Google+ Mil Vezes Flamengo: novembro 2013

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Flamengo 2 x 0 Atlético-PR: Tri nos pés dos jogadores e nos braços da Nação



















Quando a bola não entra. Quando o adversário ameaça. Quando o talento é escasso. Quando o técnico não impressiona. Quantas e quantas vezes essas coisas não acontecem? Nesse esporte sem lógica, de improbabilidades espetaculares e verdades nocauteadas, de teorias e cálculos desprezados pelo sobrenatural ou quase isso, ter certeza é o maior dos absurdos.

Porém, há uma ou outra coisa segura, em que se pode apostar; algumas exceções que sobrevivem ao imponderável do futebol. E uma delas atende pelo nome de Nação Rubro-Negra. E pra mim não há dúvida nem questão: o título da Copa do Brasil de 2013 é um presente da Nação para a Nação.

Por favor, não me entendam mal. Não estou querendo desprezar os jogadores que brilharam nessa imprevisível trajetória ilustrada em vermelho e preto e seus respectivos méritos. Em todos os seus capítulos, lá estavam eles, superando e se superando, em nível individual e no coletivo. Mas em cada episódio dessa caminhada, eles só foram o que foram nesta Copa do Brasil graças a ela. A Ela.

















É tão especial que fica até difícil chamar de torcida - porque, veja bem, torcida é aquilo que torce. O que a Nação faz é outra coisa. Ela luta em campo a ponto de claramente, em diversas ocasiões, exigir o resultado. Invocar o gol, sem qualquer chance de recusa da parte do adversário, do destino, do escambau. Não há outra alternativa a não ser ceder a sua faminta vontade.

Na segunda partida das oitavas de final, contra o Cruzeiro, o que fez ela no Maracanã senão argumentar no grito, na palma e na paixão aquele gol de Elias? Pois é. Este momento, que pode ser considerado um marco Rubro-Negro nesta competição, foi forjado por ordem desta Nação. E hoje, a voz de comando surgiu novamente.

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Num momento em que o Atlético Paranaense estranha e perigosamente ousava gostar da partida, em que o Flamengo começava a dar espaços para logo depois Jayme de Almeida assustar parte da torcida ao trazer Gonzalez no lugar de Léo Moura - sendo que antes já havia trazido Diego Silva substituindo Carlos Eduardo -, pois bem, foi o instante em que a ordem veio das arquibancadas.

Não é "façam o gol". É "faça-se o gol". Ele viria de qualquer jeito, sozinho ou acompanhado. Jamais seria empate. A Nação exigiu o presente, vieram dois; o destino escolheu os formatos e os embrulhos. Melhor ainda é quando este mesmo destino determina que o cumprimento passe por quem merece, como foi hoje nas duas oportunidades. No primeiro, insistência e categoria de Paulinho - um monstro! - para encontrar Elias, destaque da temporada, proprietário inquestionável da condição de ídolo; no segundo, o último gás do melhor da partida, Luiz Antonio, com uma caneta desconcertante e cruzamento para Hernane ajeitar e dar o desfecho da história. Era o Artilheiro do Novo Maracanã dando ao estádio a certeza de seu primeiro título - pois Seleção não conta e não tem mesmo que importar pra quem é Flamengo - através daquele e daquela a quem o Maracanã, seja velho, novo, o que for, de fato pertence.

Da Nação Rubro-Negra para a Nação Rubro-Negra, do jeito que sempre soube fazer: jogando sem olhar contra quem. Sempre parece ser contra todos - e talvez por isso a vitória de nosso clube e de seus apaixonados sejam tão especiais e incomparáveis. O Tri enfim chegou - e tem a cara e o gosto de Flamengo. Nós merecemos!

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Um título para coroar a diretoria do Flamengo - que, em seu primeiro ano de mandato, errou, sim, mas acertou muito mais. Prêmio sensacional para aqueles que, a curto prazo, visavam apenas um 2013 digno, sem sustos e sem gala, ano apenas para alinhamento e balanceamento.

Aliás: prêmio ou já uma primeira consequência?

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De novo, melhores do jogo: Luiz Antonio, o craque da final; Paulinho, espetacular, Samir e Wallace, seguríssimos; Amaral, incansável; e Hernane, este sinônimo de gol Flamengo no Maraca.

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Fica, Elias! Até o Davi já ama o Flamengo.

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Lindo demais o mosaico. Melhor ainda ter tido o privilégio de fazer parte dele.

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Outro belo momento: os aplausos em reverência a Nilton Santos, nobre adversário alvinegro e ídolo do esporte, no minuto de respeito. Merecido

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Muito bacana também o apoio a Carlos Eduardo - o de nome gritado mais fortemente antes da bola rolar. Enquanto teve gás, Cadu jogou direito; mas não ficaria com ele para 2014 não.

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Libertadores, vai ser bom nos revermos.

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Mano Menezes, deu pra ouvir da TV? E o pior: você mereceu.

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E me despeço com a lembrança de uma frase ouvida no texto de abertura do vinil do Brasileirão 82 na voz do locutor Edmo Zarife: "Ah, meu Flamengo, eu tenho pena, muita pena, de quem não te ama". Verdade, Zarife. Sorte que este é o maior prazer de 40 milhões de afortunados. Hoje, 40 milhões de tricampeões da Copa do Brasil. Mengo!

terça-feira, 26 de novembro de 2013

A sorte e a chance de Carlos Eduardo



















Eu não tenho muito a dizer sobre o curto histórico de Carlos Eduardo com o Manto Sagrado; e mesmo o que tenho não vale a pena num momento como esse. Se o que importa é olhar pra frente - e é -, se o que interessa é apoiar incondicionalmente - e é -, eu só tenho uma coisa realmente relevante para falar. E na verdade é um bis.

Já disse aqui algumas vezes, e repito: os deuses do futebol adoram criar grandes histórias. E não consigo imaginar uma melhor do que a de ter a final de quarta-feira como o marco da reinvenção de Cadu, de questionado, vaiado e um desapontamento só a herói de uma final nacional. Se não é nada em que eu creia efetivamente, isso pouco interessa, pois estes deuses já cansaram de tripudiar de meu ceticismo, pro bem e pro mal.

Portanto, que aconteça de novo. Aproveite e aproveite-se dessa grande chance, Cadu. E que todos os Rubro-Negros que estiverem de corpo e espírito no Maracanã te deem o apoio necessário para mais esta nova, incrível e inusitada história de final feliz em vermelho e preto - do Flamengo, claro. A sorte e a chance são tuas - e, quem sabe, a Nação, nesta quarta, comece a ser também.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Flamengo 1 x 1 Atlético-PR: pra tudo se acabar no Maracanã
















O que esperar de uma final? Se for de futebol, tentar fazer alguma previsão já é complicado, e por isso que este é um esporte apaixonante. Mas nesse aspecto, o Flamengo e Atlético Paranaense desta primeira parte da final da Copa do Brasil caprichou.

Falou-se muito no duelo Éderson x Hernane. Houve? Nada. De nossa parte, jamais pensaríamos ver Paulinho rendendo tão pouco, tão mal aproveitado no seu atributo principal que é a velocidade; muito menos Elias tão desligado, tão... irreconhecível.

Por outro lado, se pelo retrospecto recente era perfeitamente termos um Amaral brigando e disposto, cumprindo com competência o papel do "volante volante", ninguém poderia esperar dele um petardo de 108km/h vitimando a meta atleticana e se tornando seu primeiro gol com o Manto. Merecido é pouco: o gol veio coroar um jogador que soube aproveitar muito bem sua segunda chance no Flamengo - graças a Jayme - e que só veio a acontecer quando, ironicamente, pôs trancinhas parecidas com as de um velho conhecido da torcida. Gol do melhor jogador do Flamengo na partida.

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Eu também esperava um adversário bem mais agressivo, jogando diante de sua torcida e tendo que construir um placar para tentar segurar a onda do Maracanã e do nosso craque que joga das arquibancadas. Não foi. Tirando o canhão do tal do Marcelo, o Atlético pouco fez. Em boa parte pela boa atuação defensiva do Flamengo, cuja única falha foi feia e fatal; mas também porque simplesmente não teve competência. Se tivéssemos um pouco mais de velocidade, qualidade ofensiva, e se Jayme tivesse algum cacoete de técnico ofensivo, talvez tivéssemos melhor sorte. Mas nunca teremos essa resposta, certo?

No fim das contas, se pelas circunstâncias da partida dava pra ser melhor, se pensarmos apenas em números o 1 a 1 foi bem positivo. E o que há de previsível, de garantido de verdade nessa história é que a Nação, que em vários momentos calou a torcida do genérico paranaense na Vila Capanema, nesta segunda partida jogará reforçadíssima para os 90 minutos mais importantes do Flamengo em 2013. Esta força é presente e certa desde 1912; e quando ela entra em campo, na esmagadora maioria das vezes, todos sabemos do desfecho.

Porém, não custa lembrar do óbvio: esse encerramento só acontece daqui a uma semana, aos 40 e tantos do segundo tempo. Até ouvirmos o apito final, é luta, grito, sangue, raça, amor, paixão, entrega...e foco. Muito foco para confirmar a regra e trazer o tri.

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Até aqui não falei de Carlos Eduardo. Esse, sim, é lamentavel e negativamente previsível. Não faz mais sentido. Trocentas chances e aquela frequente falta de brio, de brilho, de vontade. Acho mais feio um cara sem sangue como ele vestindo a Camisa Rubro-Negra do que um completo cego de bola que seja dedicado.

Cadu, definitivamente, não representa qualquer valor do Flamengo. Até quando vão se recusar a enxergar esse óbvio mastodôntico?

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Teria André Santos amarelado?

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Demos azar com Chicão, e veio Samir. Mais uma vez, o jovem zagueiro deu conta do recado. Não me incomodo de repetir, e aposto que você também não se importa em ler novamente: se mantiver a cabeça no lugar, é certeza de se tornar craque.

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Não achei frango do Felipe por dois motivos: a distância entre Marcelo e ele e a potência do chute do atleticano. Muito pelo contrário: pra quem até outro dia estava na mesa de cirurgia, foi muito bem. Méritos para ele e para o excelente doutor Runco.

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Wallace, o zagueiro intelectual, merece ser mencionado também como destaque. João Paulo não comprometeu. Achei Brocador muito fora da área, e pra mim jogou excessivamente recuado, mas não se omitiu do jogo. Léo Moura esteve bem mal, tendo acertado apenas um lance, desperdiçado pelo Brocks... E Luiz Antonio foi apenas razoável.

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Falando do domingo e da partida contra o Corinthians: acho que o Flamengo não vai a campo com um time 100% reserva, mas provavelmente vai poupar alguns. Por mim, só não jogariam Léo Moura e Elias. Ou até o camisa 8 deveria jogar, para entender em definitivo a diferença entre um lado e o outro.

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No mais, o de sempre: vamos, Flamengo!

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Sócios e Torcedores: agora, sim!

Confesso que não esperava que a diretoria do Flamengo, ao anunciar uma coletiva nesta terça, fosse fazer algo além de justificar os abusivos preços dos ingressos da final da Copa do Brasil. Mas fez: se errou feio na precificação da decisão, acertou ao tornar todos os sócios do clube em sócios torcedores. 

Na verdade, essa foi uma correção de algo que deveria ter sido feito desde o lançamento do plano. Nunca fez sentido, para mim, que o sócio do Flamengo devesse associar-se novamente, fosse por conceito ou, menos ainda, por merecimento - afinal, muitos dos que compraram títulos e pagam mensalidade o fazem não pelas ofertas sociais da Gávea, mas para ajudarem o Flamengo. Né?

Porém, mesmo tratando-se de um ajuste, em nada tira o mérito. Muito pelo contrário: ao rever uma posição, a diretoria abriu uma excelente possibilidade aos Sócios-Torcedores de fora do Rio de Janeiro e aos Rubro-Negros que não moram por aqui mas que desejavam ir além do apoio ao time de futebol, tendo também a chance de frequentar o clube quando estivessem no Rio e mesmo de colaborar nos rumos do Flamengo. E qual seria ela?

Simples: a de se tornar Sócio Contribuinte Off-Rio do Clube de Regatas do Flamengo pelo mesmíssimo valor do plano Raça, a mais barata das modalidades do projeto Nação Rubro-Negra. Sendo Off-Rio, o torcedor não só terá direito aos benefícios do plano Raça como também poderá frequentar o clube 30 dias por ano e - aí vem o melhor - votar nas eleições do Flamengo após 3 anos de contribuição consecutiva. Você que me lê de fora do Rio de Janeiro, que tal a proposta?

Fiz questão de escrever esse texto não apenas para persuadir meus leitores de fora do Rio em tornarem-se sócios Off-Rio mas também para fazer justiça. Eu sempre cobrei essa medida da diretoria e, agora que houve essa tomada de decisão, não poderia deixar de destacar por aqui. Sim, o plano Nação Rubro-Negra ainda está muito, muito aquém do que precisa ser - carece melhorar em informação, em ofertas etc. -, e isso sem falar da equivocadíssima decisão do clube em não contemplar os torcedores menos favorecidos, componentes de boa parte de nossa torcida, nos jogos principais; porém, a atitude do comando do Flamengo em rever uma posição antiga mostra que, sim, há a possibilidade de acerto de rota considerando-se os anseios da Nação. Que siga assim.

E ainda fica uma última lição: se não acharmos algo certo, Rubro-Negros, vale sim reclamar, protestar. Como disse no Twitter mais cedo, nem sempre a diretoria acertará. Apontar o que não achamos correto é, antes de qualquer coisa, uma forma de ajudar os dirigentes a acharem um caminho melhor.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Flamengo 2 x 1 Goiás: capítulo natural de uma história irresistível

















Eu juro que achei uma partida tranquila, até mesmo quando o filho-de-Xuxa marcou. Também digo que, mesmo com alguns torcedores com medo de um eventual "oba-oba", não temi de forma alguma por essa possibilidade. A verdade é que o placar construído em Goiânia me deu metade da tranquilidade de que precisava. A outra parte veio do pé no chão que o time vem demonstrando, e que hoje provou novamente.

Achei uma classificação segura e calma porque, em todos os instantes destes pouco mais dos 180 minutos das semifinais o Flamengo foi um time muito sério. Mais do que isso: entregue, dedicado e voluntarioso como o Flamengo de Jayme de Almeida vem sendo. Vontade e comprometimento são elementos que se tornam causa e consequência de histórias de sucesso. É o coletivo dando força ao individual, que naturalmente reverte para o grupo. Complicou?

Para facilitar, exemplos. Vejamos Wallace. Jogando bola séria, transmitindo segurança na função, e até contribuindo na frente. Assim como Amaral, que no time do desertor Mané Menezes sequer era banco, e hoje é um combatente incansável. E Léo Moura? Hoje, é um outro jogador em comparação com o burocrático e medíocre atleta do início e meio de temporada; e Hernane, que por tempos foi banco de Marcelo Moreno e que quase virou moeda de troca com o Avaí, hoje não apenas é o artilheiro do Novo Maracanã como, de uns bons jogos pra cá, vem mostrando algo que poucos esperavam dele: bola. Tá nitidamente melhor na técnica. Anda enxergando jogo, dando bons passes, indo além dos já famosos gols de um só toque. Se o próprio gol que hoje marcou - pintura! - não é prova disso, vejam a bela assistência para o gol que Paulinho perdeu na segunda etapa. Aliás, incluam Paulinho no rol dos que andam se provando dignos do Manto.

Tanto bom trabalho merece recompensa; e os deuses do futebol até gostam de premiar times dedicados, mas o que curtem mesmo é coroar boas histórias. São mais afins ao drama do que a justiça. E o enredo que embala esta equipe do Flamengo de 2013, sem qualquer ponta de dúvida, é irresistível. Sob o comando de uma diretoria nova, inexperiente no mundo da bola mas cheia de boa vontade, passou batido no cada vez mais supérfluo Cariocão, começou desastrosamente nos campeonatos que para ele realmente importavam - Copa do Brasil e Brasileirão -, conseguiu a adesão de um técnico de ponta, e este técnico simplesmente abre mão do clube, declarando ser o melhor para o time. Tão errado... e tão certo. Assume um desacreditado funcionário, a princípio de forma interina; a torcida não vê outra saída senão carregar o time nas costas. E o treinador por acaso acaba percorrendo os caminhos de outros como ele, conseguindo ironicamente confirmar as palavras de seu antecessor.

É, amigos. O Flamengo do Hernunes, dos caipiras de Piracicaba, do Léo Morto, da zaga-peneira, do Jayminho, o Flamengo de 2013 está na final da Copa do Brasil, podendo faturar o tricampeonato da competição. O improvável até outro dia virou muito, muito possível. Durma-se com um barulho desses - o barulho de uma Nação que, hoje, não se vê apenas jogando junto com o time, mas se apaixonando pelo que esses caras andam fazendo, sob a mansa batuta de um técnico cuja maior badalação é badalar seus comandados. E aí, juntem a superação em campo com a paixão em torno dele, e o que se tem é a quintessência do "Deixou chegar...". Né?

A gente adora essa história; os tais deuses, também. Assim, quem há de duvidar de um terceiro final feliz?

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Falando em boas histórias, lindo demais a Nação gritando o nome do Davi, filho do Elias. Pai e filho mereciam o golaço da vitória e a emocionante homenagem da torcida. Muito bonito este novo capítulo do casamento entre clube e jogador.

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Falando nisso, Elias e Hernane, hoje, pra mim, os melhores em campo. 

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Jayme vai muito bem, mas podia ser um pouco mais ousado nas substituições. Larga esse cacoete retranqueiro, treinador! 

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Pegar o Atlético Paranaense vai ser bom pra quebrar a zica com times do Paraná, mas eu queria o Grêmio.

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Vamos, Flamengo!

terça-feira, 5 de novembro de 2013

O Flamengo está me afastando do Flamengo

Sendo ainda mais claro: o clube, do time.

A exemplo do que aconteceu no segundo confronto contra o Botafogo, válido pelas quartas de final da Copa do Brasil, ontem tentei e não consegui comprar ingresso para a partida das semis de amanhã, contra o Goiás. Eu posso apontar dois motivos para isso.

O primeiro diz respeito à minha total ignorância - apesar de correr atrás de informações - sobre o início das vendas "para todos". Busquei informações, mas não as encontrei. Esperava, ainda, na condição de sócio do clube, que o Flamengo me desse satisfação - afinal, em um momento tão especial, numa partida de previsível alta procura por ingressos, o mínimo que o departamento de comunicação poderia fazer era enviar um e-mail esclarecendo como se daria a venda para todos os Rubro-Negros interessados, mas isso não aconteceu.

O resultado é que só soube da venda iniciada na manhã de ontem, segunda-feira; e mesmo se conseguisse comprar pela internet meu ingresso, não o conseguiria retirar antecipadamente, já que trabalho no Centro de 10h às 19h, e a retirada na Gávea aconteceu de 10h às 17h.

Faz algum sentido para você, torcedor, que não haja pontos de retirada em todas as zonas da cidade, sobretudo no centro do Rio de Janeiro? Pra mim, nenhum. E, por favor, não me venham em falar em "retirada na bilheteria" no ano de 2013, com todas as possibilidades melhores e plenamente realizáveis.

Mas essa foi só a primeira forma para justificar a minha não-ida ao Maracanã amanhã. A outra é um pouco mais curta, porém muito mais completa: eu não sou sócio-torcedor do Flamengo. Hoje, sócio-torcedor do Flamengo não apenas compra ingressos com prioridade, como também tem à disposição muito mais pontos de troca para tê-los em mãos.

Nunca vi um Rubro-Negro torcer contra o projeto de sócio-torcedor do Flamengo, a começar por mim. Quero mais que decole, que arrebente, que seja o que deve ser: o mais popular do mundo; no entanto, muito antes de qualquer projeto, vem o Flamengo. E falar de Flamengo é pensar numa massa muito maior. Por isso é que ser comandante do Flamengo exige pensar não em um grupo de beneficiados por um título social ou um projeto de sócio-torcedor, mas numa Nação de 40 milhões. É ser democrático por essência e inclusivo por obrigação.

Ao mesmo tempo que amo o Flamengo, odeio toda forma de coação; e, hoje, me sinto vítima de uma. Percebo que o Flamengo está usando como estratégia de adesão ao plano não as vantagens que ele oferece, mas impôr desvantagens a quem não é sócio-torcedor como caminho para aumentar a sua base. É evidente que o Nação Rubro-Negra precisa ter benefícios exclusivos; mas daí a ser o único caminho para um torcedor obter seu ingresso de forma mais conveniente vai uma séria distância.

Não tenho qualquer intenção de mudar a sua opinião quanto a nada, nem imagino que a direção do Flamengo vá passar os olhos por esse texto, quanto mais ter outra conduta no projeto. Só peço para que você não se engane na interpretação do que leu: este é um relato de alguém incomodado com algo muito maior do que a frustração de não poder ir a um jogo. Aliás, vai muito além da indignação de um só, mas de uma boa parte da Nação que acostumou-se a fazer parte de uma grande festa: a de um clube nascido e fortalecido pela característica de ser de todos.