Google+ Mil Vezes Flamengo: Flamengo x Coritiba: as duas faces da (primeira) vitória

sábado, 9 de junho de 2012

Flamengo x Coritiba: as duas faces da (primeira) vitória

Hernane estreou na vibe do Love: um gol por partida
Pois bem. Há duas formas de encarar o que foi o Flamengo x Coritiba desta chuvosa noite de sábado.

A primeira delas diz respeito a carência de vitórias por parte do time e da torcida. Não tínhamos uma dessas há dois meses! E se nós sabemos do quanto nós precisamos de quaisquer resultados de três pontos, desta primeira vitória, com esse grupo e técnico que hoje lá estão, então... Enfim, aconteceu, para a nossa alegria, para o merecimento especial de alguns em campo - sobretudo Love, Luiz Antônio e Hernane, autores dos gols - e também dos torcedores que tiveram o ímpeto de encarar o mau tempo e contrariar todas as indicações de que o Engenhão hoje voltaria a ser o indigesto programa de índio que tem sido para a Nação neste passado recente.

Já a segunda está ligada ao que foi o desempenho Rubro-Negro ao longo dos pouco mais de 90 minutos. Neles, tivemos novamente a apresentação de uma defesa insegura - goleiro incluso - que, insistente e perigosamente, marca perto de sua área e que, ao recuperar a bola, prefere o chutão em 90% das vezes. Uma equipe que, por não ter um meio-campo que saiba criar jogadas, sobrecarrega os homens de frente ao fazê-los recuar para assumir também o papel de criadores. Um time que, se já não bastasse a escalação errada do ponto de vista estratégico, do pessoal também não acerta com Renato Abreu e Diego Maurício.
Enfim, um conjunto de velhos e surrados erros de novo exibidos, que nada têm a ver com o Flamengo que queremos ver e que quase torna a vitória um fato quase descolado dos reais acontecimentos, exceto pelos que obviamente renderam os gols, pois eles mais tiveram a ver com o mérito dos que os marcaram do que com uma verdadeira construção de resultado.

Ninguém é maluco de dizer que vencer não é bom, de negar que o que importa são os três pontos etc. e tal; mas não tem como o torcedor achar que "ninguém segura o Flamengo", ou de que "estamos no caminho certo" depois de ter visto essa apresentação meia boquíssima, pra ser generoso na crítica.

Quem assistiu ao jogo sabe que conseguimos três pontos que mais aliviam do que alegram. E isso, por si só, deveria ser sintomático: afinal, não estaríamos brincando de "faltam 44 pontos" se tivéssemos um time que rendesse razoavelmente. Esse aí não rende.

Posso estar sendo ingênuo, mas acho que, felizmente, a torcida do Flamengo já foi mais cega com essas paradas. Tomara mesmo que o desconfiômetro com Joel siga em níveis intoleráveis. Afinal, o Flamengo que vimos hoje é o mesmíssimo das últimas semanas - ou seja, um time que, na ausência de conjunto e qualidade coletiva, se fia em êxitos individuais e no pulmão de alguns pra tentar algum êxito. E é só.

Hoje, o Flamengo enfim achou a vitória, mas mostrou ainda estar longe de ter a capacidade de construi-la. E não dá pra negar: nesse sentido, o mesmo 3 x 1 que ajudaram nossa matemática não nos tranquilizou em nada. E para que esses três pontos de hoje no fim não sirvam de nada, é importante que a torcida tenha em mente o que passamos para tê-los. Um pouco de pensamento no futuro não faz mal pra ninguém.

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