Google+ Mil Vezes Flamengo: A conquista da Liga das Américas de nosso basquete e as fichas do Wallace

segunda-feira, 24 de março de 2014

A conquista da Liga das Américas de nosso basquete e as fichas do Wallace

Como se já não fosse suficiente a imensa alegria proporcionada pelo time de basquete do Flamengo pela conquista invicta do inédito título da Liga das Américas, outra coisa muito especial aconteceu na noite de sábado no Maracanãzinho. E foi graças a presença de Wallace como testemunha ocular de toda aquela festa - o que o levou a fazer um contundente post em seu Instagram, que eu já tinha incluído no post do jogo, mas que faço questão de repetir abaixo:


























Eu tenho a seguinte teoria: mais do que um relato notável, este texto revela e comprova que, na noite da conquista da Liga das Américas, nosso zagueiro viveu uma experiência inédita e positivamente perturbadora. Sendo ainda mais claro: naquele jogo de sábado, várias, várias fichas caíram ao mesmo tempo para Wallace. Como e por quê?

Pense só: o cara é atleta do esporte mais importante do Flamengo. Integrante do time que carrega nossas mais altas expectativas, mesmo que nem sempre elas se justifiquem tecnicamente falando. Agora, guarde isso.

Na minha época de jornalista esportivo, me lembro de ter ouvido de um colega a seguinte frase: "uma coisa é ser atleta; a outra é ser jogador de futebol". Está claro o que o autor deste pensamento quis dizer. Basta comparar em média o quanto um velocista, um judoca, um nadador, um jogador de basquete treina em termos de horas versus o tempo de treinamento de um boleiro. Se pusermos em perspectiva o fator salarial, então...  Nem mesmo precisamos saber claramente de números para, no mínimo, apostar na desproporção do que um jogador de futebol ganha versus os rendimentos de um atleta de outro esporte. Pior ainda é pensarmos que, no Brasil, qualquer jogador medíocre de um time grande certamente ganha bem mais do que muitos craques e destaques de outros esportes.

Não é que isso tudo seja exatamente novidade para alguém, quanto mais para Wallace. Mas "cair a ficha" diz respeito não à razão, mas sim ao ato de se dar conta de verdade. É quando a razão e a emoção se fundem, causando, como disse lá no início do texto, uma experiência realmente transformadora. Diante de Wallace, na noite de sábado, estavam atletas igualmente Rubro-Negros, mas que provavelmente ganham muito menos do que ele e do que a maioria de seus colegas de time, mesmo que, tecnicamente falando, o grupo do basquete seja muito, muito superior ao do futebol.

Então, lá vou eu num exercício de "Quero Ser John Malkovich" e entrar na cabeça de Wallace às 23h de sábado: "Esses caras ganham menos, mas jogam pra cacete. E não apenas são melhores do que nosso grupo, mas todos se dedicam enlouquecidamente em cada lance - e isso porque jogaram a semifinal ontem! Enquanto isso, nosso time joga na quarta, volta a jogar no sábado ou domingo, e alguns de nós rendem muito pouco, se arrastando em campo... Cansaço? Mas cansaço MESMO? Não sei".

E aí vem a pergunta final, de Wallace para Wallace: "Será que poderíamos ser melhores do que somos, do jeito que esses caras tentam ser melhores do que são, fisica e tecnicamente falando... e, de fato, conseguem?"

Sei que eu posso estar numa imensa viagem; mas quando eu leio de Wallace "se eu queria vencer no Mengão, hoje eu quero muito mais" num post feito após uma atuação espetacular de um time campeão invicto de um torneio de alto nível, e depois do autor desta frase ter visto in loco uma incrível sinergia entre este time e uma torcida que joga junto com ele não apenas por ser o Flamengo em quadra, mas também por saber o quanto os caras merecem, olha...

Resumindo, eu só acho que Wallace entendeu que ele e seus colegas de futebol podem e devem querer ser mais merecedores do Flamengo e da Nação. Podem e devem querer ser mais atletas, mais competentes, mais técnicos, mais sérios e, ao mesmo tempo, mais emotivos; e que, se de fato se esforçarem verdadeiramente, serão melhores a cada partida e, assim, merecedores de melhores dias e maiores glórias.

É, eu posso estar viajando. Mas não acho que esteja não. Wallace e suas palavras não me deixam pensar o contrário.

E quer saber? Se eu estiver certo, e se nosso zagueiro, que já vem se esforçando e rendendo bem, resolver se dedicar ainda mais e transformar essas palavras em atos, acho que, em pouco tempo, a braçadeira de capitão do time de futebol do Flamengo terá um novo dono. Um proprietário escolhido do jeito que deve ser, e da forma com que esse inspirador time de basquete alcança suas vitórias e títulos: por merecimento real e puro. E assim, que as palavras de Wallace sejam, junto a seus colegas, tão inspiradoras como foi para ele aquela mágica noite de sábado. 

6 comentários:

  1. Muito bacana o post. Além disso, parece que o basquete mexeu com mais gente no grupo. Digo isso pelo gesto bacana que o Alecssandro fez hoje, em homenagem ao basquete.

    Os boleiros assistiram ontem e deveriam ir mais vezes, assim como o pessoal do basquete está sempre presente nos jogos de Futebol.

    Saudações Rubro-Negras.

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  2. Concordo com vc, Carlão! Acredito tb que o Wallace pode ter escrito isso para mexer com alguns jogadores do próprio grupo, para que se mobilizem mais do que vem mobilizando. Falta entrarmos em campo na Libertadores e o Wallace sabe que a motivação extra pode ajudar o Flamengo nessa hora. Se continuar assim, tb acredito que a faixa de capitão é questão de tempo.

    Bjs querido!

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    1. Será, Dani? Acho que você pode estar certa sim... Tomara que as palavras de Wallace tenham ecoado entre seus companheiros. ;) Beijo grande e valeu o prestígio da leitura!

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  3. Bacana o texto cara!
    Acredito que o fato do Wallace ser um cara que goste de leitura, possa explicar essa visão de mundo, diferentemente da maioria dos jogadores que nem concordancia nominal conseguem empregar. Abraços. Rogério

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    1. Rogério, é de fato um diferencial. Na verdade, acho que é por ser um cara diferenciado é que ele curte ler... Mas, enfim, o que importa mesmo é o que ele sentiu; e eu acredito para valer na sinceridade do relato. ;) Abração e Saudações Rubro-Negras!

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  4. Concordo plenamente, Thiago. O time de basquete é realmente exemplar - sobretudo para os nossos jogadores de futebol. ;) Abração e Saudações Rubro-Negras!

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