Google+ Mil Vezes Flamengo: A maior decepção da história do Flamengo

quinta-feira, 31 de maio de 2012

A maior decepção da história do Flamengo





















E o que era óbvio aconteceu: Ronaldinho Gaúcho não é mais jogador do Flamengo. Sai e deixa para a diretoria uma alta conta a pagar, e sobre isso não quero discutir, embora me sinta na obrigação de dizer que, antes de tudo, o clube tem o dever de honrar os compromissos assumidos não só com ele, mas com qualquer funcionário que tenha.

Também não tenho a intenção de tratar de retrospecto futebolístico no Flamengo mas vá lá, posso falar disso: em seu pouco mais de um ano no clube, Ronaldinho foi mais marcado pelos maus momentos do que pelos bons - que, sejamos justos, também existiram. Porém, por mais que o que ele tenha feito com a bola seja o que fala e falará mais alto em toda discussão sobre sua passagem Rubro-Negra, quero ir pra outro lado. Ou melhor: para antes disso.

Do que quero falar é de algo que sempre esteve em minha percepção de torcedor, variando apenas de grau; um questionamento que, tenho certeza, nunca foi só meu, mas também de uma boa parte da nossa massa de 35 milhões de pessoas: será que Ronaldinho Gaúcho um dia foi MESMO do Flamengo?

No que diz respeito a um dos quesitos mais importantes e prestigiados entre quem torce pelo nosso clube, que é o da entrega, do envolvimento, da empatia, do ritual de criar e curtir a pele Rubro-Negra - nem que seja enquanto servir ao clube -, não há como fugir de uma pesada verdade: Ronaldinho Gaúcho foi a maior decepção da história do Flamengo.

Essa afirmação pouco tem a ver com o futebol. Já vi gente com rendimento de serviços prestados ao Flamengo muito inferior ao de Ronaldinho que conseguiu de fato saber o que é servir ao clube, viver de verdade a realidade de ser do clube. Entender o que é essa imensa instituição, caótica por quem nela manda, magistral por quem a vive e a entende de verdade.

É isso: o histórico não deixa dúvidas de que Ronaldinho Gaúcho jamais entendeu o que é o Flamengo. Sempre tive a impressão de que suas vitórias não lhe soavam como vitórias, nem as derrotas eram absorvidas como derrotas. E ser (do) Flamengo é ter a intensidade disso tudo, e deixar que esse algo imponderável se converta na vontade de ir além, de oferecer aquela dedicação que, mesmo quando não nos leva à vitória, nos arranca um bonito reconhecimento.

Já vi muitos jogadores Rubro-Negros que se tornaram derrotas a serem aplaudidas, e testemunhei a história de craques que, com o Manto Sagrado, se converteram em vitórias insossas. Pois bem: no Flamengo, Ronaldinho Gaúcho não passou de um empate amargo, nublado e desnecessário.

Depois de consagrado pelo esporte propriamente dito, devidamente resolvido em ambições que dizem respeito somente à bola, o irmão de Assis perdeu a chance de, com a mítica Camisa 10 e a braçadeira de capitão, conquistar os mais incríveis dos intangíveis títulos existentes: o amor ao Flamengo e o carinho de sua torcida. Ter deixado para trás a chance de ser companheiro de veteranos, referência dos mais novos, líder de todos. Ídolo Rubro-Negro.

Poderia Ronaldinho ter vivido anos de Flamengo e não nos ter dado nenhuma taça e, ainda assim, tido essas vitórias. Mas não: desperdiçou todas elas em doses homeopáticas do que, no máximo, foram arremedos de compromisso, mas nunca sinônimo de comprometimento.

Uma pena que Ronaldinho Gaúcho não tenha querido o Rubro-Negro de verdade. E uma grande ironia que, em seu adeus, venha à tona a certeza de nunca ter de fato vivido para valer a frase que tenha usado para descrever o Flamengo em sua chegada - uma definição que, talvez, seja justamente certeira por ter sido cunhada por alguém que observa uma fortaleza ali, alheio, sem nunca ter nela pisado. Como quem nunca, de fato, nela esteve.

2 comentários:

  1. Po Veio... eu veejo o blog do ricaperrone e atraves dele cheguei ao seu blog...

    Cara parabens, otima analise sobre o ERRO10....

    Concordo plenamente com o que voce disse, o Ronaldinho usou o manto mas nunca o vestiu, nunca o teve como segunda pele, com o Amor que, como voce disse, outros que jogaram menos que ele tiveram...

    Mas vamos assim mesmo, com Love e Ibson que sao referencias de torcedores rubro-negro...

    Novamente parabens e muita sorte ai...

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    1. Valeu, Coti! Seja bem-vindo!
      Espero que se torne um leitor assíduo do Mil Vezes Flamengo.
      Grande abraço e Saudações Rubro-Negras!

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