Google+ Mil Vezes Flamengo: O Flamengo está me afastando do Flamengo

terça-feira, 5 de novembro de 2013

O Flamengo está me afastando do Flamengo

Sendo ainda mais claro: o clube, do time.

A exemplo do que aconteceu no segundo confronto contra o Botafogo, válido pelas quartas de final da Copa do Brasil, ontem tentei e não consegui comprar ingresso para a partida das semis de amanhã, contra o Goiás. Eu posso apontar dois motivos para isso.

O primeiro diz respeito à minha total ignorância - apesar de correr atrás de informações - sobre o início das vendas "para todos". Busquei informações, mas não as encontrei. Esperava, ainda, na condição de sócio do clube, que o Flamengo me desse satisfação - afinal, em um momento tão especial, numa partida de previsível alta procura por ingressos, o mínimo que o departamento de comunicação poderia fazer era enviar um e-mail esclarecendo como se daria a venda para todos os Rubro-Negros interessados, mas isso não aconteceu.

O resultado é que só soube da venda iniciada na manhã de ontem, segunda-feira; e mesmo se conseguisse comprar pela internet meu ingresso, não o conseguiria retirar antecipadamente, já que trabalho no Centro de 10h às 19h, e a retirada na Gávea aconteceu de 10h às 17h.

Faz algum sentido para você, torcedor, que não haja pontos de retirada em todas as zonas da cidade, sobretudo no centro do Rio de Janeiro? Pra mim, nenhum. E, por favor, não me venham em falar em "retirada na bilheteria" no ano de 2013, com todas as possibilidades melhores e plenamente realizáveis.

Mas essa foi só a primeira forma para justificar a minha não-ida ao Maracanã amanhã. A outra é um pouco mais curta, porém muito mais completa: eu não sou sócio-torcedor do Flamengo. Hoje, sócio-torcedor do Flamengo não apenas compra ingressos com prioridade, como também tem à disposição muito mais pontos de troca para tê-los em mãos.

Nunca vi um Rubro-Negro torcer contra o projeto de sócio-torcedor do Flamengo, a começar por mim. Quero mais que decole, que arrebente, que seja o que deve ser: o mais popular do mundo; no entanto, muito antes de qualquer projeto, vem o Flamengo. E falar de Flamengo é pensar numa massa muito maior. Por isso é que ser comandante do Flamengo exige pensar não em um grupo de beneficiados por um título social ou um projeto de sócio-torcedor, mas numa Nação de 40 milhões. É ser democrático por essência e inclusivo por obrigação.

Ao mesmo tempo que amo o Flamengo, odeio toda forma de coação; e, hoje, me sinto vítima de uma. Percebo que o Flamengo está usando como estratégia de adesão ao plano não as vantagens que ele oferece, mas impôr desvantagens a quem não é sócio-torcedor como caminho para aumentar a sua base. É evidente que o Nação Rubro-Negra precisa ter benefícios exclusivos; mas daí a ser o único caminho para um torcedor obter seu ingresso de forma mais conveniente vai uma séria distância.

Não tenho qualquer intenção de mudar a sua opinião quanto a nada, nem imagino que a direção do Flamengo vá passar os olhos por esse texto, quanto mais ter outra conduta no projeto. Só peço para que você não se engane na interpretação do que leu: este é um relato de alguém incomodado com algo muito maior do que a frustração de não poder ir a um jogo. Aliás, vai muito além da indignação de um só, mas de uma boa parte da Nação que acostumou-se a fazer parte de uma grande festa: a de um clube nascido e fortalecido pela característica de ser de todos.

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