Google+ Mil Vezes Flamengo: A alma do (nosso) novo Maraca...e a velha obrigação de sempre em um jogo de 6 pontos

domingo, 14 de julho de 2013

A alma do (nosso) novo Maraca...e a velha obrigação de sempre em um jogo de 6 pontos

Não deixe o povão de fora do Maraca, Bandeira!
E eis que, finalmente, fechamos contrato com o "novo" Maracanã. Um acerto que, entendo, foi minimamente a altura do que o Flamengo, o grande trem pagador, o bancador-mor do Maraca, merecia: 50% de toda a renda de cada jogo que disputar nesses 6 meses de acordo. Obviamente muito superior ao conseguido pelo Fluminense, como esperado...e como merecido. Por cada uma das partes.

Fechado o negócio, agora o problema passou a ser outro: as brochantes restrições da FIFA contra o simples ato de torcer. Não às bandeiras, não às faixas e ao simples ato de se tirar a camisa. É a caretização do esporte, um tremendo esvaziamento da essência do torcedor, como se a civilidade fosse um estado atingível somente com a amputação de 90% da emoção de se celebrar o futebol. Como diria um ex-chefe meu, "vomitível". E aí?

E aí que só mesmo o Flamengo e sua Nação para fazerem o resgate da alma do velho Maracanã. Não sou nada contra modernização dos estádios. Quem paga ingresso merece conforto, infraestrutura, segurança; e quem participa da festa também deve agir com correção, preservando o estádio, respeitando o adversário, sendo rival em gritos, sem qualquer traço de violência ou selvageria. Porém, não acho que é com um bando de regras babaquaras que se atinge o que se deseja ter do torcedor carioca em termos de comportamento.

Num cenário feioso, xiita, de indução a um comportamento insosso e asséptico, só mesmo o torcedor Flamengo, com seu carisma e criatividade, para salvar o ato de torcer. Assim, o ato de se chegar a um acordo com o Flamengo pode, sim, ser lido como um jeito de prestar o mínimo de respeito e reverência a todas as emoções da quais o velho Maracanã foi palco, causa e consequência.

Sem emoção, não há Maracanã; com o Flamengo ocupando o que é seu por direito, posso ficar tranquilo. E nisso, trago à tona uma outra preocupação, pertinente nessa época em que a Fifa tenta impôr uma realidade bundamolística ao ato de se torcer em paz: só conseguiremos devolver ao Maraca a sua verdadeira alma se a alma Rubro-Negra também estiver respeitada e presente. E essa alma é o povo.

Voltamos ao Maracanã? Ótimo. No entanto, só conseguiremos reviver a mística que criamos e cultuamos por décadas em nossa velha nova casa se este velho novo estádio abrigar todos os seus habitantes, como fazia outrora. "O Maraca é nosso", cântico lembrado tantas vezes na campanha de Eduardo Bandeira de Melo, ganhou forma e sentido graças às vozes que o entoaram, de gente rica, classe média, pobre - todos com chance de cantar, de apoiar, de ser Flamengo em sua plenitude.

Que os dirigentes enxerguem essa necessidade, pois é isso que Flamengo e Maracanã merecem.

* * *

Além do acerto com o Consórcio Maracanã, outra boa notícia é a de que, nesse momento de inconsistência de nosso time, calhou de pegarmos o Vasco da Gama, esse time que adora nos dar moral há uns 118 anos. E se é um jogo em que o nível técnico provável é abaixo do desejado, é na vontade que a gente tem que decidir.

No que depender da força da galera brasiliense, não tenho dúvidas de que estaremos muito bem, com a porção candanga da Nação voltando a dar show; agora, pra falar de bola, torço mesmo por um time mais ofensivo - e isso inclui a vontade de que Gabriel tenha condições de jogo e que Carlos Eduardo fique no lugar que, hoje, ele e seu futebolzinho mezzabocca merecem: o banco - e olha que isso já é bastante generosidade de minha parte.

Para encurtar a história: a vitória na tarde deste domingo é plenamente alcançável. Basta querer ser ofensivo e não dar mole. Feito isso, o Vasco é sopa nesse jogo de seis pontos: mais três para nos jogar para cima, e menos três para fazer nosso eterno segundo matar as saudades da segunda.

* * * 

Ok, tá bom: há uma terceira boa notícia, relacionada ao nosso CT; mas, numa boa: com a atual condição política do país, fico envergonhado de comemorar qualquer coisa relacionada ao Eduardo Paes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário