Google+ Mil Vezes Flamengo: outubro 2014

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Flamengo 1 x 0 América-RN - o exemplo de Gabriel


















Quem, do Maracanã ou da TV, viu o jogo desta quarta feira, vai me entender bem: eu queria muito poder não falar uma sílaba sobre o primeiro tempo de Flamengo x América-RN - seguramente o mais feio, morrinhento e sonolento que presenciei no Maracanã em 2014 -, mas ele serve para ilustrar a pequena grande mudança promovida na segunda etapa.

O Flamengo não é um time brilhante. O Flamengo jogou no domingo contra o líder do Brasileirão. O Flamengo enfrentaria nesta quarta e, tendo a vantagem do resultado, um adversário de menor expressão e cheio de desfalques. Informações que bastariam para supormos que havia uma grande chance de não vermos exatamente um time cheio de sangue, de tesão, disposto a estraçalhar o adversário assim que a bola rolasse; por outro lado, também não precisava ser do jeito que foi. Mas não mesmo.

Se o Flamengo, à exceção de alguns jogadores, é um time lento - e por isso relativamente fácil de ser marcado -, quando abre mão de qualquer tentativa pelas pontas, aí mesmo é que a coisa azeda. Léo Moura e João Paulo não aproveitavam os corredores que com certa frequência o América nos deixava. Para piorar, até mesmo o azougue Éverton não andava bem. Fatos de, repetindo, um primeiro tempo sofrível.

No intervalo, o santo esporro luxemburguês deve ter comido solto, pois o time voltou com outra postura fisico-mental-espiritual e, em 5 minutos de jogo, fez mais do que nos 45 minutos anteriores completos. E nessa mudança, um cara se destacou: Gabriel.

Alto lá. O meia baiano não reinventou a roda, muito menos fez chover no Maracanã. Nada disso. Tudo o que Gabriel fez foi se propôr a aproveitar um espaço que lhe surgia sobretudo na parte direita do nosso ataque, resolvendo encarar os metros e metros que se abriam à sua frente para de fato desbravá-los como ninguém havia feito em qualquer dos flancos. Isso porque é mistério costumeiro, digno de Globo Repórter, a dificuldade frequente nossa, especialmente de nossos laterais, em não avançar pelos espaços livres que veem. Pois então: Gabriel resolveu contrariar essa pasmaceira; e, assim, mudou os rumos da partida.

Com esse ajuste, Gabriel não só se tornou uma solução para Léo Moura, fazendo boa dupla na direita, como ajudou a abrir oportunidades para João Paulo e Éverton na esquerda, quando a marcação em seu setor se reforçava e buscava auxílio dos colegas para inverter jogo. Embora tenha sido (positivamente) mais insistente pela direita, por capricho e - mais uma vez - aproveitamento, foi numa jogada que começou com ele do meio servindo Éverton na esquerda que a sorte lhe sorriu.

Ousadia? Inovação. Nada. Gabriel apenas entendeu a oportunidade. Correu, achou espaços no campo, e fez seu espaço na partida ser decisivo. Não à toa, saiu recompensado com o gol da vitória; e foi assim que o Flamengo, que não fez nada para merecer um resultado positivo na primeira metade do confronto com o América, trouxe para si um placar justíssimo pela segunda em que, efetivamente, resolveu jogar para ganhar. Não deveria ser assim sempre?

Você não precisa responder. Por ora, basta comemorar. Celebremos: estamos nas semis!

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Boa partida também de Paulo Victor - em que fez pelo menos duas defesas importantíssimas, garantindo a vitória - e do sempre lutador Cáceres.

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Luxa disse que não poupará ninguém no Brasileirão? Boa!

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Toda a força e desejo de pronta recuperação a Alecsandro.

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E eis que surgimos numa semifinal, tendo pela frente um velho freguês... Pode vir, Galo! E que o primeiro jogo seja lá. Sorteio é na sexta.

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Mano Menezes, boa pipoca para você que vai ver de casa!

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Gabriel, se você quer mesmo ser o Éverton do setor direito, a hora é essa.

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Demais a galera vendo pelos telões do Maraca o basquete do Flamengo em Orlando enfrentando o Magic. Parabéns pela iniciativa, Flamengo! E parabéns ao Orgulho da Nação. O "Campeão de tudo" está sendo um bom adversário em sua primeira pré-temporada de NBA, e os oponentes têm sido um aprendizado e tanto pra nós.

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Flamengo 1 x 0 América-RN - apenas a metade do caminho


















Confesso que não sabia muito o que dizer para justificar um post sobre essa magra porém importante vitória do Flamengo fora de casa além do placar em si - do qual já falei em menos de 140 caracteres; mas aí foi só esperar a coletiva do Luxa para saber que ele disse que não tem nada encerrado, que um outro time aí já achou que a parada tinha sido resolvida contra esse mesmo adversário e acabou protagonizando uma lambança vergonhosa no Maraca, que por conta disso o Fla precisa ficar bastante ligado...

Longe, muito longe de ser uma novidade o que foi dito pelo nosso técnico; mas é uma velharia que precisa ser martelada - e aí este post fez mais sentido.

Ao mesmo tempo em que o alerta do Luxa é muitíssimo válido, hoje penso que o Flamengo, pelos exemplos próprios e por alguns alheios, já está bem cascudo em matéria de não dar mole para deixar resultados nos escaparem das mãos e dos pés. Há mais sagacidade do que em outros tempos (recentes), quero acreditar, mas há também o mínimo de futebol e preparo físico para tal.

Se tivermos a dupla Cáceres e Canteros em campo, se conseguirmos - como na noite dessa quarta - manter a pegada da marcação os 90 minutos, e se houver um pouco mais de inspiração ofensiva, a classificação para as semifinais poderá e deverá ser bem tranquila.

Ah: e que bom que o mesmo Luxa que encerrou bem seu expediente havia começado da mesma forma, escalando um time quase titular. Para mim, é isso o que deveria fazer, e é assim que deve agir também no sábado, no duelo contra o Santos.

Ligeiramente diferente da situação no Brasileirão, o mar em que o Flamengo navega na Copa do Brasil é de tranquilidade; no entanto, o rápido e traiçoeiro time do América pode fazer a maré virar radicalmente. Por isso, o lema que poderia motivar o comportamento do time no jogo da volta poderia ser aquele de uma música do Radiohead: "Sem alarmes e sem surpresas, por favor" - até porque o adversário vem doido pra repetir o feito de se dar bem no Maracanã, e nossa vantagem existe mas, relembro, tem o físico de um Iranildo.

Ok, Flamengo?

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Canteros, Cáceres e Gabriel, para mim, os melhores do jogo contra o América. Os piores? Luiz Antonio e Alecsandro.

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Batemos o recorde de público da Arena das Dunas. É: mais um.

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Virando a chave e falando de Flamengo x Santos: para o jogo de sábado, de modificações no time, faria duas. A primeira seria promover a entrada de Wallace, caso ele esteja em condições de jogo. Hoje, Marcelo e Samir foram razoavelmente bem, mas tiraria Samir. Motivo: o retrospecto de pouquíssimos gols sofridos da dupla Wallace e Marcelo, dupla de zaga menos vazada do Flamengo na competição.

A segunda modificação? Claro: a entrada de Eduardo da Silva no lugar do Alecsandro.

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RubroNegro, não se esqueça: neste fim de semana, temos uma obrigação cívica: todos ao Maracanã!