Um dos grandes momentos de 2013, fácil. |
Eu realmente pensei em falar do primeiro tempo, do empenho do time que não se convertia em eficácia, da ansiedade flagrante que atrapalhava nossos há tempos questionáveis toque de bola e armação de jogadas... Mas aí veio o Elias e bagunçou tudo.
Elias. Aos 43 minutos do segundo tempo - esse querido e velho conhecido minuto de jogo. Maracanã. O choro incontido do novo ídolo Rubro-Negro e, ao fim do jogo, a exemplo do que havia feito no embate contra o Botafogo, um novo capítulo desse caso de amor com o Flamengo selado com a ida para a galera, num simbólico abraço à sua torcida.
Elias, a torcida já é sua. O Flamengo, também. Não tem na galáxia uma equipe mais generosa e mais gostável do que a nossa. E uma Nação que, antes mesmo da festa, domina a arte de pegar equipes fracas e medíocres nos braços e no gogó e levá-la a feitos como o de hoje à noite. Mas precisamos ser corretos: a autoria está dividida contigo. Justa e lindamente dividida.
Muito bom ver que o Flamengo da reconstrução do caminho das vitórias tem um líder como você - agora, devidamente empossado com a braçadeira de capitão. Um cara que joga bola e é capaz de, mesmo com a experiência, se emocionar com momentos como o que viveu e proporcionou. Também, é aquilo: é o Clube de Regatas do Flamengo. E tá na cara que você, corinthiano assumido, aos poucos começa a se apaixonar pelo seu novo clube. Saiba: é um caminho sem volta. Quando pavimentado por episódios como o de hoje, então...
Melhor ainda, Elias, é ver você novamente reverenciado pela Nação no estádio em que o Flamengo se revela em estado bruto, absoluto, puro, essência plena. Não é à toa que dezenas de milhares de trabalhadores e estudantes fazem o que fazem para estar lá, ainda que numa quarta-feira às 22 horas.
Aquelas mais de 50 mil pessoas mereciam mesmo sair com uma vitória, com uma classificação abençoada por seus pés, assim como você merece o Flamengo de hoje e, mais ainda, ser peça fundamental de um Flamengo realmente vencedor.
E todos, todos merecemos que os nossos comandantes entendam que é ali, no Maracanã, que essa história deve acontecer. Com torcedores flamengos de todos os bolsos, como sempre deu certo em nossos 118 anos.
É ali, é aqui que o Flamengo é mais Flamengo; e que você, Elias, já começa a ver que é também mais Elias. E é assim que outras épicas vitórias ainda virão. Há de ser apenas o começo.
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Bora falar de futebol, só um pouquinho? Além do já supracitado craque da camisa 8, gostei do sistema defensivo, com o miolo de zaga com Wallace e Chicão; de ver Luiz Antonio de volta ao meio no segundo tempo - acredito muito na adaptação dele como primeiro volante, e foi bem combativo; de Cadu quando jogou pela direita; e de Paulinho na lateral direita. Méritos sejam dados: foi dele a linda e lúcida rolada rasteira para o gol de Elias.
Não gostei de Marcelo Moreno, da timidez excessiva de Rafinha (tem que acreditar mais!), de Cadu na esquerda e de João Paulo apoiando.
Curti muito a raça do time. Tem que ser assim, sempre. Isso é ser Flamengo e mostrar ao mundo ao que viemos. Não entendo o Flamengo de outro jeito, e aposto que os outros 39.999.999 de apaixonados também não.
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Diretoria, nada de olho grande para os ingressos das quartas, ok? O jogo de hoje foi uma bela lição: preços mais justos levam a torcida que leva o Flamengo para a frente, que atrai mais e mais gente pros jogos seguintes e assim sucessivamente.
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Me doeu muito ter que ver o jogo de casa. Não quero voltar a passar esse aperto de ver a Nação gritando e não estar lá não...
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E para encerrar, novidade: o Mil Vezes Flamengo agora está também no Instagram. E já estreou com novidade: a palhinha do intervalo e a palhinha do final - respectivamente, vídeos curtos com os comentários após o primeiro tempo e no encerramento da partida. Veja como foi o pós-jogo por lá:
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