Google+ Mil Vezes Flamengo: Flamengo 2 x 1 Goiás: capítulo natural de uma história irresistível

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Flamengo 2 x 1 Goiás: capítulo natural de uma história irresistível

















Eu juro que achei uma partida tranquila, até mesmo quando o filho-de-Xuxa marcou. Também digo que, mesmo com alguns torcedores com medo de um eventual "oba-oba", não temi de forma alguma por essa possibilidade. A verdade é que o placar construído em Goiânia me deu metade da tranquilidade de que precisava. A outra parte veio do pé no chão que o time vem demonstrando, e que hoje provou novamente.

Achei uma classificação segura e calma porque, em todos os instantes destes pouco mais dos 180 minutos das semifinais o Flamengo foi um time muito sério. Mais do que isso: entregue, dedicado e voluntarioso como o Flamengo de Jayme de Almeida vem sendo. Vontade e comprometimento são elementos que se tornam causa e consequência de histórias de sucesso. É o coletivo dando força ao individual, que naturalmente reverte para o grupo. Complicou?

Para facilitar, exemplos. Vejamos Wallace. Jogando bola séria, transmitindo segurança na função, e até contribuindo na frente. Assim como Amaral, que no time do desertor Mané Menezes sequer era banco, e hoje é um combatente incansável. E Léo Moura? Hoje, é um outro jogador em comparação com o burocrático e medíocre atleta do início e meio de temporada; e Hernane, que por tempos foi banco de Marcelo Moreno e que quase virou moeda de troca com o Avaí, hoje não apenas é o artilheiro do Novo Maracanã como, de uns bons jogos pra cá, vem mostrando algo que poucos esperavam dele: bola. Tá nitidamente melhor na técnica. Anda enxergando jogo, dando bons passes, indo além dos já famosos gols de um só toque. Se o próprio gol que hoje marcou - pintura! - não é prova disso, vejam a bela assistência para o gol que Paulinho perdeu na segunda etapa. Aliás, incluam Paulinho no rol dos que andam se provando dignos do Manto.

Tanto bom trabalho merece recompensa; e os deuses do futebol até gostam de premiar times dedicados, mas o que curtem mesmo é coroar boas histórias. São mais afins ao drama do que a justiça. E o enredo que embala esta equipe do Flamengo de 2013, sem qualquer ponta de dúvida, é irresistível. Sob o comando de uma diretoria nova, inexperiente no mundo da bola mas cheia de boa vontade, passou batido no cada vez mais supérfluo Cariocão, começou desastrosamente nos campeonatos que para ele realmente importavam - Copa do Brasil e Brasileirão -, conseguiu a adesão de um técnico de ponta, e este técnico simplesmente abre mão do clube, declarando ser o melhor para o time. Tão errado... e tão certo. Assume um desacreditado funcionário, a princípio de forma interina; a torcida não vê outra saída senão carregar o time nas costas. E o treinador por acaso acaba percorrendo os caminhos de outros como ele, conseguindo ironicamente confirmar as palavras de seu antecessor.

É, amigos. O Flamengo do Hernunes, dos caipiras de Piracicaba, do Léo Morto, da zaga-peneira, do Jayminho, o Flamengo de 2013 está na final da Copa do Brasil, podendo faturar o tricampeonato da competição. O improvável até outro dia virou muito, muito possível. Durma-se com um barulho desses - o barulho de uma Nação que, hoje, não se vê apenas jogando junto com o time, mas se apaixonando pelo que esses caras andam fazendo, sob a mansa batuta de um técnico cuja maior badalação é badalar seus comandados. E aí, juntem a superação em campo com a paixão em torno dele, e o que se tem é a quintessência do "Deixou chegar...". Né?

A gente adora essa história; os tais deuses, também. Assim, quem há de duvidar de um terceiro final feliz?

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Falando em boas histórias, lindo demais a Nação gritando o nome do Davi, filho do Elias. Pai e filho mereciam o golaço da vitória e a emocionante homenagem da torcida. Muito bonito este novo capítulo do casamento entre clube e jogador.

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Falando nisso, Elias e Hernane, hoje, pra mim, os melhores em campo. 

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Jayme vai muito bem, mas podia ser um pouco mais ousado nas substituições. Larga esse cacoete retranqueiro, treinador! 

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Pegar o Atlético Paranaense vai ser bom pra quebrar a zica com times do Paraná, mas eu queria o Grêmio.

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Vamos, Flamengo!

Um comentário:

  1. Texto muito bom. Deixou o nosso mengão chegar já era. Tricampeão ! Para vestir o manto não precisa ser craque, deve apenas jogar com raça, vontade, determinação, e esse time vem demonstrando isso (Menos o Cadu). kkkk

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