Google+ Mil Vezes Flamengo: O drama das modalidades invisíveis - ou "O fim que pode ser um começo"

terça-feira, 5 de março de 2013

O drama das modalidades invisíveis - ou "O fim que pode ser um começo"

Neste começo de semana que acontece estranho - Flamengo perdendo para o Botafogo é sempre um fato insólito, peculiar, esquisitíssimo -, dois fatos ligados ao Rubro-Negro me chamam a atenção: a decisão do conselho gestor em acabar com o apoio financeiro às equipes principais de judô e ginástica artística e o bafafá que ainda rola - de forma pertinente, diga-se - em torno dos R$80 praticados nesta semifinal de Taça Guanabara.

Quero falar dos dois, e por partes. Vamos começar com judocas e ginastas. Em entrevista ao site do Jornal Extra, Diego Hypólito protestou pelo fato de os atletas terem sido pegos de surpresa quanto à extinção do apoio à ginástica. Nisso eu até concordo, da seguinte maneira: seria possível ter havido algum tipo de comunicado da diretoria Rubro-Negra falando que a discussão em torno da permanência do suporte às modalidades aconteceria tão logo os novos dirigentes tivessem um panorama da situação do clube. Se não houve, vale a reclamação. Até aí, tudo ok.

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Por outro lado, a grande questão nessa história é que a posição da diretoria Rubro-Negra se fundamenta no que é para mim uma obviedade gigantesca, que meio que desabona o caráter de surpresa da notícia: não é possível que um clube atolado em dívidas e penhoras possa bancar modalidades que não geram receita. E, convenhamos, não é de hoje que o brasileiro no geral só fica sabendo de ginástica e judô durante as Olimpíadas.

Isso tá errado? Tá. É possível mudar isso? Eu sempre acredito que sim, que há sim a possibilidade de se criar uma cultura em torno de um esporte. Não é do dia para a noite, é algo gradual, mas altamente real\. Então, não era para os atletas destas modalidades "invisíveis" - ou visíveis de 4 em 4 anos, vá lá - não estarem há tempos indignados com essa condição? Será que dirigentes e atletas de judô e ginástica artística nunca se sentaram para pensar juntamente com o COB em formas de tornar suas modalidades minimamente rentáveis?

Não me entendam mal: eu quero o Flamengo competindo no maior número possível de esportes, sempre; mas um clube forte e grandioso como tanto queremos não pode ficar sustentando modalidades que não rendam algum tipo de dividendo. Flamengo não é ONG.

Torço muito para que o clube, através de seu Vice-Presidente de Esportes Olímpicos, Alexandre Póvoa, se coloque à disposição das confederações brasileiras de judô e de ginástica para pensar formas de rentabilizar estas duas modalidades - até porque continuamos com escolinhas e divisões inferiores deles no clube, e novos talentos surgirão. Que COB, confederações, Diegos e Danieles entendam que é preciso imediatamente começar a se construir o caminho natural de, primeiro, criar-se condições para os dois esportes se desenvolverem de forma autônoma para aí então serem uma realidade válida e aceitável para os clubes que desejem ter suas equipes. Que isso seja cumprido, e que Flamengo e ex-atletas entendam o que hoje parece ser um problema como um potencial primeiro passo para a solução.

* * *

Escrevi tanto que resolvi deixar o texto sobre os ingressos para outra hora. Sai ainda esta semana. Prometo.


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