Google+ Mil Vezes Flamengo: agosto 2014

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Flamengo 0 x 3 Coritiba - um amargo veneno
















Certas composições são mortalmente venenosas. No Brasil, a de manga com leite, embora seja das mais famosas, não passa de lenda quanto ao seu perigo; porém, juntar reservas de qualidade questionável com titulares improvisados pode realmente ser letal, como nos provou a noite desta quarta.

Vanderlei Luxemburgo trouxe a campo para este jogo de ida das oitavas da Copa do Brasil um time composto por esses dois "ingredientes" fatídicos. Aos poucos e por partes, listando seus representantes: Luiz Antonio mal vem rendendo no meio, quanto mais na lateral; Samir, de volta, não poderia ir para a lateral esquerda "de cara" - seria melhor companhia a Marcelo do que Chicão; não é preciso ser gênio para saber que Márcio Araújo e Amaral não dariam a segurança de que precisávamos; que Eduardo da Silva ainda não consegue segurar a onda como titular. De Nixon, então, prefiro nem falar...

Enfim, o Flamengo dos últimos jogos saiu de cena, sendo substituído por uma zorra totalmente alinhada com a lamentável intenção de desprezo da competição sinalizada por Luxa. Ruim?

Dava para ficar pior. Ainda tivemos uma noite lamentável de boa parte de diversos jogadores que são uma espécie de "meio do caminho" entre o banco e a titularidade. Dois deles, Lucas Mugni e Marcelo, estiveram em uma noite totalmente esquecível: o argentino não acertou absolutamente nada do que tentou, complicando lances simples e insistindo em lançamentos descalibrados, enquanto o zagueiro dificultou barbaramente a missão para o jogo da volta ao cometer um pênalti idiota.

Tendo como adversário um time literalmente desconjuntado, o limitadíssimo Coritiba, que foi freado por um misto de espírito de luta do oponente, de incompetência própria e de sorte RubroNegra no primeiro tempo, no segundo não conseguiu resistir à tentação das brechas dadas pelo Flamengo e fez seu placar. O gol final, já no apagar das luzes, foi mais do que um requinte de crueldade: foi a diferença entre uma derrota "normal" e uma quase-goleada difícil de engolir.

Por isso, agora cabe a Luxemburgo reverter a mistura desastrosa desta primeira partida e, sobretudo, rever sua opinião em relação à Copa do Brasil. Que ele não duvide: para quem veste RubroNegro, receber uma possível eliminação como esta de forma tranquila, quase desejosa, é dos venenos mais indigestos.

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Quer mais? Luxa até poderia ter tentado consertar - com considerável chance de êxito - boa parte do equívoco da escalação no intervalo se ao menos recompusesse o meio (com Cáceres e Canteros) e a lateral esquerda (tirando Chicão, trazendo Samir pra lateral e pondo João Paulo no jogo). Mas não foi a escolha dele.

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Até Canteros foi mal.

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Nunca houve, há ou haverá algum lado bom numa derrota do Flamengo; porém, ela certamente reduz as chances de algum empinar de nariz de Luxemburgo - ainda mais num fracasso diante de um time fraco como o do Coxa.

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Um resultado positivo sobre o Vitória ganhou uma importância ainda maior: somar mais 3 pontos, elevar a moral da tropa e, quem sabe, motivar Luxemburgo a reavaliar seus conceitos para escalar os titulares na próxima quarta para empolgar a torcida para o confronto no Maracanã. E falando nele...

RubroNegro que mora ou estará no Rio na semana que vem: é hora de entrarmos mais uma vez em campo. Todos estamos convocados e, se lá estivermos, do jeito que sabemos jogar, podemos virar essa partida.

Duvida? Eu, nunca.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Flamengo 2 x 0 Criciúma - três palavras

















Eu fiquei doente, meu computador adoeceu em seguida e, assim, o blog ficou sem posts por um tempo. Mas o que mais importa quando, nesse período, o Flamengo resolveu iniciar uma reabilitação tipicamente RubroNegra?

Desde o último post - o do fatídico jogo contra a Chapecoense - foram nada menos do que 4 vitórias seguidas do Flamengo. Todas elas marcadas por três palavras que, para mim, sintetizam esse nosso momento:

A primeira delas é Nação. Se há 118 anos é nosso maior prazer acompanhar aqueles que vestem vermelho e preto, nos momentos de necessidade nós entramos em campo para valer. É como se a crise soltasse no ar uma espécie de batsinal; e lá vamos nós lotar os estádios e arremessarmos alma, voz e palmas no gramado. Das arquibancadas, em cada grito, em cada canto de incentivo, dizemos: "Nós não vamos nos render. Nós não vamos nos entregar. E se vocês não se entregarem também, juntos venceremos tudo e todos". 

Quando essa mensagem é de fato assimilada por nossos jogadores, a magia acontece, como vem ocorrendo. As fáceis bolas perdidas de outrora agora são divididas; as vaias que, mesmo poucas, podiam abalar, transformaram-se em aplausos não somente aos êxitos, mas ao esforço - e nisso tornam-se aditivo para mais suor, mais dedicação, mais inconformismo diante de um resultado ruim. E isso impulsiona o time em direção à segunda palavra: confiança.

Neste momento do Flamengo, é a torcida que faz essa confiança acontecer no time, no coração e no espírito de cada jogador. Não se pode subestimar o poder da confiança, seja na vida, seja numa partida de futebol. Muitas vezes, é ela a diferença entre um passe infrutífero e um chute perigoso; entre um drible e uma bola perdida; entre o quase e o gol. 

O Flamengo das últimas rodadas é um time embalado pela crença em que ele mesmo pode mais, apesar de muito de sua história recente não ir pelo mesmo caminho. E que se dane, pois a confiança é algo tão espetacular que é das poucas coisas que abrem mão de qualquer racionalidade, podendo mesmo assim fazer pessoas e grupos operarem milagres. O bom que desconfia de si não chega à esquina, e certamente será ultrapassado pelo medíocre que confia em que pode mais. Não é à toa que o futebol é essa grande metáfora para a vida. Pois bem: hoje o Flamengo acredita em si - e isso faz uma diferença colossal; porém, no nosso caso, não toda.

Por fim, a terceira palavra: organização. Inegável não ver que o Flamengo de Luxemburgo é mais acertado em campo. Ainda há buracos, lapsos a serem corrigidos, mas a torcida tem a clara noção de que é um time que ocupa melhor os espaços em campo e, sobretudo, que deixa menos o adversário ocupar os dele. 

O que temos para este momento especial,  e que certamente o explica na maior parte, é a união desses 3 fatores. É com eles que esse Flamengo carente de estrelas, de um futebol vistoso e de pretensões de título, pode chegar ao seu grande objetivo nesse Brasileirão: chegar ao fim dele sem sustos, mantendo nossa fama de incaível. Caso siga desta forma, esse será um destino fácil de ser alcançado. Basta querer.

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Nem falei especificamente do jogo contra o Criciúma, então lá vou: pelo que pude ver no primeiro tempo, achei o time combativo, sem medo do efeito "jogo na casa do adversário". A bola no travessão do Léo Moura, então, teria sido sem dúvida um dos gols desse campeonato.

No segundo tempo, depois de um começo com muitos espaços para o Criciúma no meio, recuperamos a qualidade de bola com as entradas de Mugni e Eduardo, como aconteceu no segundo tempo de Flamengo x Atlético, inclusive. O croata não tem só estrela: tem bola também. E quando tiver físico para jogar a partida inteira, amigos...

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Tranquilidade do Mugni na cobrança de pênalti foi bacana também. Além de ter mostrado aquela palavrinha já citada acima - a segunda...

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João Paulo não é craque, tampouco bom jogador; mas isso é tão certo quanto a evolução dele. Ainda falha, mas pelo menos agora acerta cruzamentos e bons passes - teve participação decisiva no lance do segundo gol de ontem, por exemplo. Boa!

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Já que fiquei tanto tempo sem postar, não posso deixar de falar da clara ascensão do rendimento físico da equipe. Méritos de Alexandre Lopes, preparador do Flamengo.

Ainda nesse assunto, o grande trunfo do Éverton é justamente esse. É, de longe, o mais bem preparado jogador do time - e acho que isso explica a subida de rendimento dele nas segundas metades das partidas. Que siga assim.

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Próximo jogo do Brasileirão é contra o Vitória de...Ney Franco. Si, se puede! Mas antes, novo confronto com o Coxa pela Copa do Brasil. Será que Luxa vai pôr time reserva? A conferir.

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E, embora já tenha falado dela, não posso deixar de render palmas à torcida - de longe, o melhor jogador do Flamengo. Que show. Que orgulho. 

domingo, 3 de agosto de 2014

Flamengo 0 x 1 Chapecoense - poucas palavras


















Em uma situação de extrema fragilidade - ou seria debilidade? - como o atual, é preciso ser prático. Pra mim, o resultado de hoje está especialmente na conta de dois jogadores: Paulo Victor e Alecsandro.

Bastava o primeiro tempo para entender que é inadmissível o Flamengo ter Paulo Victor como reserva, quanto mais titular. Além de exalar insegurança por cada poro, ainda é capaz de tomar um gol absurdo como o de hoje. Não dá.

Também não é possível, por conta de um misto de afobamento e preciosismo, desperdiçar as poucas chances de gol que tivemos como fez Alecsandro. Nosso centroavante é rodado demais para não driblar o goleiro quando este sai atabalhoadamente como num lance de segundo tempo; ou, ainda, para tentar matar a bola com o braço diante de caras e câmeras. Lamentável.

Mas nada, nada pior do que escrever sobre uma derrota do Flamengo frente a Chapecoense. Até porque, no fim das contas - literalmente - é isso o que importa.

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Alecsandro e Paulo Victor tiveram coadjuvantes na infelicidade: Muralha segue uma nulidade. Éverton erra demais. Luiz Antonio, também.

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Pra não dizer que não vi coisas boas, gostei de Canteros e da entrada do Eduardo da Silva.

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Se Hernane ainda é jogador do Flamengo, por que não entrou?

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Todo grande time começa por um bom goleiro...e o contrário também se aplica. Abre o olho, Luxemburgo! Põe o César pra jogar!

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E agora, o que fazer? A minha parte eu farei: domingo que vem, às 16h, estarei no Maracanã pra empurrar o time contra o Sport. Se você puder fazer o mesmo, faça. Não podemos nos privar da chance de entrarmos em campo.