A vitória de Eduardo Bandeira de Mello é a superação de uma proposta renovadora e plena de projetos diante de outras totalmente antagônicas por serem a repetição do velho, desgastado e fracassado. É o êxito da gentileza de quem não precisa falar alto para defender suas ideias, pois estas já soam bem por elas mesmas, sobre quem ofende e quem grita. O triunfo da mansidão do sujeito capaz de caminhar solitaria e tranquilamente no regresso para a casa depois da festa diante da truculência de quem não consegue abrir mão de segurança privada e intimidadora para se deslocar.
Grandiosa e plural, a conquista da Chapa Azul é, ainda, a da mídia espontânea, do trabalho voluntário feito por gente cansada de ver o Flamengo divorciado do Flamengo, de seus valores e de sua vocação para a glória. Militância livre e de bom grado, sem contratos e com muita vontade de Flamengo, exercida plenamente na democracia das redes sociais, e a serviço de um amor que não cabem em nenhum bolso. Sentimento ao sabor de um gol de um dos maiores artífices desse lindo movimento: Zico, nosso ídolo maior.
Felizmente, ontem estive na Gávea para ver isso tudo. Só pude chegar ao fim do dia, mas o suficiente para festejar, brindar, cantar o Hino, beijar a Bandeira. Confraternizar com amigos cansados após uma jornada de trabalho, mas cada um com um sorriso que dizia tudo. Cada um expressava, a seu jeito, uma alegria nada cega, mas contagiada de esperança. Alegria dilacerada. Rubro-Negra.
Surge, agora, um novo tempo. Que ninguém se iluda de que será fácil. E que todos saibamos sempre de que essa gestão que virá precisa da nossa colaboração e, também, de nossa cobrança. Se a Chapa Azul é representante legítima da vontade da Nação, que exerça seu governo com a ajuda e a fiscalização de todos nós. Que vibremos com os acertos e que aprendamos com os erros - porque, novamente, não vamos nos enganar de que não acontecerão; mas, por agora, deixemos apenas esse novo tempo nos fortalecer para tudo isso que virá...e que nos faça sorrir com a esperança e a força do dia em que o sonho azul virou uma bela realidade em vermelho e preto.
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