Google+ Mil Vezes Flamengo: Flamengo x Santos: verdades para acordar do pesadelo

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Flamengo x Santos: verdades para acordar do pesadelo

Ah, a torcida, essa massa bipolar. A mesma turba que costuma ser insensata, passional e acreditar em absurdos como a recuperação de Adriano consegue muitas vezes enxergar obviedades que sujeitos muito bem pagos para vê-las simplesmente ignoram cretinamente, ou escolhem ignorar. Mas há momentos em que a ignorância é derrotada parcial ou totalmente pela metálica grosseria dos fatos.

Os fatos em questão não dizem respeito a Flamengo x Santos. Flamengo x Santos, sim, diz respeito aos fatos que compõem a lamentável história do Rubro-Negro neste esquecível Campeonato Brasileiro de 2012. No amorfo duelo dos dois piores times do returno, as certezas escabrosas que precisam ser consideradas daqui para a frente por aqueles que governam o futebol do clube estapearam, lamberam com línguas purulentas e sopraram com o bafo do cão na cara dessa gente. Ou, vá lá, nada disso fizeram.

Assim, por via das dúvidas, eu, no papel de torcedor apaixonado, entristecido e criador deste humilde espaço dedicado ao amor pelo Flamengo e a quem comigo o compartilha, me sinto no dever de repetir essas verdades que mereciam mesmo ser tatuadas com britadeira nas consciências de Dorival Junior e Zinho. Para que doam, para que nunca sejam esquecidas, para que sejam sempre consideradas antes de tudo, aí vão elas:

1ª) Negueba nunca mais. Duas trapalhadas, dois gols adversários. Capacidade zero de produzir algo que preste. O que mais ele precisa fazer para provar sua total incapacidade de vestir o Manto? Deixar que ele se supere e, de fato, responda competente e ainda mais perigosamente a essa pergunta é uma temeridade.

2ª) Chega de Léo Moura. Omisso, fugitivo de sua posição, lento. Joga hoje pelo muito que um dia fez mas que, hoje, não consegue equiparar em 10%. Placa de "muito obrigado", amistoso de despedida em dezembro e pronto.

3ª) Um banco honroso para Ibson, jogador que simplesmente não reestreou pelo Flamengo desde que voltou ao clube. Mais lembrado por seus cartões imbecilmente tomados e suas pífias reclamações chorosas que ele tanto abraça para parecer mais envolvido com a causa Rubro-Negra. Dispensamos todo esse péssimo teatro.

4º) Precisamos repetir escalações. Não há conjunto que se forme sem que haja conjunto - sim, cheguei ao ponto de não me importar com redundâncias em troca de uma mísera esperança em que elas acertem a cabeça dos mandatários Rubro-Negros. Por isso, Dorival, uma vez obedecida a necessária remoção dos três indivíduos acima citados, repita os 11 que escalar por pelo menos 4, 5 jogos.

5º) Precisamos escalar os jogadores nas posições em que mais rendem. Todos sabemos que Adryan é meia de armação. Falta companheiro a Love? Por que raios contratamos Liedson então? E se Luiz Antonio invariavelmente cai pela lateral direita e que, quando escalado ali de fato, rende bem, por que não efetivá-lo como tal? Extrair o máximo do jogador é capacitá-lo a mostrar o que de melhor ele pode fazer, e isso não apenas passa por treino como também por situá-lo na porção ideal de campo e no papel certeiro dentro da estratégia traçada.

6º) E, por fim, precisamos despertar a vergonha neste elenco. Vergonha de ganhar uma baba e aceitar passivamente tanta porrada. Eliminar uma série de capacidades calamitosas, como conseguir dormir após tantos fracassos, não correr atrás da retomada de posse de bola após perdê-la, passar recibo de otários com sorrisos nos rostos nos atos de fazer faltas e colecionar cartões completamente desnecessários. Cortar essa rotina vexatória de acatar o fracasso com uma paz ghandiana, dando a face após cada bofetada.

***

Já são 100 anos de futebol Rubro-Negro. Embora a vitória tenha sido a tônica da grande maioria deste período centenário, claro que temos nossa caixa de fracassos, de tropeços, de pequenos apocalipses; o problema é quando certeiras soluções para evitá-los - ou ao menos para não agravá-los - passam batidas daqueles que estão lá para conduzir o Flamengo às vitórias. Na minha esperança de torcedor traído, cega, surda, salivante, desejo que Flamengo x Santos enfim tenha sido um choque, um coice, um cuspe na cara de Dorival e de Zinho. Porque para nós, vamos admitir, esse déjà vu já está por demais banalizado.

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