Google+ Mil Vezes Flamengo: Flamengo 4 x 2 Palmeiras: o poder do óbvio

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Flamengo 4 x 2 Palmeiras: o poder do óbvio

Crédito: blog Flamengo Até Morrer



















As obviedades são agressivas. Não perdoam. Não têm o menor pudor de contrariar as palavras, por mais bem escritas ou faladas que possam ser. As obviedades atropelam a retórica, podendo dilacerar as justificativas como quem passa uma serra elétrica sobre um travesseiro de penas.

Se os fatos são mais fortes do que o verbo, as obviedades são fatos ainda mais pungentes, fortes, aniquiladores por essência.

Quem viu Flamengo x Palmeiras teve que dar de cara com as obviedades, não importando se elas confirmavam o sentimento de quem as via desfilar no gramado do Maracanã ou se contrariavam definitivamente pensamentos que resistiam no sentido oposto. 




Nada importa diante das obviedades que se colocam diante de nós. E as duas que vi, hoje, por poucas que sejam, têm a força de um Tyson socando um Iranildo. São elas:

1ª) Jayme não pode mais ser técnico do Flamengo. Não que eu ainda não tivesse visto isso, pois há tempos já venho falando disso. Mas hoje o bagulho foi tenebrosamente caprichado. A estapafúrdia escalação com que iniciamos a partida não demorou muito em confirmar-se parte de uma das quizumbas mais catastróficas já vistas num campo de partida Rubro-Negra em termos de arrumação. De organizado mesmo, a única coisa que tínhamos era Felipe no gol, Wallace no setor defensivo pela direita e Samir pela esquerda. De resto, era uma zona inexplicável para um time que teve uma semana para treinar. Era um carrossel holandês às avessas, cuja tônica era gente estando em lugares do campo em que não deviam estar. Parecia que aquele time do Flamengo era composto por estranhos que nunca haviam se visto e que, por obra do acaso, foram postos para jogar juntos num campinho na zona norte do Rio em plena tarde dominical. Um desastre, um inferno de Dante em matéria de futebol mal jogado. Tanto que, boa jogada do Nixon pela direita à parte, o gol do Paulinho foi um achado em tamanho desnorteamento coletivo, destoando em meio ao caos reinante.

2ª) Lucas Mugni simplesmente não pode ficar de fora deste time. Seus dois toques, componentes fundamentais no segundo e terceiro gols do Flamengo, são obra de quem, no mínimo, enxerga o jogo como ele deve ser jogado por qualquer meia flamengo que vise o gol, a criação, a vitória. Tão belos quanto plenos de objetividade, são de autoria de um jogador que, diferentemente de alguns Rubro-Negros que leio online, sempre vejo atuar bem, visando o passe vertical, a jogada antiburocrática, verdadeiramente ofensiva. Entrou para mudar o jogo e, desde o apito inicial do segundo tempo, procurou a bola e pediu por ela, e dela extraiu um futebol inimaginável para o Flamengo perdido do primeiro tempo. Uma atuação excepcional, que constrangeria um técnico mediano que ousasse privá-lo de metade da partida; mas nosso simpático, pacato e querido Jayme - sem qualquer ironia -, infelizmente, está abaixo da linha da mediocridade.

Posso falar, ainda, do faro de gol de Alecsandro - que, verdade seja dita, iniciou com um chapéu lindo a jogada do terceiro gol -, da segurança implacável do garoto Samir, da clarividência sensacional de Wallace na trama/coautoria do gol derradeiro; mas, graves que são as tais obviedades, endosso, sublinho e agarro meus pensamentos na dupla acima citada. No que temos para o momento, pensando fundamentalmente no agora, são elas que me prendem aos sonhos e possibilidades melhores para o Flamengo neste Brasileirão. Sou delas refém; espero, o Flamengo, idem.

* * * 

A renda me agradou, mas o público... A diretoria do Flamengo deve encarar como desafio casar a necessidade de fazer dinheiro com a bilheteria e a obrigação moral de proporcionar uma oferta socialmente plural junto à Nação. Precisamos ter a presença de público de todas as camadas socioeconômicas. Foi desta forma que nos tornamos o que somos; e me recuso a acreditar em que isso seja inviável do ponto de vista financeiro.

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No intervalo, muito se falou da entrevista contundente dada por Wallace antes de ir pro vestiário. Não a vi, mas a braçadeira para nosso zagueiro se parece uma nova obviedade a se revelar.

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Partida apagada de Luiz Antonio. Vagalume até quando?

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O Flamengo do primeiro tempo perde o Fla x Flu; o do segundo, ganha fácil. Quero ver qual veremos no domingo que vem.

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Não nos iludamos: seguimos precisando de um meia criativo, de um atacante de ponta e de um volante, para falar de urgências. Isso sem mencionar, claro, a tal da primeira obviedade lá de cima. Pra ontem!

4 comentários:

  1. Incrível falar tão mal assim de um técnico que deu 2 títulos ao Flamengo em menos de cinco meses e praticamente com o mesmo elenco. Não tem nada de óbvio em lugar nenhum, tá me parecendo pinima mesmo.

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  2. Muito bom o texto, só queria adicionar que também precisamos de outro lateral esquerdo pois o André Santos além se cansar rápido é mestre em tomar cartões bobos e deixar o time em dificuldades.
    Quanto a torcida acho que seria válido os diretores entrarem em acordo com o consórcio Maracanã para criar uma área mais barata, como acontece no estádio do Bayer (se não me engano) e acho que até na arena Fonte Nova.
    No mais vamos torcer para Jayme ou se algo mudar outro técnico dê a Lucas uma sequência e que nessa sequência a torcida tenha paciência pois haverá oscilações do garoto.

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  3. Fico pensando qual seria o técnico ideal para o Flamengo na atualidade, temos um técnico que erra como todos erram, mas que enxerga os erros e tenta consertá-los. Já colocamos técnicos da seleção, promessas e consagrados e todos tiveram suas falhas.

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  4. Quanto ao Jayme, agradecemos a ele pelos títulos mas é sabido e visto por nós que:
    - No título da Copa do Brasil ele pegou um time quase pronto e jogadores que após a saída do Mano Menezes se uniram para provar que eram melhores, mas de uma vez eles falaram isso em entrevistas. Ainda na Copa do Brasil e campeonato brasileiro do ano passado vimos Jayme mexer muito mal na equipe durante os jogos e não perdemos alguns jogos por sorte mesmo.
    - No título carioca desse ano começamos bem com o time misto, mas na reta final vimos o time se perder e não jogar bem especialmente nos 2 jogos da final, não jogou bem porque ele não da sequencia a um esquema bem definido, jogadores e não tem variações táticas. No jogo da final o Mugni que tinha ido bem na semi-final sequer ficou no banco, Erazo que teve atuações abaixo das de Wellington entrou em campo. Ou seja onde esta o critério dele na hora de escalar? No FlaxFlu que perdemos ele mudou o time em todos os setores para a entrada de jogadores que não vinham jogado em detrimento aos que estavam mais entrosados, o resultado agente viu com direito a queimar ainda mais o Erazo.
    Na libertadores além da falta de critério falou saídas táticas, o time perdeu laterais e em nenhum jogo ele apostou num 3-5-2, buscou improvisações nas laterais. No jogo contra o Emelec ele improvisou o Wellington na lateral e no 2o tempo mesmo vendo o cara exaurido em campo tirou o Muralha para lançar o Recife (que não tinha ido bem no jogo anterior do carioca), resultado Recife errou 2 vezes seguidas, Wellington morto em campo caiu em cima do adversário e pênalti.

    Não estamos aqui para dizer que o Jayme é o pior técnico do mundo e sim que ele tem demonstrado que perdeu o fio da meada, não consegue encaixar um esquema nem variações e fica muitas vezes inventando escalações que fazem o time jogar muito mal.
    Obrigado Jayme mas talvez esteja na hora de você ser redirecionado para outro cargo no Flamengo.

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