Google+ Mil Vezes Flamengo: Flamengo 2 x 2 Bolívar: não pode!

quinta-feira, 13 de março de 2014

Flamengo 2 x 2 Bolívar: não pode!

Éverton balançou as redes duas vezes, mas não teve vitória


Uma pergunta retórica e uma verdade pesada como chumbo: o Flamengo quer ser campeão da Libertadores? Pois, se quer, não pode de forma alguma, jogando em casa e diante de bom público, não vencer este timeco do Bolívar. E é daí que vem toda a frustração que conduziu mais de 40 mil Rubro-Negros presentes ao Maracanã às suas respectivas casas após o fiasco que vivemos na noite desta quarta.

Tudo bem que tivemos os expressivos desfalques de André Santos e (sobretudo) o de Léo Moura, mas nada justifica a burocracia e a lentidão que marcaram o time, especialmente no primeiro tempo. Junto a elas, o nervosismo. O mesmo nervosismo do primeiro tempo do jogo contra o Emelec; só que, se naquela partida tínhamos nosso camisa 2 para pôr a bola pra rolar e assentar os ânimos, e desta vez tínhamos Léo. Ele que é bom jogador, hoje, infelizmente foi o pior em campo, visivelmente nervoso e errando acima do permitido. Ele e o fraco João Paulo não jogaram 1/3 da bola dos seus respectivos correspondentes titulares. Outro que errou quase tudo o que tentou foi o moroso Elano...

A verdade é que poucos se salvavam. Entre eles, a boa dupla Wallace e Samir, e o monstro Cáceres. E ao falar do paraguaio, duas coisas completamente diferentes: 1ª) O cara está pondo a alma em cada lance, vivendo sua melhor fase com o Manto, suando sangue e sendo reconhecido por isso, e méritos totais e justíssimos por isso; 2ª) Ter Cáceres como um dos destaques do Flamengo é um símbolo do quão fraco tecnicamente anda nosso time.

No segundo tempo, Jayme resolveu atender o clamor telepático coletivo da Nação e pôr mais velocidade em campo, tirando um apavorado Léo para um animado Paulinho - que, ofensivamente, foi bem, mas defensivamente, foi de razoável para mal. E lá pelo lado dele, o direito, mas num tropeço (literal) de Wallace, inesperadamente surgiu o gol boliviano...

Instantes depois, foi a vez de Alecsandro ir a campo no lugar do moroso Elano. Com um time um tiquinho mais rápido e animado, Éverton encontrou dois gols e nos deu a virada. E aí é que eu acho que o Flamengo, embalado pela torcida, não conseguiu aproveitar os 10 eufóricos minutos que se sucederam ao segundo gol para matar a partida num terceiro. Pelo contrário: numa falha tenebrosa de marcação de João Paulo, amargamos o empate.

A história da lastimável partida, basicamente, é essa. Mas o que importa, o que importa mesmo, é que não pode. Não pode uma porrada de coisa.

Não pode ter João Paulo cobrando falta. De preferência, não poderia ter João Paulo. Mas se tem, não vamos tentar fazer com que um cara que nunca fez um gol de falta queira quebrar o tabu numa Libertadores. Não pode não ter o Mugni no banco e ter o inaceitável Cadu. Não pode, como meu amigo Tozza bem observou, em plena disputa de Libertadores arriscar a saúde de um jogador tão importante quanto o Léo Moura numa Taça Guanabara chinfrim contra um Botafogo reserva.

Cadu? Ah, mas esse não pode mesmo.

Não pode ter nervosismo jogando contra um timeco e tendo uma multidão a seu favor, ainda que dois dos mais experientes jogadores Rubro-Negros não tenham ido a campo...

Não pode Elano se arrastar. Não dá para Jayme bancá-lo como o "Renato Abreu branco", sendo nada mais do que um kicker, mero cobrador de faltas. Não podem laterais insistirem em não abrir para darem opções ofensivas. Eles e os atacantes não podem deixar de se movimentar para dar alternativas aos meias. Os meias, por sua vez, na ausência de condições pelos flancos, não podem deixar de ao menos tentar enfiadas para os homens de frente ou de partirem eles mesmos pelo meio para tentar conclusões.

De novo: não pode enfrentar um fraco Bolívar com excesso de respeito, que se traduza em tensão. Não pode essa tensão converter-se em burocracia.

Não pode, ah, não pode o Flamengo perder dois pontos para o Bolívar em casa. Não, não pode.

Não pode, Flamengo.

* * *

Agora é pegar os três pontos que eram para acontecer nesta quarta no jogo contra o mesmo Bolívar, na altitude de La Paz. Impossível? Nada. Ainda mais contra essa baba.

* * *

Sobre fair play, eu só acho que deve ser aplicado a times que não fazem cera - ou seja, que praticam fair play e, por isso mesmo, são merecedores de receber esse tipo de atitude. Ou simular contusão é algo menos antidesportivo do que não devolver bola num lateral?

* * *

Ainda sobre o que não pode, não dá para a diretoria prometer jogadores de peso caso nos classificássemos para a Libertadores e termos esse elenco tão limitado.

Veja bem: é preciso sinceridade. Despretensiosamente conquistamos um título de Copa do Brasil e fomos parar na Libertadores, mas não há grana para montarmos um time para nos sagrarmos bicampeões do Torneio? Nada ficaria contra este "Jogo da Verdade", caso rolasse. Só não pode deixar a galera sonhando com um time melhor e, além de não o termos, lamentarmos a ausência do melhor jogador da temporada passada...

* * *

Que nada grave tenha acontecido com Cáceres. Precisamos dele e desta raça que ele vem demonstrando jogo a jogo.

* * *

Samir, por que você não cobrou aquela falta, meu filho?

* * *

Na altitude, conversando com amigos após o jogo, muitos opinaram que Flamengo poderia ir de três zagueiros. Eu acho que poderia dar um caldo.

* * *

Ah, eu também iria de Paulinho titular no jogo que vem, contra o mesmo Bolívar.

* * *

Hernane também não foi bem. Esperamos que a broca volte a funcionar nas duas novas visitas.

* * *

Comprovado: ao vivo, o novo Manto nº2 é muito mais bonito. Melhor assim.

* * *

Vamos, Flamengo! Só acaba quando termina. ;)

Nenhum comentário:

Postar um comentário