Google+ Mil Vezes Flamengo: março 2014

quinta-feira, 27 de março de 2014

Hermane ou Alecsandro contra o Emelec?


















Esse papo de que em época de Copa todo brasileiro vira treinador é caduco para quem realmente gosta de futebol. Isso porque quem é torcedor de verdade, e não só de 4 em 4 anos, ama comentar, cornetar, dar pitaco - especialmente quando a bola é realmente dividida, como no exemplo da pergunta do post. A questão de quem merece ser o centroavante do time na nossa sequência da primeira fase da Libertadores anda despertando debates infindáveis, com bons argumentos e, claro, paixão de torcedor.

Em duelo, temos um atacante com um excelente retrospecto em 2013 e que, nos últimos meses (a saber, os que compõem o veloz ano de 2014) ainda não fez jus à sua fama de Brocador; e do outro lado, um jogador que chegou repleto de desconfiança - a minha, inclusive - mas que vem mostrando dedicação e competência em marcar. E aí?

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Eu concordo com o velho chavão de que "futebol é momento", e por isso, iria de Alecsandro como companheiro de Paulinho ao menos no início deste jogo da próxima quarta contra o Emelec; porém, acho que Hernane, Alecsandro e, sobretudo, a sempre pilhada Nação, não podem cair nessa polarização babaquara que alguns da mídia tentam criar e nutrir.

Ou seja, para mim, a resposta maior para o fim dessa celeuma toda chega a ser ofensiva de tão óbvia e simples: o lance é não pensar no Flamengo apenas como time de 11 jogadores, mas sim como um elenco. Uma grande besteira nos limitarmos, nessas competições realmente importantes, em focar apenas nos que começam uma partida, como se só eles importassem. Até parece que todos nós não sabemos que, nessas disputas, quem tá no banco faz a diferença. E quer melhor prova do que isso do que o que o próprio Alecsandro vem fazendo?

Então, repetindo, pra começar o jogo contra o Emelec, fico com o que, hoje, está num momento melhor e com uma tremenda estrela: Alecsandro. No entanto, todo respeito ao Brocador, que pode tranquilamente entrar no meio da partida e decidir. Aliás, ontem contra a Cabofriense ele pode não ter marcado, mas participou ativamente dos dois primeiros gols do Mengo. Então, meus amigos: pra que excluir a ferro e fogo?

No fim das contas, devemos, sempre, torcer pelos dois, para que eles torçam um pelo outro, e colocarem em primeiro lugar o Flamengo em todos os momentos. E é por isso que, a despeito dos que possam enxergar na "disputa" fagulhas pra fazer queimar alguma crise, fico com a sensatez e o passa-fora elegante e extremamente sagaz de Sir Brocks ao ser perguntado por uma suposta tristeza por não balançar as redes: "Saio feliz pela vitória". Quem disse que o Brocks não fez gol ontem mesmo? Pois esse foi um golaço.

segunda-feira, 24 de março de 2014

A conquista da Liga das Américas de nosso basquete e as fichas do Wallace

Como se já não fosse suficiente a imensa alegria proporcionada pelo time de basquete do Flamengo pela conquista invicta do inédito título da Liga das Américas, outra coisa muito especial aconteceu na noite de sábado no Maracanãzinho. E foi graças a presença de Wallace como testemunha ocular de toda aquela festa - o que o levou a fazer um contundente post em seu Instagram, que eu já tinha incluído no post do jogo, mas que faço questão de repetir abaixo:


























Eu tenho a seguinte teoria: mais do que um relato notável, este texto revela e comprova que, na noite da conquista da Liga das Américas, nosso zagueiro viveu uma experiência inédita e positivamente perturbadora. Sendo ainda mais claro: naquele jogo de sábado, várias, várias fichas caíram ao mesmo tempo para Wallace. Como e por quê?

Pense só: o cara é atleta do esporte mais importante do Flamengo. Integrante do time que carrega nossas mais altas expectativas, mesmo que nem sempre elas se justifiquem tecnicamente falando. Agora, guarde isso.

Na minha época de jornalista esportivo, me lembro de ter ouvido de um colega a seguinte frase: "uma coisa é ser atleta; a outra é ser jogador de futebol". Está claro o que o autor deste pensamento quis dizer. Basta comparar em média o quanto um velocista, um judoca, um nadador, um jogador de basquete treina em termos de horas versus o tempo de treinamento de um boleiro. Se pusermos em perspectiva o fator salarial, então...  Nem mesmo precisamos saber claramente de números para, no mínimo, apostar na desproporção do que um jogador de futebol ganha versus os rendimentos de um atleta de outro esporte. Pior ainda é pensarmos que, no Brasil, qualquer jogador medíocre de um time grande certamente ganha bem mais do que muitos craques e destaques de outros esportes.

Não é que isso tudo seja exatamente novidade para alguém, quanto mais para Wallace. Mas "cair a ficha" diz respeito não à razão, mas sim ao ato de se dar conta de verdade. É quando a razão e a emoção se fundem, causando, como disse lá no início do texto, uma experiência realmente transformadora. Diante de Wallace, na noite de sábado, estavam atletas igualmente Rubro-Negros, mas que provavelmente ganham muito menos do que ele e do que a maioria de seus colegas de time, mesmo que, tecnicamente falando, o grupo do basquete seja muito, muito superior ao do futebol.

Então, lá vou eu num exercício de "Quero Ser John Malkovich" e entrar na cabeça de Wallace às 23h de sábado: "Esses caras ganham menos, mas jogam pra cacete. E não apenas são melhores do que nosso grupo, mas todos se dedicam enlouquecidamente em cada lance - e isso porque jogaram a semifinal ontem! Enquanto isso, nosso time joga na quarta, volta a jogar no sábado ou domingo, e alguns de nós rendem muito pouco, se arrastando em campo... Cansaço? Mas cansaço MESMO? Não sei".

E aí vem a pergunta final, de Wallace para Wallace: "Será que poderíamos ser melhores do que somos, do jeito que esses caras tentam ser melhores do que são, fisica e tecnicamente falando... e, de fato, conseguem?"

Sei que eu posso estar numa imensa viagem; mas quando eu leio de Wallace "se eu queria vencer no Mengão, hoje eu quero muito mais" num post feito após uma atuação espetacular de um time campeão invicto de um torneio de alto nível, e depois do autor desta frase ter visto in loco uma incrível sinergia entre este time e uma torcida que joga junto com ele não apenas por ser o Flamengo em quadra, mas também por saber o quanto os caras merecem, olha...

Resumindo, eu só acho que Wallace entendeu que ele e seus colegas de futebol podem e devem querer ser mais merecedores do Flamengo e da Nação. Podem e devem querer ser mais atletas, mais competentes, mais técnicos, mais sérios e, ao mesmo tempo, mais emotivos; e que, se de fato se esforçarem verdadeiramente, serão melhores a cada partida e, assim, merecedores de melhores dias e maiores glórias.

É, eu posso estar viajando. Mas não acho que esteja não. Wallace e suas palavras não me deixam pensar o contrário.

E quer saber? Se eu estiver certo, e se nosso zagueiro, que já vem se esforçando e rendendo bem, resolver se dedicar ainda mais e transformar essas palavras em atos, acho que, em pouco tempo, a braçadeira de capitão do time de futebol do Flamengo terá um novo dono. Um proprietário escolhido do jeito que deve ser, e da forma com que esse inspirador time de basquete alcança suas vitórias e títulos: por merecimento real e puro. E assim, que as palavras de Wallace sejam, junto a seus colegas, tão inspiradoras como foi para ele aquela mágica noite de sábado. 

domingo, 23 de março de 2014

Flamengo, campeão invicto da Liga das Américas: uma Nação em festa!





















Na enterrada de Tony Washam, o mundo congelou.

Antes dela houve ansiedade, tensão, casa cheia. Uma torcida que invadiu o Maracanãzinho e, consequentemente, a quadra. Muito antes de qualquer comemoração. Vaiava, gritava, assobiava, tentava atrapalhar o adversário de todas as maneiras, certamente conseguindo em várias; mas, sobretudo, cantava, aplaudia, estendia os braços, passando energia de todas as formas, e conseguindo em todas, todas as vezes.

Também houve Marquinhos. Craque, termômetro da equipe, ponto de referência do time. É tudo isso e muito mais. Quando preciso, chama o jogo para si com a autoridade de um rei. É mais do que competente, mas "competente" é um adjetivo muito frio, e frieza pouco tem a ver com alguém capaz de incendiar seus colegas e seu público.

Por falar em emoção, houve Olivinha, claro. Uma batalha em cada lance; e o lance só está perdido quando...espera, não tem lance perdido com Olivinha. Movido a litros e litros de sangue Rubro-Negro nas veias, tenta até o último segundo, às vezes além dos limites da quadra - como aconteceu hoje mesmo - até a bola morrer na cesta. E quando isso acontece, cada ponto é uma vibração, digna de quem sabe que todos são pedaços de um título a ser vencido.

Ainda tivemos Nicolas Laprovittola e Gegê. Um, importação argentina; o outro, cria Rubro-Negra. Os dois cerebrais, coordenando as ações, sabendo cadenciar o jogo quando preciso, e trazendo agilidade na forma de passes de quem tem muita visão. Maestros de um grande time.

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E Marcelinho? Nosso atirador de longa distância, hoje, é um jogador que sabe dosar e escolher melhor a hora de disparar de 3 do que noutras temporadas. Hoje, fez uma fundamental, quando o Pinheiros, bom adversário que só valorizou nossa conquista, estava 3 pontos na frente, empatando tudo. Esteve presente quando precisamos. E voltou a brilhar, se tornando cestinha da partida e MVP.

Antes, houve também Meynisse. Lutando demais, importante e fundamental debaixo da tabela - seja na nossa, defendendo, ou buscando seus ganchos matadores na do adversário. Mais força do que técnica, domando bolas na unha, ganhando rebotes, enterrando bolas, intimidando. Um estilo de jogo bastante parecido com o de outro monstro Rubro-Negro na noite de hoje: seu conterrâneo, Tony Washam.

E na enterrada de Tony Washam, no lance final e decisivo da partida, o mundo congelou.

Coube a Washam pausar o mundo por um infinitésimo de segundo, para logo em seguida a enlouquecida euforia de uma Nação de apaixonados por um clube estremecer o Maracanãzinho em definitivo.

O lance final da partida de hoje foi uma das coisas mais incríveis que já vi acontecer num ginásio de basquete. Não pelo lance em si, mas pelo timing, pelo símbolo. Coisa de cena de cinema. A enterrada de Tony Washam foi, ao mesmo tempo, uma explosão em si mesma e um estopim para uma detonação coletiva de uma felicidade catártica, contagiante, inesquecível. Demais, demais, demais. Gritei, chorei, me emocionei bastante. E quem ali presente pode dizer que não?

A Liga das Américas 2014 precisava deste fim. A Nação e este time de jogadoraços merecem este título - o primeiro invicto de um time brasileiro na competição. E a Taça terminou nas mãos de uma equipe que, definitivamente, sabe que isso aqui é Flamengo.

Crédito: blog Garrafão Rubro-Negro




















* * *

Meus parabéns também aos bravos Shilton, Chupeta, Felício, Douglas, Danielzinho... E, claro, ao incrível técnico José Neto, ao Vice-Presidente de esportes olímpicos do Flamengo, Alexandre Póvoa, e seu diretor-executivo, Marcelo Vido. Herois fora das quadras mas diretamente responsáveis por essa equipe muito, muito vitoriosa, e mais uma vez coroados pelo excelente trabalho.

* * *

Falando da partida, jogaço. Pinheiros pôs em quadra sua costumeira frieza, não deixando o Flamengo se distanciar quando estava na frente e nos passando no placar em algumas oportunidades. Bacana também ressaltar o bom clima no jogo, sem faltas violentas e reclamações acintosas. Só valorizou nosso título.

* * *

Fiquei muito feliz de ver no Maracanãzinho uma dupla do futebol: o Brocador Hernane e Wallace. Aliás, fiquei realmente impressionado com o post do nosso zagueiro no Instagram. Pouco importa o português um pouco trôpego; preste atenção somente na mensagem:




























Boa, Wallace!

* * *

Oscar, essa foi para você! E presidente Bandeira de Mello, aniversariante da noite, o troféu é seu também. Que presentaço!

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Agora é o mais alto dos voos: o Mundial, a ser jogado contra o campeão europeu, em outubro, também no Rio de Janeiro. O maior dos títulos, a ser buscado por nós.Vamos voltar à quadra?

Sim, mas lembrando que, antes disso, temos mais uma taça da NBB pra ir atrás. Juntos, Nação e time. Sempre!

sábado, 22 de março de 2014

Flamengo x Pinheiros: noite para entrar para a história

créditos: blog Garrafão Rubro-Negro


















Basquete é assim: não dá para fazer o post de pós-jogo das semifinais de ontem pois a decisão já é hoje à noite. Então, antes da final, é aqui mesmo que falo do atropelo nosso em cima do Aguada.

Os uruguaios levaram uma torcida incendiada (até demais), mas que não fazia frente à nossa. Aliás, nota bonita da noite desta sexta foi ver as organizadas Rubro-Negras reunidas no mesmo canto do Maracanãzinho, fazendo uma festa só e de forma pacífica. Tinha que ser assim, sempre. Afinal, o que importa é o Flamengo.

Se o 12º jogador presente - que, no basquete, converte-se em sexto! - fez sua parte, o time correspondeu, como sempre. No primeiro quarto, show de Marquinhos, ajudando o Flamengo a abrir uma boa vantagem, mas o Aguada correu atrás e conseguiu encostar no placar. 22 a 20 para nós.

No começo do segundo quarto, os uruguaios surpreenderam. Foi o único momento em que foram melhores, em que nos passaram em pontos. E, não coincidentemente, Marquinhos não estava em quadra. José Neto percebeu logo, o devolveu ao jogo, e lá fomos nós pra cima deles virarmos o placar. E para melhorar, o técnico rival, que é justamente o ponto de equilíbrio de um time, jogou tudo a perder. Deu piti, saiu escoltado pela PM, e as diversas faltas técnicas que criou ajudaram o Flamengo a pontuar e se distanciar. O jogo foi vencido ali, com o quarto terminando em 56 a 39 para nós.

Com mais folga no placar e mais tranquilidade em quadra, no terceiro quarto nossas bolas de 3 começaram a cair. De Marcelinho, Gegê, Olivinha e até de Washam. Daí pra frente foi só alegria, interrompida por alguns momentos de ataque de pelanca adversários. Nos últimos minutos teve até olé, para ilustrar a lavada (trocadilho infame porém proposital) em cima do Aguada: 113 a 81, placar final.

Rubro-Negro, esta é apenas o penúltimo capítulo de uma história que deve se encerrar hoje, e que tem tudo e muito mais para ser concluída com um final feliz em vermelho e preto. Maracanãzinho deve estar bem mais cheio; o time, que já treinou hoje, promete manter o foco... e o Flamengo não apenas pode levar o inédito título da Liga das Américas como pode ser o primeiro time brasileiro a conquistá-lo de forma invicta. Tá bom para você?

Para mim, está demais. Se você estiver no Rio e ainda não comprou ingresso para o jogo de hoje, corra: parece que, enquanto escrevo este post (12h30) ainda há entradas para a arquibancada. A festa será linda, e este time honra demais nosso Clube, nossas cores, nosso Manto. Em determinado momento, a torcida cantou: "O basquete é o orgulho da Nação". Não é o único, claro, mas hoje é o que mais brilha. E ver esses herois brilharem não tem preço - ainda mais no topo das Américas. Será épico!

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Marquinhos, o termômetro do time, pra mim foi o melhor em quadra, tanto defensivamente quanto ofensivamente. Gegê também jogou um bolão. Olivinha, na segunda metade da partida especialmente, deslanchou. E as bolas de Marcelinho caíram.

Sobre Marcelinho, uma ressalva: precisa parar de querer decidir de 3 em momentos adversos do Flamengo. Ele, que já melhorou neste seu ímpeto em chutar de longa distância quase sempre, ainda pode evoluir mais. Fora isso, arrebenta. Ontem foram "só" 27 pontos...

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Momento lindo da noite de ontem: a chegada de Oscar Schmidt ao Maracanãzinho, sendo reverenciado pela Nação. Que imensa felicidade a de ter um dos maiores herois do esporte nacional em todos os tempos na história do Flamengo. Salve nosso camisa 14! 

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Sobre as cenas lamentáveis do adversário na arquibancada: os uruguaios fizeram feio, mas alguns torcedores do Flamengo foram provocar os visitantes de forma agressiva. Não é esse o caminho, galera. É para ser festa! E se a gozação faz parte, a violência, nunca. Vamos parar com essa história de "chamar pra porrada". No mais, uma vergonha o comportamento dos uruguaios que atiraram coisas na torcida do Flamengo. Que não se repita, a começar pela noite de hoje - afinal, neste sábado tem também a disputa do terceiro lugar entre Aguada e Xalapa...

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Quanto aos adversários, devemos ter especial cuidado com o Shamell, do Pinheiros. Mas certeza de que o técnico José Neto sabe como anulá-lo.

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Galera que quiser saber tudo do basquete do Flamengo antes, durante e depois da partida: acompanhe o Garrafão Rubro-Negro e seu Twitter, disparando novidades em tempo real. Belo trabalho do amigo Enéas Lima e de todo o time do blog.

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Hoje, o Presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, faz aniversário. Que presentaço - muito merecido - ele pode ganhar hoje, hein?

Toda a felicidade para o Eduardo, e que siga no excelente trabalho de recondução de nosso Flamengo ao seu destino vencedor.

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Agora é se preparar para a grande noite. Dizem que o melhor da festa é esperar por ela. Hoje, pelo visto, será uma exceção. Há de ser.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Flamengo no Final Four da Liga das Américas: pra lavar a alma!

Se o futebol anda batendo em nossa auto-estima, o basquete a exalta. E é por isso que todo Rubro-Negro que estiver no Rio merece ir nesta sexta e no sábado ao Maracanãzinho para prestigiar esse time que só nos dá alegrias no Final Four da Liga das Américas. Flamengo pode - e, nas CNTP, deve - se sagrar campeão da Libertadores do basquete.

E aí, Nação? Nosso time precisa e, de novo: merece demais. Entra aí no clima:








Flamengo 0 x 1 Bolívar: o jovem, o velho e o antigo

Samir foi o Amaral da vez. Ou o Toró. Ou o Williams...












Diz aquele ditado: "se você me sacaneia uma vez, a culpa é sua; se me sacaneia a segunda, a culpa é minha". O mesmo vale para os erros. A cada repetição, mais inexplicável fica. E mais vergonhoso, também.

Mal começamos a ofegar na altitude de La Paz e já arrumamos um gol estúpido. Desta vez, do excelente, porém falível - conforme demonstrado - Samir. Em um jogo de sabida bola rápida, em vez de despachá-la, optou por um domínio em um gramado proposital e previamente molhado.  E aí, uma enxurrada de perguntas: o time não fez reconhecimento de campo antes da partida? E se fez, pra que serviu? Onde estava o par de chuteiras de travas altas pro Samir? E porque, ainda assim, ele optou por não calçá-las ou, pelo menos - pelo menos! - espanar pra fora da área uma bola perigosa em vez de dominar sobre um terreno inseguro?

É: não se justifica esse reencontro com o clássico revés de Libertadores de praticamente sairmos com um gol de desvantagem. E metade da conta vai pra você, Samir.

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A outra metade tá com seu comandante. Aquele, que escala Carlos Eduardo, jogador lento, fora de forma, burocrático, que nem mesmo o advogado do O.J. Simpson conseguiria argumentos para justificar sua permanência no elenco, que dirá no time titular. Melhorou no segundo tempo? Ah, que bom. Está lá para isso; e dada sua péssima atuação na etapa inicial, progredir não era lá uma tarefa complicada.

Então. Aquele técnico, incapaz de enxergar que André Santos, nosso melhor lateral esquerdo - e é mesmo - claramente seria incapaz de jogar a segunda metade da partida, fato comprovado pelo fato de se arrastar de dar dó, tal qual um tio velho e barrigudo em pelada de jovens no fim de semana no campinho do condomínio. No primeiro tempo, André subia ao ataque e não retornava; e no segundo, qualquer um subia pra cima dele e passava como quisesse.

Nosso querido Jayme de Oliveira conhece muito o Flamengo, tem história e carisma inquestionáveis, coisa e tal e, de vez em quando, acerta. O problema tá aí: de vez em quando. Hoje, escalou mal o Flamengo, quando o time que terminou a partida - com Paulinho, Alecsandro e Mugni - era evidentemente para muitos torcedores o melhor que poderíamos ter num jogo como o de hoje. Pelo menos os dois primeiros, na minha opinião.

Mas tudo poderia se resumir num pensamento sobre o mais antigo dos defeitos nossos, compartilhado por tantos torcedores e tristemente reafirmado em mais este fiasco: a ignorância que persiste em não saber disputar uma Libertadores da forma devida, mesmo tendo uma razoável prática no assunto. Está mais do que na hora de o Flamengo entender como se joga essa competição - e aí, tanto quem joga quanto quem escala. Será que um dia a gente consegue voltar a entender como é isso?

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Atualizado às 16h desta quinta-feira: me questionaram por que não falei de Muralha e Amaral. Tá justo. Seguinte: do jeito que está, não dá pra continuarem juntos. Caso passemos às oitavas, uma vaga é do Cáceres, e outra do Márcio Araujo (numa opção mais conservadora) ou do Luiz Antonio. Na minha humilde opinião, claro.

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Hoje, o profissionalismo é apregoado e exercido pelo Flamengo em suas diversas esferas. Sugiro que o adotemos em mais uma: André Santos. Nitidamente gordo, André podia completar as horas de sua carga horária de trabalho - que, como a de qualquer mortal, deveria ser de 8 horas - fazendo esteira, nadando no clube, subindo as escadas do seu prédio.... Isso porque, já que tanto falei de atos injustificáveis, ter um lateral com essa pesagem é algo que não deve ser admitido em um clube sério.

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Uma sugestão: por que não Everton de lateral esquerdo? Para o jogo contra o Emelec, gostaria muito de um Flamengo escalado com Felipe, Léo Moura, Wallace, Samir e Everton; Amaral, Muralha, Gabriel e Mugni; Paulinho e Alecsandro.

Mas esse sou eu. E Jayme?

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Duas coisas positivas da noite de hoje. A primeira é que tive a oportunidade de, pela primeira vez, ver o jogo no Lounge Rubro-Negro Peugeot na sede do clube. Evento organizado, com atrações bacanas - bons comes, presença de ídolos do passado, sorteio extenso de brindes, vibe excelente, companhia de amigos queridos... Enfim, muito bacana mesmo.

Parabéns ao Flamengo pela iniciativa e pela relaização; e, como único porém, os R$10 de estacionamento, exageradamente salgados. Não precisa...

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A segunda surpresa positiva? Lucas Mugni. Entrou, mostrou bola, quase marca um golaço... Não, não estou dizendo que é craque, mas clamo por paciência da torcida. Pra quem atura Cadu há tanto tempo, e já aguentou outras malaças, é fácil.

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Excesso de passes para o lado e para trás (sobretudo os do modorrento Cadu) irritou fortemente. E pouca inteligência tática defensiva num jogo sabidamente complicado, idem. Em circunstâncias adversas como o dos mais de 3 mil metros de La Paz, é preciso ter um bom esquema de revezamento e cobertura para o time não ficar tão exposto defensivamente - como, de fato, esteve em diversos momentos. Se liga, Jayme!

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Vencer o Emelec no Equador nao é impossível. Vencer o Léon no Maraca, menos ainda. Mas uma vez passando, é daí pra onde?

Sei que esse negócio de classificação não é tão cristalino, Flamengo, mas é preciso desde já preparar um pacotinho de reforços em condições de jogo e de titularidade para as oitavas. Vai que...

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Por fim, repito algo que já disse em algumas circunstâncias: o Flamengo é um jipeiro de uma praia de dunas do nordeste, que sempre pergunta ao turista se ele quer o passeio "com ou sem emoção", mas sem dar muita importância à resposta, pois sempre, sempre será a primeira opção.

Pobres de nós, passageiros... Seria bom termos pelo menos algumas jornadas mais tranquilas.

quinta-feira, 13 de março de 2014

Flamengo 2 x 2 Bolívar: não pode!

Éverton balançou as redes duas vezes, mas não teve vitória


Uma pergunta retórica e uma verdade pesada como chumbo: o Flamengo quer ser campeão da Libertadores? Pois, se quer, não pode de forma alguma, jogando em casa e diante de bom público, não vencer este timeco do Bolívar. E é daí que vem toda a frustração que conduziu mais de 40 mil Rubro-Negros presentes ao Maracanã às suas respectivas casas após o fiasco que vivemos na noite desta quarta.

Tudo bem que tivemos os expressivos desfalques de André Santos e (sobretudo) o de Léo Moura, mas nada justifica a burocracia e a lentidão que marcaram o time, especialmente no primeiro tempo. Junto a elas, o nervosismo. O mesmo nervosismo do primeiro tempo do jogo contra o Emelec; só que, se naquela partida tínhamos nosso camisa 2 para pôr a bola pra rolar e assentar os ânimos, e desta vez tínhamos Léo. Ele que é bom jogador, hoje, infelizmente foi o pior em campo, visivelmente nervoso e errando acima do permitido. Ele e o fraco João Paulo não jogaram 1/3 da bola dos seus respectivos correspondentes titulares. Outro que errou quase tudo o que tentou foi o moroso Elano...

A verdade é que poucos se salvavam. Entre eles, a boa dupla Wallace e Samir, e o monstro Cáceres. E ao falar do paraguaio, duas coisas completamente diferentes: 1ª) O cara está pondo a alma em cada lance, vivendo sua melhor fase com o Manto, suando sangue e sendo reconhecido por isso, e méritos totais e justíssimos por isso; 2ª) Ter Cáceres como um dos destaques do Flamengo é um símbolo do quão fraco tecnicamente anda nosso time.

No segundo tempo, Jayme resolveu atender o clamor telepático coletivo da Nação e pôr mais velocidade em campo, tirando um apavorado Léo para um animado Paulinho - que, ofensivamente, foi bem, mas defensivamente, foi de razoável para mal. E lá pelo lado dele, o direito, mas num tropeço (literal) de Wallace, inesperadamente surgiu o gol boliviano...

Instantes depois, foi a vez de Alecsandro ir a campo no lugar do moroso Elano. Com um time um tiquinho mais rápido e animado, Éverton encontrou dois gols e nos deu a virada. E aí é que eu acho que o Flamengo, embalado pela torcida, não conseguiu aproveitar os 10 eufóricos minutos que se sucederam ao segundo gol para matar a partida num terceiro. Pelo contrário: numa falha tenebrosa de marcação de João Paulo, amargamos o empate.

A história da lastimável partida, basicamente, é essa. Mas o que importa, o que importa mesmo, é que não pode. Não pode uma porrada de coisa.

Não pode ter João Paulo cobrando falta. De preferência, não poderia ter João Paulo. Mas se tem, não vamos tentar fazer com que um cara que nunca fez um gol de falta queira quebrar o tabu numa Libertadores. Não pode não ter o Mugni no banco e ter o inaceitável Cadu. Não pode, como meu amigo Tozza bem observou, em plena disputa de Libertadores arriscar a saúde de um jogador tão importante quanto o Léo Moura numa Taça Guanabara chinfrim contra um Botafogo reserva.

Cadu? Ah, mas esse não pode mesmo.

Não pode ter nervosismo jogando contra um timeco e tendo uma multidão a seu favor, ainda que dois dos mais experientes jogadores Rubro-Negros não tenham ido a campo...

Não pode Elano se arrastar. Não dá para Jayme bancá-lo como o "Renato Abreu branco", sendo nada mais do que um kicker, mero cobrador de faltas. Não podem laterais insistirem em não abrir para darem opções ofensivas. Eles e os atacantes não podem deixar de se movimentar para dar alternativas aos meias. Os meias, por sua vez, na ausência de condições pelos flancos, não podem deixar de ao menos tentar enfiadas para os homens de frente ou de partirem eles mesmos pelo meio para tentar conclusões.

De novo: não pode enfrentar um fraco Bolívar com excesso de respeito, que se traduza em tensão. Não pode essa tensão converter-se em burocracia.

Não pode, ah, não pode o Flamengo perder dois pontos para o Bolívar em casa. Não, não pode.

Não pode, Flamengo.

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Agora é pegar os três pontos que eram para acontecer nesta quarta no jogo contra o mesmo Bolívar, na altitude de La Paz. Impossível? Nada. Ainda mais contra essa baba.

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Sobre fair play, eu só acho que deve ser aplicado a times que não fazem cera - ou seja, que praticam fair play e, por isso mesmo, são merecedores de receber esse tipo de atitude. Ou simular contusão é algo menos antidesportivo do que não devolver bola num lateral?

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Ainda sobre o que não pode, não dá para a diretoria prometer jogadores de peso caso nos classificássemos para a Libertadores e termos esse elenco tão limitado.

Veja bem: é preciso sinceridade. Despretensiosamente conquistamos um título de Copa do Brasil e fomos parar na Libertadores, mas não há grana para montarmos um time para nos sagrarmos bicampeões do Torneio? Nada ficaria contra este "Jogo da Verdade", caso rolasse. Só não pode deixar a galera sonhando com um time melhor e, além de não o termos, lamentarmos a ausência do melhor jogador da temporada passada...

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Que nada grave tenha acontecido com Cáceres. Precisamos dele e desta raça que ele vem demonstrando jogo a jogo.

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Samir, por que você não cobrou aquela falta, meu filho?

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Na altitude, conversando com amigos após o jogo, muitos opinaram que Flamengo poderia ir de três zagueiros. Eu acho que poderia dar um caldo.

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Ah, eu também iria de Paulinho titular no jogo que vem, contra o mesmo Bolívar.

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Hernane também não foi bem. Esperamos que a broca volte a funcionar nas duas novas visitas.

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Comprovado: ao vivo, o novo Manto nº2 é muito mais bonito. Melhor assim.

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Vamos, Flamengo! Só acaba quando termina. ;)

segunda-feira, 10 de março de 2014

Flamengo x Bolívar: dizer mais o quê?

Eu juro que eu iria escrever alguns bons parágrafos sobre o nosso desafio de quarta-feira na Libertadores 2014. Mas aí os caras me vêm e gravam o vídeo abaixo. Acrescentar o quê? Tá tudo dito. Assista e atenda ao BatSinal Urubulesco!



Ah, mentira. Tenho algo a dizer sobre a Taça Guanabara. Parafraseando aquele escritor que era irmão do Rubro-Negro Mario Filho:
GB não é pecado: é costume.