-feiras jogar contra o São Paulo - partida na qual a falta de tempo e de saco me pouparam e vocês também de meus comentários -, eu imaginava que o Flamengo de quarta seria de quinta. No Mineirão e contra um Cruzeiro embalado, então... Para piorar, nosso comandante Mano Menezes ainda comete o risco imenso de pôr o time jogando num esquema que não teve sequer tempo para ser bem treinado. No que podia dar?

Veja se concorda comigo: pensando nesses fatores todos, podia ser pior. Muito pior. De forma alguma eu vou me conformar com a derrota - como nosso time pareceu fazer quando, aos 45 do segundo tempo, ficou dando toquinho pro lado -; mas o placar de 2 x 1 foi modesto diante da superioridade cruzeirense. Em boa parte do jogo, o time mineiro soube se aproveitar dos erros óbvios decorrentes da nossa falta de habilidade ofensiva e, sobretudo, da vulnerabilidade defensiva, que expôs nossa zaga constantemente a um mano a mano com o ataque rival. E, lembrando nosso hino, era só "Ai, Jesus".

Tá pouco? Tem mais agravantes, como a fase nula pela qual Gabriel passa; e uma outra injustificada escalação: a de Fernandinho, "talento" que, assim como Nixon, confirma-se partida a partida no mesmo nível de Negueba, Bruno Mezenga e Vinícius Pacheco. Nem Elias salvava. Como exceção, apenas Moreno tentava alguma coisa, e acabou sendo recompensado: na insistência dele, roubando bola do sempre amigo Dedé, aconteceu o evento mais inacreditável da noite: o gol de Carlos Eduardo. E foi só.

Te motivou para quarta-feira comparecer ao Maracanã? Pois talvez - talvez! - o gol do Cadu seja um sinal para seguirmos acreditando na classificação. Ou você pode se agarrar, ainda, nos gols perdidos do Cruzeiro como sendo outros sinais. O fato é que, na fria realidade numérica, a classificação está em aberto. Com um Maraca razoavelmente ocupado - alô, diretoria! -, a volta do antigo esquema e um Flamengo mais interessado - como os dos clássicos contra Botafogo e Fluminense -, dá pra chegar. Ou não?

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Falando em gás, o momento pós-gol do Cadu fizeram o Flamengo crescer... para então, cinco minutos depois, voltar a murchar. Esse time não está com os salários em dia? Não está no mata-mata de uma competição que vale título grande e vaga na Libertadores? Então, o que acontece?

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Mano, uma coisa: o Flamengo historicamente se ajusta a 3-5-2 tanto quanto a jogar para segurar resultado. Fica a dica.

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Notem que pouco falei da defesa. Mas aí eu pergunto e justifico: precisa falar muito?

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Gabriel, filho: banco. E treino. E Sustagen.

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Me assusta muito ver a falta de pontaria do time. Falta treino. Muito.

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Talvez hoje o Flamengo tenha tomado O gol mais bonito visto no futebol brasileiro neste segundo semestre. Pintura.

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E pra falar de gol, imaginem se o Cadu perde o dele. Seria papo pra nem pegar o voo de volta.

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Vale dizer mais uma vez: valeu, Dedé! E tua sorte é que o Mano não pôs o Rafinha...

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Pra encerrar, repito o pedido: diretoria do Flamengo, pense com carinho na hora de estabelecer o preço dos ingressos de quarta. O jogo decisivo começa aí.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Flamengo 1 x 1 Goiás - só valeu pelo golaço

Para um time que jogou em câmera lenta, um golaço em slow motion!




















É preciso pensar positivo: se não foi neste jogo contra o Goiás que tivemos o Flamengo atuando numa quarta como o faz nos fins de semana, pelo menos não foi o desastre das últimas vezes contra Portuguesa e Bahia. Nada de gol tenebroso sofrido aos 47 do segundo tempo, nada de... Bom, na verdade, o otimismo pára por aqui. Precisa explicar o motivo?

E que não venham me dizer que o "gol aos 47" da vez foi tomarmos um tirambaço de um sujeito dezenas de quilos acima do aceitável, porque o sujeito em questão, verdade seja dita, jogou e tem demonstrado jogar mais do que boa parte do nosso time. Senão vejamos: Cáceres anda muito mal das pernas; Hernane, depois de ter virado carrasco do Fluminense, mostrou que a carruagem virou abóbora - e, justiça seja feita, errados estamos nós em esperar categoria dele; Nixon segue sendo uma nulidade; e Gabriel continua abusando da extrema generosidade de Mano Menezes... Cada um na sua posição mas todos, todos abaixo da qualidade de Walter.

No primeiro tempo, gorda mesmo estava a impaciência com a ruindade coletiva. Elias provou que é mesmo o termômetro desse time ao fazer um primeiro tempo bem abaixo da (sua) média, com o resto do Flamengo consequentemente fazendo má apresentação. Nesta etapa inicial, Mano mostrou que sua aposta em Cáceres no lugar de Luiz Antonio não foi exatamente feliz, e a pegada do meio-campo que funcionou contra o Flu deixou a desejar. O placar a favor do Goiás só não foi maior porque, em um lance de infelicidade de Chicão - muito parecido, aliás, com o de Wallace que originou o primeiro gol de Rafael Sóbis na partida anterior -, o atacante goiano (que não era o Walter) desperdiçou. Ufa.

Veio o segundo tempo e o Flamengo voltou melhor - não por acaso, o mesmo aconteceu com Elias; mas foi de João Paulo, outro que deu uma melhorada, o belo lançamento que serviu Hernane, derrubado em seguida na meia lua. E aí veio o grande momento da noite: Chicão, numa batida cavada, pôs em câmera lenta uma bola à esquerda do goleiro que ainda beijou caprichosamente a parte inferior do travessão antes de morrer lá dentro. Coisa de quem entende muito do ofício de fazer gols de falta. Era o empate.

Dava tempo para mais alguma coisa, e até ainda tínhamos um restinho de futebol para melhores pretensões. Em dois lances quase chegamos lá. No melhor de todos, André Santos (outro que foi menos pior do que seus companheiros) meteu uma bolaça para Hernane, que demorou uma eternidade para chutar. O Brocador ainda perdeu outra boa oportunidade... e no finzinho, o Flamengo, talvez por medo da maldição do gol aos 47 minutos, ainda mostrou uma postura de time que estava ganhando, batendo aqueles eternamente irritantes "escanteios curtinhos" e tocando a bola sem maiores intenções ofensivas.

Ok. Não era coisa de time que estava ganhando: apenas uma equipe que pareceu estar satisfeita com um empate na casa do adversário depois de sair atrás no placar. Os jogadores, os pessimistas e os supersticiosos podem ter lá seus motivos pois, dessa vez, em vez de perder 2 pontos só deixamos de conquistá-los. Na dura matemática, porém, dá no mesmo...embora eu acha que tenha melhorado um tiquinho em matéria de performance Rubro-Negra de meio de semana. Só um tiquinho. Dá para querer mais.

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Longe de ser fã do Léo Moura - muito pelo contrário, inclusive -, mas o fato de querê-lo fora do Flamengo nunca me fez torcer para um zagueiro quebrá-lo em mil pedaços ou para ele se contundir sozinho mesmo, como o que acabou acontecendo hoje. Não seria hoje que eu faria diferente.

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Aproveitando, a pergunta para vocês: Digão ou Luiz Antonio na lateral direita? Eu aponto o segundo, sem dúvida; e acho que Mano fará o mesmo. Quem sabe Luiz não engrena por ali? Se bem que eu gostei bastante de sua atuação como volante no Fla x Flu...

Só sei que, nessa disputa pela vaga, fica evidente a falha em não termos trazido um outro nome para a posição...

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Felipe, Luiz Antonio, Chicão, Wallace e João Paulo; Samir, Elias, André Santos e Adryan; Rafinha e Moreno. Dadas as circunstâncias, eu testaria esse time.

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Quem herdará a braçadeira de Léo Moura? Apostas altas em Elias ou Chicão. Fico com a primeira opção. E você?

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Não perca a conta: faltam 26 pontos em 24 jogos para nos livrarmos de qualquer chance de degola...

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Que venha o São Paulo! Jogo de 6 pontos e com o delicioso bônus de empurrar o tricolor ladrão de taça das bolinhas ladeira abaixo.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Flamengo 3 x 2 Fluminense: uma virada com tudo o que temos direito

Brocador matou a pau!
















Quem acompanha, sabe: nos dias atuais há dois Flamengos. O do meio de semana, infelizmente, é desligado, meio apático. Parece cansado de jogar, e chega a cansar quem somente o vê. O do fim de semana, não: é mais a fim de jogo, mais "mordido". Não à toa, é esse o que encanta a torcida, e consegue as vitórias que queremos ver sempre...ainda mais em cima de um rival cheio de marra.

E se o domingo era especial por ocasião do Dia dos Pais, o Flamengo então resolveu caprichar no presente. Isso só foi possível, por mim, por duas coisas: 1º) um meio-campo matador; 2º) os atipicamente inspirados Léo Moura e Hernane.

Primeiro, falemos do meio. Como primeiro volante, Luiz Antônio me pareceu à vontade na função como nunca o vi. Além de mais atento ao longo de toda a partida, demonstrou finalmente ter perdido o pudor de, quando necessário, recorrer ao chutão. Soube alternar esse expediente com a sua boa saída de bola. Na frente, via o incansável motor-termômetro Elias centralizado - em nova partidaça, cada vez mais ídolo, defendendo, atacando, o escambau -; o estreante André Santos em belo retorno ao Flamengo pela esquerda, puxando marcação, chamando jogo e trocando figurinhas com Hernane e João Paulo; e, na direita, um Gabriel que, à exceção dos 10 primeiros minutos de jogo, esteve apagado. Mas aí havia Léo Moura em um dia espetacular - e assim, tínhamos variação e opção de jogadas nos dois lados do campo. Com trocadilho: aleluia, Léo!

Na frente, um Nixon em tarde de Nixon - ou seja, bem aquém do que se espera de um atacante Rubro-Negro - e Hernane em tarde de...bom, não era definitivamente tarde do velho e conhecido Hernane de todos nós. Foi outra parada. Ele foi exatamente o contrário de Gabriel: dos 15 minutos de jogo em diante, participou ativamente da partida, atuando decisivamente nos 3 gols: no passe pra Elias (na jogada que começou com André Santos), no biquinho para o terceiro... e na genial conclusão de letra no segundo, dando o arremate perfeito para a desbundante jogada de Léo Moura, canetando o pobre tricolete que o marcava. Lindo demais, para delírio dos que foram comemorar a data no Maraca.

Para não falar só de coisas boas, tivemos também a entregada de Wallace que quase nos deixa em maus lençóis ao dar a assistência perfeita para o primeiro gol de Sóbis; e Felipe em uma tarde abaixo da crítica. Na minha opinião, ele falhou no segundo gol dos tricoletes; outros, porém, acharam apenas falta de sorte do goleiro. O que importa, para mim, é que ele tem demonstrado uma crescente e preocupante insegurança - característica que nenhum goleiro pode ter -, espalmando bolas que, em outros tempos, ele encaixaria sem problemas. Para ele, um puxão de orelhas; para Wallace, um Chicão em seu lugar...

E para todos nós? A felicidade de eles terem sido exceções em um Flamengo inspirado e inspirador, bagunçando o jardim tricolor e mostrando a todos, no primeiro Fla x Flu do novo Maracanã, qual time é o verdadeiro dono daquele estádio.

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Sobre as oscilações do Flamengo, acho que o segredo para resolvê-las passa pelo acerto no meio-campo e pelo fim da maldição dos minutos finais. Se Mano repetir a escalação de hoje, acho que tem tudo para resolver o primeiro desafio...

A respeito do segundo, fosse em outros tempos, eu recomendaria um esporro na defesa, a começar pelo primeiro homem do time. Mas parece que Felipe tá precisando mesmo é de uma bela conversa para reencontrar os bons dias. O considero muito bom goleiro, e vejo plenas condições de que possa se recuperar. Mas esse papo muito sério precisa acontecer imediatamente, pois seu estado já é preocupante.

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Léo Moura e Hernane ainda devem muito. O lateral, então, deve demais. Quero ver fazerem a exceção vista nesta tarde de domingo se tornar regra. Alguém acredita nessa possibilidade?

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O que o Leandro Euzébio fez com o Gonzales foi tenebroso. STJD nele, Flamengo!

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Podem me achar empolgado ou sei lá o quê, mas acredito que João Paulo pode se beneficiar e muito com André Santos na meia esquerda. Acho mesmo que ele tem chances de evoluir - e se de fato ela existir, a hora é agora.

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Como falei no Twitter durante a partida, toda a paciência que pediram à torcida para o Carlos Eduardo deveria ser destinada ao Gabriel. O moleque não vem bem, mas cego de bola, definitivamente, não é. Agora, precisa treinar exaustivamente conclusões a gol; e incluir em sua rotina sessões de musculação e copos generosos de vitamina de banana com aveia.

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Aliás, Carlos Eduardo, quem?

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Flamengo 1 x 1 Portuguesa: abaixo a nossa LéoMourização!

Já virou uma rotina, e das mais pentelhas: os jogos do Flamengo no meio de semana estão de estourar qualquer saco. A mais nova decepção teve requintes de crueldade e, especialmente, de uma incompetência inaceitável para qualquer um que se diz profissional de futebol. E dentre os envolvidos na lambança do gol do goleiro Lauro está ele, Léo Moura, ex-jogador em atividade pela lateral direita, protagonista da cagada da vez e blindado pelos quatro costados por nossa diretoria.

Este mesmo Léo Moura, ao comentar sobre o gol adversário, não se furtou em sorrir (como você pode constatar no vídeo presente no link da matéria do Globo Esporte). Veja bem: sorrir por conta de quê? Com o quê? Para quê?

Não vou nunca saber. Nem boa parte dos Rubro-Negros que conheço. O desavergonhado semblante de conformismo irônico de nosso lateral é, na verdade, revelador demais. É a mais pura essência de um Flamengo que não tem nada a ver com o Flamengo: descompromissado e desculpista. Se você prestar bastante atenção, o que ele tá dizendo é praticamente um "dei azar" - ou, em outras palavras, "ninguém teve culpa de nada". 

Instantes depois dessa declaração, parte da entourage Rubro-Negra foi obrigada a ouvir o desabafo sincero e veemente desse tiozão aqui. Vale a pena o seu play, caso ainda não tenha visto: 




Tão contundente quanto relevante, o que esse tio disse nas entrelinhas foi um basta a LeoMourização do Flamengo. E como poderíamos definir o que há por trás dessa expressão? Como descrever esse movimento silencioso porém presente, que tanto mal já fez a nós e que pode nos ser ainda mais danoso, pernicioso, prejudicial do que já foi?

No jogo de ontem, claro que o melhor exemplo foi na fatídica jogada do gol de empate, cujo início podemos considerar o erro do bom Mano Menezes em, com um jogador a mais e contra uma equipe limitada, tirar um atacante para pôr um zagueiro, recuando o time. Como disse bem o Arthur Muhlemberg no Twitter, o Flamengo nunca soube, não sabe e provavelmente jamais saberá jogar para segurar resultado. E quis o destino que o zagueiro em questão, o jovem e promissor Samir, arrumasse um escanteio desnecessário que, cobrado, não teve a fundamental participação de Gonzalez do jeito devido, que levou a um micaço inominável do camisa 2. Nos três atos que compuseram a tragédia, a marca do descuido - e LéoMourização é, ao optar pelo medíocre, permitir-se um perigoso relaxamento.

Outro bom exemplo está nessa parada de dizer que o time está focado - um clichezaço insuportável que se torna ainda mais intragável quando não corresponde à verdade. Time focado não cede córner de bobeira. Time focado não toma gol de cabeceio de goleiro no escanteio. Time focado não deixa uma bola lenta como foi a do gol "resvalar" tranquilamente no corpo de um defensor e ir parar no fundo das redes. Por favor, vamos lá: qualquer um que conhece um tiquinho de futebol entende que, se não há mais time bobo, escanteio desnecessário não é coisa que se dê. Sabe que, em campo, jogador deve marcar jogador, e não a bola. Tem plena consciência, ainda, de que bola na pequena área é resolvida na base do chutão pra casa do Meirelles. E, aos 47 do segundo tempo, aí mesmo é que tudo tem que virar pé. Pé para dar botinada...especialmente em bola em slow motion.

Pior do que renegar essas obviedades é vir, na sequência, com a titica já feita, mandar o papinho de "agora aprendemos". Essa fala está lá, na entrevista do LM2, no finzinho da segunda resposta que ele dá,  - precisamente aos 21 segundos de vídeo. Deu preguiça de voltar nele? Deixa que eu transcrevo: "É bom que a gente agora fica antenado até o último apito para não ser surpreendido nessas bolas". Na boa: cadê o fato novo? Será que o time do Flamengo não viu exatamente isso ser provado a nosso favor há 2 rodadas, quando empatamos com o Botafogo? Se isso é novidade para alguém - algo de que duvido -, não o é para um jogador de 34 anos. LéoMourização é maquiar o velho como recente, a ladainha como algo inédito, a porrada costumeira como a primeira-vez-para-nunca-mais. 

Para finalizar minha descrição, de novo, o sorrisinho. Uma coisa é estar tranquilo; a outra é levar na boa o que é naturalmente indigesto pra quem tem o mínimo de comprometimento. No mínimo, fazer isso é revelar não possuir qualquer vínculo com o papel que presta (ou deveria prestar); ou, para tentar ser minimamente ingênuo e generoso, ter uma soberba disfarçada de segurança, de que "tá tudo certo, calma que a gente vai chegar lá, nada de mal nos acontecerá". Quanto engano em palavras e em postura. Numa hora e numa situação destas, esta empáfia só é permitida aos torcedores, nas folclóricas resenhas com os rivais. Profissional de futebol não pode se comportar assim, diante de câmeras, do espelho, dos colegas, dos torcedores. LéoMourização é, também, não assimilar os golpes da forma que eles precisam ser absorvidos, por um mínimo de vergonha na cara diante da Nação.

E é por isso tudo que os gritos de revolta, de alerta e de indignação do coroa do outro vídeo estão certos. O jogo de ontem precisa ser um alerta em diversos níveis, para diversas coisas. É preciso mais foco. É preciso menos desculpas. Nos casos de falha, é preciso reflexões mais sérias, em atos, palavras e até nas feições. É preciso parar de achar que os erros se corrigirão "com a natureza" sem que se faça um esforço verdadeiro para isso - seja no ajuste da marcação, no preço do ingresso ou na decisão de que o Flamengo e torcida precisam estar mais juntos e em casa.

A LéoMourização tem que ser banida da Gávea, e pra ontem; e começar com a saída do seu "muso inspirador" seria uma ótima. Ou isso, ou teremos que pedir ao chefe do tiozão pra liberá-lo para comparecer a tantas outras chegadas melancólicas do Flamengo. Mas garanto que você, assim como eu, escolhe a opção nº1. Basta!

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Não quis falar da partida em si porque foi feia de doer. Chata demais.

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Verdade seja dita: jogo que teve gol de João Paulo (ainda que de pênalti) só podia mesmo acabar de forma bizarra.

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Hernane - o artilheiro dos gols de um só toque na bola - perdeu dois, dos quais pelo menos um eu acredito em que Moreno faria. O boliviano já está fazendo falta.

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Se as quartas estão difíceis, que o Fla x Flu confirme os domingos como sendo dias mais felizes para a Nação.

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Cadu inexistente, Gabriel apagado... E o nosso camisa 10, hein? Não vai chegar não?

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Flamengo 3 x 0 Atlético-MG: time mudado, freguesia mantida


















Nada como um jogo após o outro. Ou melhor: por mais que nunca seja necessária, às vezes uma atuação vergonhosa serve para fazer uma equipe acordar e jogar com mais brios, mais vontade, mais tudo. O Flamengo que vimos na tarde deste domingo cozinhar nosso velho freguês mineiro à cabidela felizmente não teve nada a ver com o confuso, perdido e apático time que virou acarajé baiano na quarta...

Porém, não dá para dizer que foi só por conta da garra e do tesão que veio a boa vitória contra o Atlético Mineiro. Antes de qualquer coisa, é importante lembrar que o time adversário estava bem desfalcado de peças importantes, como Jô, Bernard e aquele de quem não se deve dizer o nome; por outro lado, nem vou falar de ressaca de título da Libertadores porque lá se vão três rodadas e não temos nada a ver com a festa alheia. Querem festejar? Ótimo. Jogador amarelão quer se esconder da partida? Melhor pra gente - e foi.

E para ficar ainda mais bacana, finalmente o Flamengo entrou reforçado da ausência de Carlos Eduardo - e isso fez uma diferença astronômica a nosso favor. Não conheço um torcedor Rubro-Negro que ainda sustente qualquer argumento de paciência quanto a uma cada vez menos provável volta por cima de nosso pseudo-astro. Neste domingo, ele esteve onde acredito piamente que deva ficar: de fora. Li pelo Twitter que rola um papo de que os russos aceitam devolução até o fim deste mês. Se isso for verdade, que façamos logo essa entrega!

O Flamengo não teve Carlos Eduardo mas lá estava Nixon. O atacante que, para mim, é da melhor escola BrunoMezenguística (ou ViniciusPachequística) de enganação na frente, quem diria, hoje esteve bem: fez um gol, deu assistência para outro e só para sustentar meu desgosto em relação a ele, perdeu uma chance sensacional com o gol vazio. Mas é isso aí: quero mais é que ele queime minha língua mesmo pois, se já vi tanto craque não fazer nada ao vestir o Manto, por que não posso ver uns perebas mandando bem? Não só aturo como agradeço.

Quem também esteve muito bem foi Luiz Antônio. Creio que, com uma sequência na titularidade e jogando de segundo ou terceiro homem de meio de campo, evoluirá e amadurecerá. Como sempre digo, joga de cabeça erguida, tem bom passe, e está cada vez mais mostrando personalidade, passando bem e concluindo bem e sem temor. Torço para perder o defeito de se desligar de vez em quando da partida; e penso em que isso vá acontecer à medida em que tiver o prestígio de seguir jogando ao lado de Elias, com quem pode aprender, e muito.

Aliás, um parágrafo só para ele. Elias corre o campo todo, combate, passa bem, chuta idem, e já tem uma evidente ascendência sobre o resto do time. A melhor contratação da temporada é o termômetro do time Rubro-Negro, e voltou a jogar uma partidaça. Se continuar assim, a condição de ídolo é questão de tempo - muito pouco, inclusive.

E os demais jogadores do Flamengo? Tirando o hors-concours negativo Léo Moura, jogaram direito também, à exceção de Cáceres. Trazido com credenciais de atleta de bom nível técnico, ele não tem estado à altura de sua função. Se por conta de suas contusões ou por uma simples deficiência natural, o lance é que ele não tem dado à zaga a proteção devida. Já que Chicão está chegando aí, uma possibilidade: por que não testar o jovem e bem falado Samir como primeiro volante? Eu acho uma boa...

No mais, falando em boas e do que temos para o momento neste fim de domingo, a melhor mesmo é constatar que velhos hábitos não mudam...e antigos fregueses, também não. Galo, você pode ser campeão para as negas paraguaias; pra gente e em nossas mãos, vai continuar sendo o mesmo prato típico mineiro de sempre.

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O que também conspirou a nosso favor foi a construção do placar de 2 a 0 em menos da metade do primeiro tempo - mérito de um início frenético que pode e deve ser repetido sempre; no entanto, aquela velha mania de recuar após construir uma boa vantagem como quem parece dar-se por satisfeito tem que ser abandonada e precisa ser eliminada por Mano de nosso time. Em diversos momentos, especialmente no começo do segundo tempo, o Flamengo afrouxou a marcação, dando espaço de campo ao Atlético e deixando nosso adversário gostar do jogo. Não pode.

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É sempre bom ver a parcela brasiliense de nossa Nação recompensada pelo Flamengo. Os caras fazem a festa no Mané Garrincha, e não merecem nada menos do que sair sempre com o gosto da vitória. Mais uma vez, bravo!

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Muita gente implica com a totalidade da caipirada de nosso elenco. Eu salvo ao menos um: Paulinho. Não é craque mas não é cego de bola, é veloz e, diferentemente de Carlos Eduardo, por exemplo, merece ser banco do Flamengo; e se é jogador de um tempo só, que seja no segundo, para testar sua já folclórica correria contra o possível cansaço dos adversários que já tiverem com uma etapa jogada. Hoje, por exemplo, deu certo.

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Diretoria, não bobeie: jogo contra a Portuguesa na quarta à noite é para pegar embalo e abrir o apetite Rubro-Negro para o Fla x Flu de domingo que vem. Por isso, se houver tempo ou recurso, reveja esse ingresso de preço mínimo a R$120. De novo: é quarta à noite. Temos que ter o máximo de representantes da Nação por lá. Vamos maneirar no olho grande....

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Flamengo 0 x 3 Bahia - para que não se repita





















É preciso dispensar quem não tem condições - e não são poucos, dentro e fora do campo.

É preciso despertar a paixão dos que têm condições de ficar. Ou, ao menos, mexer com o brio deles. Aqui é Flamengo. Cada jogo, independentemente de fase, é o primeiro, é o último; e tatuar no cérebro e no coração destes remanescentes que nossa história é construída por Almires Pernambuquinhos, Rondinellis e Angelins. Dar o sangue. Para vencer, vencer, vencer, fazer vir o lutar, lutar, lutar.

É preciso contratar. Urgentemente. Sem meter pés pelas mãos, mas contratar. E ser criativo nisso. Buscar mercados novos, fugir das velhas raposas felpudas que adoram sequestrar clubes. Não é possível que não haja opções boas.

É preciso chamar a torcida para jogar junto e perto. Querer lucrar? Claro; mas sem cegueiras nem negações ao que somos na missão de povoar estádios. Agir estrategicamente, fazendo o estádio ser pleno de público e de Flamengo. É assim que a magia sempre aconteceu de verdade, que a alquimia sempre esteve presente. Com a mistura, da mescla, sempre se fez a nossa massa. Não tem como mudar.

É preciso jogar junto com a Nação. Se governar apenas ao sabor dela é impensável, igualmente inadmissível é ignorar o que ela diz - especialmente em se tratando de uma diretoria que, na posse, reconheceu sua vitória como sendo "de dentro para fora".

Essencialmente, essa faz parte de uma outra importantíssima necessidade: é preciso não se omitir de forma alguma. Nem do diálogo, nem da presença... Do dever surgido da confiança que foi depositada, enfim.

Precisar, enfim, é sintoma de carência. Hoje, o Flamengo mostrou estar muito, muito carente. E tudo o que não precisamos neste ano em que evidentemente inicia-se uma renovação, um resgate, é de uma apresentação deplorável, tão distante do que somos e do que os que lá estão devem ser, como foi a de hoje diante do Bahia.

Precisamos. Precisamos muito - e para ontem.