Google+ Mil Vezes Flamengo: janeiro 2015

sábado, 31 de janeiro de 2015

Flamengo 1 x 1 Macaé - Eu só queria falar de futebol, mas não deixam

Sentar em frente ao computador para escrever um texto sobre futebol com a indignação te perturbando por conta de um revés: eis aí algo bastante comum, pois derrotas e desclassificações são do jogo. Agora, e quando o fracasso não tem nada a ver com o esporte? Ou pior: quando não só não tem a ver com esporte e seu clube não tem qualquer envolvimento direto com o mesmo a não ser o fato de ser uma vítima?

Quem me conhece sabe que eu odeio mimimi de arbitragem; porém, não dá para falar de reclamação infundada quando se assiste a episódios sequenciais e num pavoroso crescente a algo que é impossível não ser identificado como uma tramoia contra o Clube de Regatas do Flamengo - e cujo único ato não covarde foi justamente a declaração do novo mandatário do Vasco da Gama afirmando que sua agenda na volta ao poder seria "bater muito" no rival.

Engana-se, no entanto, quem acha que o "bater muito" diz respeito a qualquer êxito esportivo - aliás, engana-se feio, pois o desidratado clube de Eurico há tempos deixou de ser um rival na acepção real do termo, de "concorrente". Os prometidos golpes de Eurico começaram a tomar corpo na formação de uma espécie de clubinho, em que ele dá força a clubes e representantes pequenos (de uma federação ainda menor) e estes suportam Eurico no melhor estilo "gangue de adolescentes de filme adolescente de Sessão da Tarde".

O que vimos nesta semana - a polêmica dos ingressos, a truculência cretina de Rubens Lopes contra nosso presidente e, agora, um lamentável quiprocó pré jogo que, antes mesmo de ser devidamente investigado, já traz dedos em riste de parte da imprensa contra o nosso clube - é prova de que sempre é possível ficar pior, de que sempre dá para cavar mais fundo. E assim, o que já era desgraçadamente mantido, ainda que manco, cego e impotente, essa besta inútil chamada Campeonato Carioca, conseguiu ser pior ao se tornar definitivamente vil; e aquilo que um dia foi uma disputa interessante torna-se agora um pretexto supostamente esportivo para um bando de acéfalos que desconhecem o que de fato é a desportividade tentarem acabar com um clube que deveria lhes ser um exemplo a ser seguido, não uma ameaça a ser liquidada a todo custo.

Se você está aqui, ama o Flamengo; se você ama o Flamengo, sabe de tudo o que estou falando. E te pergunto: com tudo o que temos visto, dá para falar de futebol? 

Eu bem que queria; mas antes disso, infelizmente, terei que, ao seu lado e ao de todos os que carregam esse clube no coração, na alma e na pele, defendê-lo de tantos vermes, para que ele, num último ato desta disputa decrépita, possa mais uma vez conquistá-la e, em seguida, abandoná-la de vez àqueles que, de fato, a merecem, com suas várzeas, ranços e recalques infindáveis. 

Em memória do que um dia foi este tal campeonato estadual; em respeito ao esporte e a nossa própria história, que vençamos mais esta; e os derrotemos mais uma vez com as armas que lhes faltam - a bola, as palavras, a conduta e a ética - em nome da honra do Flamengo.