Google+ Mil Vezes Flamengo: Flamengo 0 x 3 Cruzeiro - Um time inexplicavelmente "confortável"

domingo, 1 de junho de 2014

Flamengo 0 x 3 Cruzeiro - Um time inexplicavelmente "confortável"

Em um cenário de fracasso, eu entendo diversas razões para explicá-lo.

Eu entendo limitação técnica, por exemplo. Se o jogador tá no clube é porque o clube o contratou, confiando em sua capacidade. Mas aí chega a hora de mostrar serviço e o cara se mostra incompetente. Não sabe chutar como deveria, marcar como deveria. Pode ter sido incompetência na avaliação, equívoco de quem o pôs lá, uma aposta errada ou mesmo a camisa ter pesado no sujeito - afinal, quantos bons jogadores em outros clubes não vimos render  o mesmo ao vir para o Flamengo?

Também entendo limitação física. Jogador precisa ter gente em cima. Profissionais de qualidade, zelando para que estejam em bom condicionamento - um trabalho aliado a nutricionistas e psicólogos. Enfim, o jogador não deve estar sozinho nessa não. O clube não pode deixar por conta dele, e pronto; tanto é que, quando não cuida, a regra é o sujeito não aguentar jogar.

Agora, uma razão com a qual eu nunca vou entender, sequer concordar, é falta de vontade. Não quando se recebe em dia. Não quando se tem a chance de defender o clube de maior torcida do mundo. Não no FLAMENGO. Ah, mas não mesmo.

Depois de mais esse vexame, dessa lavada que tomamos do Cruzeiro, muito mais embaraçoso do que termos jogadores limitadíssimos e mal condicionados é a falta de brio, de vontade, de vergonha na cara desse grupo, que recebe passivamente a derrota com uma tranquilidade apavorante.

Recentemente, eu tive o privilégio de ver uma palestra do Paulo Storani, ex-comandante do Bope e consultor do cineasta José Padilha no aclamado "Tropa de Elite". E, dentre as várias coisas que disse, uma me chamou bastante a atenção. Storani disse que os oficiais do Bope lidam o tempo todo com uma situação de desconforto. Segundo ele, o desconforto move a equipe a ir adiante, a fazer melhor, a não relaxar. A lutar até o fim.

O Flamengo que se prostra na rabeira da tabela do Brasileirão na pausa para a Copa do Mundo é um time que se sente extremamente confortável - tanto que sairá em (nada merecidas) férias. E eu pergunto: qual a causa desse conforto?

A resposta é óbvia. A versão completa não cabe num texto apenas; porém, é tão flagrante que relatá-la é quase uma afronta à inteligência de todos nós. Mas eu vou tentar resumir em uma frase: falta coletiva de vergonha da cara - e inclua nesse grupo a diretoria de futebol que permite essa situação inaceitável.

Veja bem: eu sou apenas mais um integrante da Nação. Sócio do clube, sócio torcedor, sem qualquer poder no Flamengo. Mas se eu fosse dirigente do futebol do Flamengo e torcedor do clube, eu estaria muito envergonhado; e, de tão avexado que estaria, e para não falar nas necessárias diversas contratações a serem feitas, só sossegaria enquanto esses jogadores, perebices e condicionamentos físicos à parte, estivessem, jogo após jogo, treino após treino, mostrando a determinação de quem, mesmo sem saber como vencer, nitidamente o quer.

Ou faria isso ou pediria para sair.

* * *

Se o grupo tivesse consciência do papelão que tem feito, auto-revogava suas férias. Mas ninguém aqui espera isso dessa galera, né?

Pelo contrário, espero e vou esperar sempre atitude de gente que se diz bem formada, bem capacitada, bem preparada - tanto que não hesitou em pôr isso como vantagens para se eleger.

Fato que o clube vai bem em diversas esferas, mas no marketing, na comunicação e futebol é uma tragédia. E cadê os mandatários para fazerem valer a meritocracia, marca de gestões contemporâneas de sucesso?

Flamengo precisa separar, em seu próprio corpo diretor, o joio do trigo. Ao não agir desta forma, só faz reforçar aquela frase: "Se você não é parte da solução, é parte do problema". E quem faz parte do problema, seja no campo ou no escritório, tem que sair do Flamengo imediatamente.

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