Google+ Mil Vezes Flamengo: setembro 2014

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O mundo é (novamente) nosso!


















Não é uma cesta nem um rebote: é uma roubada o lance que não sai da minha cabeça e do meu coração de campeão do mundo. Benite, em um bote espetacular no não menos incrível Jeremy Pargo, tomando-lhe a bola, partindo garrafão adentro e fazendo a cesta.

Um amigo que assistiu ao jogo comigo me disse logo após o lance: "Depois dessa bola, seremos campeões" - e ele estava certíssimo.

Naquele momento, nosso time trouxe em definitivo para si a confiança plena; a torcida pôs todos os pés em quadra; e o que aconteceu dali em diante confirmou o que estava nos sonhos e nos projetos de todos nós: Flamengo, campeão mundial de basquete.

Cá estou eu, digitando essas palavras na madrugada de domingo para segunda, acabado de cansaço e de sono, mas imensamente feliz por ver que cada glória deste nosso time é causa e consequência de um trabalho duro, de planejamento bom, de espírito de equipe, de garra e de talento.

"Xodó" é carinhoso, "Orgulho" é ainda mais fiel mas, para mim, nenhuma dessas duas palavras, embora sejam usadas com a maior das justiças, consegue de fato definir o basquete RubroNegro.

Para mim, melhor seria apenas tirarmos a preposição; e, sem ela, surge um adjetivo que para mim é o ideal: o Basquete do Flamengo passa a ser Basquete Flamengo. Só mesmo essa palavra para dizer de forma tão breve o incalculável, o intraduzível, o incomensurável mas, ao mesmo tempo, tão facilmente compreendido e sentido por 40 milhões de apaixonados.

Flamengo. Uma palavra que traz tantos sentidos, tantas emoções que explodem num apito final, numa zerada de cronômetro. Feita para ser o tema maior de multidões extravasando em carnaval, em festa, em uma invasão que tão bem simboliza em imagem o fato de que time e torcida são uma só força. Uma poderosa conjunção que, desde 1895, faz saber a alegria de ser RubroNegro a este mundo inteiro. E hoje, mais uma vez, este mundo é RubroNegro.

Parabéns, Basquete Flamengo. Parabéns, Flamengo.

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Crédito das fotos: página oficial do Flamengo no Facebook
Nico e Meynisse, monstros! Nossos melhores em quadra, sem dúvida.

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Hermann já é Flamengo, não? E que cena a dele, olhando do alto da cesta aquele mar de gente e se misturando a ele em coração e braços erguidos. Demais!

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Fica, Marquinhos!

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Curti o reconhecimento da torcida ao grande adversário que tivemos pela frente. O Maccabi é um senhor time, comandado por um (senhor) diabo chamado Jeremy Pargo que não deixou de nos infernizar quase nunca. Estão de parabéns pelo que fizeram, e só engrandeceram ainda mais nossa conquista. Voltam pra Israel de cabeça erguida.

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Aliás, seria sensacional ver Pargo com o Manto!

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Gostei muito também de ver quase o time todo sendo utilizado. Maneiro termos tido a participação de Felício e de Danielzinho! 

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Mal conquistaram o mundo, e lá vão os heróis para mais um grande feito: fazerem do Flamengo o primeiro time sulamericano a fazer a pré-temporada da NBA. Certeza de que irão fazer bonito!

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Meus agradecimentos à direção do Flamengo e, em especial, à brilhante equipe do Vice Presidente de Esportes Olímpicos Alexandre Póvoa. Valeu demais, Vido, André, Neto e demais. Vocês merecem muito!

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E agora? Agora, o desafio é nos mantermos do topo de tudo. Não vai ser fácil, mas nada é impossível para o Basquete Flamengo.
 

sábado, 27 de setembro de 2014

A preleção de um torcedor





Foi só a primeira partida. Os primeiros quatro quartos de oito. Só estamos a três pontos deles - e isso, no basquete, não é nada. Ao menos agora, é muito pouco. Pouco demais, especialmente para vocês, que tanto já fizeram nesse caminho.

Por isso eu falo agora. Ao falar com todos, que a mensagem reverbere em para cada um; e ao falar individualmente, que as palavras sirvam também para os demais. Cada uma que contibuir para um esforço adicional, um toco ou um rebote a mais, um ponto extra, vale. Tem que valer. Temos que fazer valer.

Marcelinho, começo contigo. Você sabe o que é o Flamengo. Você é referência dentro deste time. Por isso, faça essa experiência jogar ao nosso favor. Pense melhor as jogadas. Escolha melhor quando chutar - e, quando o fizer, confie na mão que nos deu tantos e tantos pontos nessa jornada. Seja decisivo - e ser decisivo nem sempre é fazer de 3.

Laprovittola, sem nervosismo. Você é nosso principal homem de criação, e mostrou mais uma vez do que é capaz na primeira partida; no entanto, sabemos que você pode mais. Conte com os homens de frente. Cobre deles para que deem condições a você - e que você seja cobrado também por eles - afinal, eles sabem que você dá conta. E quando não der para eles, siga você mesmo até a cesta. Estamos com você.

Hermann, já deu para entender o quanto você tem a contribuir com o nosso time. Você é novo nessa história de Flamengo - e na história do Flamengo - mas, tenha certeza, não chega a este momento por acaso. Mostre sua raça para cima do Maccabi, e faça deste segundo jogo o melhor início de trajetória que um jogador do Flamengo poderia ter.

Meynisse, você, que em tão pouco tempo já virou carioca, é hora de ganhar esse clube de vez em seu coração. Entre com a disposição de quem não aceitará perder uma só bola. Confie nos seus ganchos e rebotes como um devoto em seu deus. Grite quando precisar. Faça trovejar o tempo todo dentro do garrafão. O jogo passado foi apenas um aperitivo, e agora é a sua vez. Seja novamente o MVP de uma nova decisão.

Olivinha, o que dizer a você? A cada cesta perdida, esbraveja consigo; a cada convertida, vibra com a gente. És o coração deste time, xará. A vibração da nossa equipe. Seus litros de suor, sua emoção incontida serão mais importantes do que nunca. Traga o seu melhor basquete, e tudo o que esse imenso coração pode pulsar.

Benite, você é muito especial para esse time. O quanto sentimos falta de sua presença em quadra pelo tempo que ficou se recuperando! E está claro para todos nós que voltou em alta. Seu basquete é matador, e sua atuação no primeiro jogo foi digna do seu melhor jogo. Neste domingo, nossa confiança em você é plena, pois, assim como meu xará, joga cada partida como se fosse o última. Que neste domingo não seja diferente - e certamente não o será.

Caracter, que surpresa! Que incrível surpresa. Se a sua vida no Flamengo irá durar 5 partidas apenas, não importa: faça valer a pena - como, inclusive, já começou a fazer na noite desta sexta. E prepare-se para a torcida que irá lotar a Arena neste domingo. Ela irá te fazer entender definitivamente porque somos chamados de "Nação" - e essa multidão gritará o seu nome como talvez você nunca tenha ouvido. You already are part of us. 

Gegê, confiamos demais em você e em seu Rubronegrismo! Seu basquete, carisma e personalidade são inquestionáveis. Jogue o seu e ponha em quadra a sua visão de jogo. Teu futuro no Flamengo é longo, e este é apenas um capítulo de uma história que ainda há de ser muito longa e merecidamente brilhante, cara.

Felício, Chupeta, Diego, Douglas: jogando ou não, vocês fazem parte dessa história. Nós reconhecemos isso. Se tiverem que entrar, confiem no que vocês sabem fazer e, tenho certeza, farão o melhor, e serão aplaudidos e incentivados por isso. Vocês são o nosso futuro.

E, Marquinhos, deixei você para o fim. Pare, pense e reflita no que você já trouxe para o Flamengo, no que este clube representa na sua carreira, e nas tantas alegrias que você nos deu. Seus feitos ficarão para a eternidade desse clube, mas os grandes ídolos do Flamengo são aqueles que conseguiram somar as vitórias aos ideais RubroNegros de humildade, lealdade ao vermelho e preto e aos companheiros de time. Viva isso, pois isso é o seu agora. Faça esse agora ser espetacular. Jogue por cada um de seus colegas, e que eles joguem por você. De cima, do lado, estaremos jogando contigo. Deseje isso, e assim será.

Senhores, ao meio dia de domingo temos uma refeição. Vamos almoçar o Maccabi. Vamos negar a Jeremy Pargo e seus colegas o direito de respirar. É prato cheio, e para cada um. É para todos nós. É para Algodão. Para Guguta. Para Cadum. Para Oscar. Para os herois de sempre. E é em honra a cada jogo que fez e faz parte dessa incrível jornada em vermelho e preto. Amanhã, nós jogaremos no caldeirão; e juntos, celebraremos no paraíso. Não serão 3 pontos que nos afastarão dessa glória. Afinal, o que são 3 pontos para quem veste esse Manto?

Se no pior momento os apoiaremos até o fim, no melhor, entraremos com vocês naquela quadra, passando, driblando, marcando ponto a ponto até o melhor chegar - e ele virá. Nosso destino é o topo. Cumpra-se! Vamos, Flamengo!

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Flamengo 2 x 2 Palmeiras - e não é?


















Se tudo no Flamengo tem o poder de ter diversas dimensões e significados, a frase "Isso aqui é Flamengo!" não escapa à regra. Neste caso, os sentidos da afirmação são curiosamente opostos e verdadeiros pois, ao mesmo tempo que ela aponta um clube que pode fazer milagres e conseguir o impossível, também traduz a capacidade dele em deixar escapar vitórias fáceis.

Este Flamengo x Palmeiras exemplificou bem a má conotação dessa afirmação. No primeiro tempo, um time sem qualquer medo do adversário e de jogar na casa dele, ciente de que a vitória era extremamente alcançável. Apresentando maior organização, um toque de bola superior ao das partidas mais recentes, sem maiores sustos na defesa e em atuação destacada de Éverton e Canteros, fizemos aquele placar tão confortável quanto perigoso que é o 2 x 0.

Mas aí vieram o segundo tempo, a saída de Cáceres, a entrada de Valdívia no lado oposto...e a prova de que nosso time é extremamente dependente do paraguaio na briga pelo domínio do meio campo e no combate às iniciativas rivais. O time dormiu, o alviverde achou os gols pelo sofrível lado direito defensivo...e a vitória merecida e amargamente nos escapuliu. Depois da expulsão babaquara do chileno, chegamos perto de retomarmos o placar mas não deu.

Flamengo, não é que cada jogo importa: cada jogo é o que importa. E sendo assim, de 90 em 90 minutos temos que extrair as lições ensinadas pelas partidas que jogamos. Não que sejam "matérias" novas, mas as da vez são: não dá para deixar um adversário tão limitado crescer na partida; não se pode dar tanto espaço a um oponente, quanto mais quando se trata de um já dominado; e não podemos abrir mão de 2 pontos tão fáceis, tão nossos... e tão fundamentais.

É, amigos. Isso aqui é Flamengo. Ou, se quiserem ler nas entrelinhas: "Ninguém disse que seria fácil, mas a gente chega lá; porém, não sem antes complicar o que pode ser simples". Ou resumindo ainda mais: "Nunca é sem emoção".

Nunca.

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E pra tirar esse gosto de derrota, como faz?

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Partidaça do Canteros. Distribuiu jogo, trabalhou a bola com inteligência... À exceção da meiúca da segunda etapa, em que andou meio perdido, foi o cara da partida. Já Éverton não esteve tão bem, apesar da bolaça que marcou o início do primeiro gol.

Os piores? Luiz Antonio, Léo Moura - o titular, patético em carreira solo no lance do primeiro gol palmeirense e em cagada compartilhada com Luiz, atuando em posições invertidas, no segundo -  e o rotundo Amaral "Presuntinho". Paulo Victor também fez partida digna de outros tempos - que, como se viu, podem não ser exatamente "outros tempos". Confiança passou longe.

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Como estão enchendo o saco com a patrulha em cima do Flamengo lance a lance em matéria de arbitragem. Haja saco!

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Sobre Fla x Flu, pena não contar com Canteros, mas pior seria ficarmos sem Cáceres. O clássico será de fortes emoções. Eu faria o meio campo com Cáceres, Recife, Márcio Araújo e Mugni.

Ah! No ataque? Éverton, Eduardo e Élton.

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Desculpe não ter feito o texto de Flamengo x Corinthians. Faltou tempo, sobrou cansaço.

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Domingo no Maracanã é casa cheia. Pra cima deles, Mengo!

domingo, 7 de setembro de 2014

Flamengo 0 x 1 Grêmio - azia moral




















Era mais um jogo não para 11 RubroNegros em campo, mas para 60 mil. Os RubroNegros presentes no Maracanã chegaram mais uma vez prontos para jogar diante não apenas da necessidade de se somar pontos, mas de se suplantar os desfalques nos três setores do time para vencer o Grêmio.

Infelizmente, não deu. E se qualquer derrota conquistada nos acréscimos dá aquela azia moral no torcedor, pelo menos ele não demonstrou isso ao time em nenhum momento. E o time, o que mostrou pra Nação desta vez? Começo pelas coisas boas. Ou por uma grande boa coisa.

Em mais esta partida, nosso time reforçou diante da Nação ter essa característica extremamente flamenga de entrega - que se tornou ainda mais especial por ser impossível esquecer a batalha da quarta-feira, que certamente influenciou em um time mais cansado ontem e que teve pela frente um Grêmio que, se já é tecnicamente melhor, estava também mais inteiro, sem ter jogado no meio de semana. Não se ouve mais o "Queremos raça!" das arquibancadas, pois os torcedores a enxergam em campo com mais clareza do que em outros tempos.

Muito provavelmente o cansaço influenciou na primeira característica coletiva negativa nossa no jogo contra o Grêmio: a má ocupação do campo. O time esteve muito espaçado, o que decididamente o torna defensivamente mais vulnerável, além de aumentar o risco de passes errados pela distância. Sobre passes, inclusive, o primeiro tempo foi um festival de lançamentos infrutíferos e de chutões desnecessários. Feio foi pouco. No segundo tempo melhorou, mas longe do ideal.

Outro problema deste time é a confiança em chutar a gol. E aí não dá para não lembrar de uma feliz frase de Luxemburgo dita há anos: a de que "o medo de perder tira a vontade de ganhar". Parece que os jogadores não querem chamar para si a responsabilidade do arremate; e com isso o Flamengo perde chances preciosas de tentar o gol. Não foram poucas as vezes em que ouviu-se os gritos de "Chuta!" das arquibancadas do Maracanã ontem. Sintomáticos, como é sintomático também que as melhores chances de arremate tenham vindo de Recife e Marcelo. Pena que não entraram.

Sabíamos que o encanto de uma sequência de vitórias, uma hora, teria seu fim; e se perder no fim do jogo é algo de requintada crueldade, o abraço da torcida ao time e o reconhecimento imediato dos jogadores em aplausos é um claro indício de que time e torcida, hoje, são realmente um só. Certeza de que, na Arena Pantanal, contra o Goiás, essa união estará presente; e que o time entenda que, se ela é o começo de tudo, não pode ser o todo. Há muito o que fazer.

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Falando de atuações individuais, destaque para Chicão e Márcio Araújo. Além de ser dono do melhor preparo físico do elenco ao lado de Éverton, Márcio em diversos momentos ainda atuou como lateral direito. Sem sacanagem: já que Léo Moura há tempos abriu mão de atuar ofensivamente por ali, por que não experimentá-lo como lateral de fato? Acho que vale - e muito!

Ah, e Recife também foi bem. Quase fez um golaço.

Dentre os destaques negativos, Mugni foi muito mal - também por uma aposta de Luxemburgo que ele, um jogador lento, pudesse substituir o veloz Éverton. Outro que não rendeu foi o voluntarioso porém improdutivo Arthur. Ou melhor: Arthur voltou a não render. Esse, para mim, sem condições...

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Vejamos: no gol gremista, uma falha que começa numa queda infantil do João Paulo. Em vez de haver um volante na cobertura (Amaral), quem tenta o combate é Marcelo, que sai da marcação a Luan para tal; não consegue, volta para Luan, que passa por ele. E quem estava na cabeça da grande área para poder combater Luan e nada fez? Amaral.

Tem muita coisa para consertar, não, Luxa?

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Tem gente que discorda, mas eu achei em campo a Flamengueira linda demais. Pena que estreou com derrota, mas essa "crendice da terceira camisa azarada" é bobagem.

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Na boa: Samir não pode ser banco de Marcelo.

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Ontem ficou claro o quanto este Flamengo sente falta de Éverton.

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Fazendo coro a diversos amigos que comentam sobre o Flamengo em blogs, fóruns e redes sociais: com a contusão de Paulinho, o Flamengo precisa urgentemente de um atacante de campo para o resto da temporada. Contrata, diretoria!

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Para ser positivo e justo: não dá para não falar de mais um show da torcida. Além de jogar junto até o fim, optou por não hostilizar os gremistas , mas aplaudir veementemente o anúncio público vindo dos altofalantes do maraca de que "Racismo é crime". É isso, Nação!

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Flamengo 3 x 0 Coritiba - fomos e fizemos!
















"Ele não sabia que era impossível, foi lá e fez". A julgar por sua famosa frase, Jean Cocteau, famoso poeta, dramaturgo, ator e cineasta francês que viveu entre 1889 e 1963, assistiu a um jogo do Flamengo em sua época em circunstâncias para nós muito parecidas com as da histórica partida desta noite de quarta. Neste segundo confronto com o Coritiba, o que fizemos foi muito, muito além da reversão de um placar complicado.

Há jogos na existência do Flamengo em que a Nação, sabendo aonde chegará, simplesmente parece ignorar o "como". Pela qualidade do nosso jogo coletivo, pela aridez do meio campo, pela fragilidade de nosso ataque, faz todo sentido; mas então, por que não apenas vislumbrávamos a classificação, como muitos de nós sabiam desde sempre que ela chegaria?

O Flamengo deste momento, como disse, não tem um futebol que encanta; mas possui algo que faz metade de nossa torcida perder palavras para tentar uma explicação e a outra metade poder ficar dias e dias nela - como acontece com todo tema nessa vida que é ao mesmo tempo mágico, especial, poderosamente abrangente.

Para que esse algo se manifestasse ontem, bastou o Flamengo voltar a acreditar no certo. Voltar a respeitar a Copa do Brasil e, acima de tudo, a louvar a si mesmo e a tradição de querer a vitória até mesmo no cara ou coroa. Honrar a vocação marcada de forma implacável em nosso hino: "Vencer, vencer, vencer". Querer em todos os sentidos. Querer de verdade.

A noite desta quarta feira foi mais uma daquelas em que os jogadores do Flamengo no Maracanã - no caso de ontem, 18.011 - se recusariam a abandonar o campo de jogo sem a classificação. Mesmo sem saber o caminho, chegaríamos. E chegamos.

"E agora? Para onde irão?". Essas não são questões minhas, tampouco suas. Quem questiona o Flamengo desta forma são os outros, pois nós sabemos exatamente aonde queremos e conseguimos ir. E pobres dos que duvidam pois, além de não serem Flamengo, eles certamente não viram o momento histórico que ontem vivemos para seguirem incrédulos.

É, Cocteau: fomos lá e fizemos. Mais uma vez.

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Paulo Victor, o melhor do jogo. Seguro nas saídas do gol, importantíssimo num chute de Zé Love quando já estávamos 3 a 0, fundamental na disputa de pênaltis. Nunca gostei dele como goleiro, mas não sou idiota de brigar contra os fatos, sobretudo quando eles beneficiam o Flamengo; e a evolução dele é evidente e digna de aplauso.

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Luxemburgo não pôs Léo Moura e Éverton de início? Duas fatalidades se encarregaram de levá-los ao campo. Não era para ser assim, e nenhum torcedor de mente e coração razoáveis desejam que seja desta forma; mas estranhamente curioso como até mesmo o destino discorda dessa história de time misto.

Por falar nisso, acho que agora o nosso treinador aprendeu de vez. Lição maior que a destes dois jogos contra o Coritiba ele não terá.

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O Flamengo é mesmo muito doido. Quando quero criticar o Recife por ter jogado muito mal, aí lembro que foi dele o lançamento para a bela jogada de Éverton na esquerda que culminou no gol de Eduardo, e me calo; quando lembro do pouco que fez Alecsandro com a bola rolando, penso nos dois pênalti por ele convertidos no tempo normal, e deixo para lá...

Totalmente ruim, apenas Paulinho, que bem que poderia usar sua velocidade para achar rapidamente o futebol que esqueceu em 2013.

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Sobre os pênaltis, achei os dois legítimos. E se o seu amiguinho arcoíris encher muito o saco quanto ao segundo - de fato, polêmico -, mande-o ver o do primeiro jogo, marcado a favor do Coritiba e também controverso pra caramba. Ah, e o agradeça por mais um recibo passado.

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Cena carioca das melhores: após o jogo, no metrô, estou eu voltando para casa. Ao se aproximar da estação Flamengo, o condutor do trem abre o microfone e, eufórico, comunica aos passageiros:

- Próxima estação: MENGÃAAAO!

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Para encerrar tratando das coisas difíceis de serem definidas, é bastante complicado explicar o que é ser Flamengo. E é por isso que, muitas vezes, me contento em dizer apenas: é bom demais.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Flamengo 2 x 1 Vitória - em nome da confiança
















Com o Flamengo embalado no Brasileirão, mesmo com o amargo percalço do meio de semana, não dava mesmo pra pensar noutro resultado já que, do outro lado, estaria um time com a lanterna nas mãos e o comando de Ney Franco. Porém, se dá para falar que nossa vitória não foi exatamente complicada, tampouco dá para dizer que foi moleza...

Se o futebol ainda não encanta, pelo menos parece que estamos cumprindo uma tarefa importante no caminho para um Brasileirão de menos sustos: não perder pontos "imperdíveis". Para fazer isso na noite de domingo, precisamos de um meio campo brigador, de um Éverton um pouco mais parecido com o jogador que contratamos do Atlético Paranaense e de um Paulo Victor capaz de se redimir da lambança resultante no gol adversário - desastre que não foi só dele, sejamos justos - ao brilhar num lance crucial. 

Não temos ataque? Nosso time alterna bons momentos e outros de inteira bobeira? Pois a essa altura do campeonato, para quem torce de olho na parte de baixo da tabela, tudo fica esquecido por conta de uma vitória em um jogo de 6 pontos como o desta rodada. E mais:  este resultado que não apenas nos impulsiona na classificação como vai construindo um embalo muito bem vindo, capaz de criar aquele velho círculo virtuoso de confiança que de vez em quando abraça times medíocres como o nosso. 

Graças a esse gás dominical em nossa autoestima, e se nosso treinador fizer o certo, podemos encarar o jogo de quarta contra o Coritiba como outra quase obrigação de vitória, mesmo numa realidade bastante adversa que é a do 0 x 3. Era para termos tido essa postura mais interessada (e interessante) na quarta passada? Pois ainda dá para esse time consertar o erro anterior e se classificar no Maracanã.

A confiança está renovada para sábado, duelo contra o Grêmio...e para quarta também, se quisermos. Quer dizer: se o time quiser, pois tudo depende da bagagem que trazemos nos ombros: se o Flamengo esquecer o saco de penas do meio da semana passada e trocá-lo pelo de cimento que vem trazendo Brasileirão acima, podemos superar o Coxa e seguir adiante na Copa do Brasil. Qual vai ser, Luxa? 

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Obrigado, Juan! Há tempos o lateral esquerdo não jogava tão bem pelo Flamengo. Ney Franco também não decepcionou...

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Marcelo, tremendo "morde e sopra": faz gol e faz pênalti. Mas está com saldo positivo... Ao menos por enquanto. Torço para deixar os vacilos de lado.


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Por mim, Gabriel entra como titular na quarta ao lado de Paulinho. Pro segundo tempo, Eduardo da Silva.

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Mais uma vez assisti ao jogo na Gávea, em mais um evento divertido, cercado de gente boa, com a trilha musical de vários cânticos RubroNegros e até sorteio de brindes no intervalo. Golaço do Flamengo que, se você tiver a chance de prestigiar um dia, não deveria perder.