Google+ Mil Vezes Flamengo: Flamengo 3 x 0 Coritiba - fomos e fizemos!

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Flamengo 3 x 0 Coritiba - fomos e fizemos!
















"Ele não sabia que era impossível, foi lá e fez". A julgar por sua famosa frase, Jean Cocteau, famoso poeta, dramaturgo, ator e cineasta francês que viveu entre 1889 e 1963, assistiu a um jogo do Flamengo em sua época em circunstâncias para nós muito parecidas com as da histórica partida desta noite de quarta. Neste segundo confronto com o Coritiba, o que fizemos foi muito, muito além da reversão de um placar complicado.

Há jogos na existência do Flamengo em que a Nação, sabendo aonde chegará, simplesmente parece ignorar o "como". Pela qualidade do nosso jogo coletivo, pela aridez do meio campo, pela fragilidade de nosso ataque, faz todo sentido; mas então, por que não apenas vislumbrávamos a classificação, como muitos de nós sabiam desde sempre que ela chegaria?

O Flamengo deste momento, como disse, não tem um futebol que encanta; mas possui algo que faz metade de nossa torcida perder palavras para tentar uma explicação e a outra metade poder ficar dias e dias nela - como acontece com todo tema nessa vida que é ao mesmo tempo mágico, especial, poderosamente abrangente.

Para que esse algo se manifestasse ontem, bastou o Flamengo voltar a acreditar no certo. Voltar a respeitar a Copa do Brasil e, acima de tudo, a louvar a si mesmo e a tradição de querer a vitória até mesmo no cara ou coroa. Honrar a vocação marcada de forma implacável em nosso hino: "Vencer, vencer, vencer". Querer em todos os sentidos. Querer de verdade.

A noite desta quarta feira foi mais uma daquelas em que os jogadores do Flamengo no Maracanã - no caso de ontem, 18.011 - se recusariam a abandonar o campo de jogo sem a classificação. Mesmo sem saber o caminho, chegaríamos. E chegamos.

"E agora? Para onde irão?". Essas não são questões minhas, tampouco suas. Quem questiona o Flamengo desta forma são os outros, pois nós sabemos exatamente aonde queremos e conseguimos ir. E pobres dos que duvidam pois, além de não serem Flamengo, eles certamente não viram o momento histórico que ontem vivemos para seguirem incrédulos.

É, Cocteau: fomos lá e fizemos. Mais uma vez.

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Paulo Victor, o melhor do jogo. Seguro nas saídas do gol, importantíssimo num chute de Zé Love quando já estávamos 3 a 0, fundamental na disputa de pênaltis. Nunca gostei dele como goleiro, mas não sou idiota de brigar contra os fatos, sobretudo quando eles beneficiam o Flamengo; e a evolução dele é evidente e digna de aplauso.

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Luxemburgo não pôs Léo Moura e Éverton de início? Duas fatalidades se encarregaram de levá-los ao campo. Não era para ser assim, e nenhum torcedor de mente e coração razoáveis desejam que seja desta forma; mas estranhamente curioso como até mesmo o destino discorda dessa história de time misto.

Por falar nisso, acho que agora o nosso treinador aprendeu de vez. Lição maior que a destes dois jogos contra o Coritiba ele não terá.

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O Flamengo é mesmo muito doido. Quando quero criticar o Recife por ter jogado muito mal, aí lembro que foi dele o lançamento para a bela jogada de Éverton na esquerda que culminou no gol de Eduardo, e me calo; quando lembro do pouco que fez Alecsandro com a bola rolando, penso nos dois pênalti por ele convertidos no tempo normal, e deixo para lá...

Totalmente ruim, apenas Paulinho, que bem que poderia usar sua velocidade para achar rapidamente o futebol que esqueceu em 2013.

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Sobre os pênaltis, achei os dois legítimos. E se o seu amiguinho arcoíris encher muito o saco quanto ao segundo - de fato, polêmico -, mande-o ver o do primeiro jogo, marcado a favor do Coritiba e também controverso pra caramba. Ah, e o agradeça por mais um recibo passado.

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Cena carioca das melhores: após o jogo, no metrô, estou eu voltando para casa. Ao se aproximar da estação Flamengo, o condutor do trem abre o microfone e, eufórico, comunica aos passageiros:

- Próxima estação: MENGÃAAAO!

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Para encerrar tratando das coisas difíceis de serem definidas, é bastante complicado explicar o que é ser Flamengo. E é por isso que, muitas vezes, me contento em dizer apenas: é bom demais.

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