Google+ Mil Vezes Flamengo: O Rei Zico e o mais especial dos dons

domingo, 3 de março de 2013

O Rei Zico e o mais especial dos dons

Por que se é Flamengo? Se engana quem diz que é por causa dos títulos. Também se equivoca quem menciona a popularidade estrondosa, incomparável do Mais Querido. Porém, quando algum Rubro-Negro justifica sua feliz condição por conta de Zico, não dá pra duvidar.

Não se pode subestimar o poder de Arthur Antunes Coimbra; e estar bem próximo do Galo é uma sensação bem complicada de se definir. Eu nunca a havia tido; sempre estivera, no mínimo, com dezenas de metros, degraus de arquibancada, fossos e trechos de campo nos separando. Hoje, não: no dia em que Zico foi à sua casa festejar seus 60 anos ao lado de seus súditos, pude não só estar a poucos metros dele mas entender um pouco mais do carisma e de seu incrível poder.

Sabe aquela velha história de que, segundos antes de morrer, vemos passar um filme de nossas vidas em nossa mente? Agora, tire o elemento fúnebre, adicione todos os momentos de glória, de festa e êxtase em vermelho e preto e você terá uma ideia do que é ter Zico, a alguns metros de você, reverenciado por tanta gente unida em torno de uma paixão. Basta uma palavra, um traço de carisma num sorriso, a humildade e carinho divididos em centenas de acenos, milhares de autógrafos e na disposição infinita em atender crianças, para diversas sessões de cinema se iniciarem nos corações e mentes de quem o cerca.

No meu caso, o auge do filme que hoje vi se deu durante o discurso feito por ele na varanda do clube, voltado para a Lagoa tomada de Rubro-Negros. Ali, me lembrei da época em que realmente me entendi por torcedor, que foi a mesma da volta de Zico ao clube em 85. Devidamente trajado com a clássica 10 da Adidas, revi os gritos de gol, as tardes de jogos de botão, o título do Brasileiro de 87 - dos 6, o mais querido por mim -, os tantos gols do Galo que vi ao vivo, na TV ou que escutei no velho rádio ao lado de meu pai. Falando dele, pensei muito no velho. Ele certamente esteve comigo hoje; e talvez tenha dado o mesmo sorriso de satisfação de sempre quando, ao segurar em minha mão de criança no momento em que o Flamengo entrava em campo no Maracanã, a sentia gelada de tanta emoção que o filho estava vivendo. Tudo trazido à tona, ao mesmo tempo.

Hoje, vários destes filmes foram exibidos, para cada um dos que estiveram na Gávea para a grande festa. Cada um montado à maneira de seu espectador particular, mas todos compartilhando a mesma sinopse: a essência de ser Rubro-Negro, construída em passagens, em momentos, mas jamais explicável por completo. No entanto, quem precisa entender? Basta ser Rubro-Negro e sentir-se como tal.

É isso o que importa; e é isso o que, na verdade, Zico é: um ser humano capaz de ligar outros 40 milhões a mais pura essência do espírito flamengo. Obrigado, Zico, por esse dom, nascido pelas tantas alegrias que você nos deu. Muito obrigado e parabéns para sempre, Galo. Nós te amamos.




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Sobre Flamengo x Botafogo, tudo o que eu tenho a dizer é: Mengo, vamos dar o melhor dos presentes ao Zico. À vitória!

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