Google+ Mil Vezes Flamengo: Jorge Sampaoli e a volta da tradição em romper com o tradicional

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Jorge Sampaoli e a volta da tradição em romper com o tradicional

Três notícias boas em um parágrafo só: o Flamengo parece ter cansado em definitivo de Joel, desistido da estapafúrdia ideia de trazer Dunga e começado a se movimentar para contratar Jorge Sampaoli, da LaU. Que tal?

Eu comecei a prestar um pouquinho mais de atenção no time da Universidad de Chile naquela nosso fatídico encontro com os caras na Libertadores de 2010 que resultou em nossa eliminação. Nosso adversário nos eliminou jogando uma bela bola, que veio a se tornar ainda mais redonda um ano depois, levando o time a ganhar o apelido de "Barcelona das Américas". Exagerado? Guardadas as proporções, não achei não. E por trás daquele time lá estava Sampaoli.

O fato de querer vê-lo dirigindo nosso time, claro, tem justificativa maior pelo fato de ser um técnico que claramente admira o futebol ofensivo, objetivo e rápido, características que infelizmente pouco têm a ver com o Flamengo dos últimos tempos. Pelo contrário: o Fla do Joel - e, sejamos justos, do Luxa - era/é um Flamengo de pouco ímpeto, de ousadia tendendo a zero, de um compromisso chato e inadequado com a burocracia e o conservadorismo. E o que essa última palavra tem a ver com o Flamengo, ou ao menos deveria ter a ver? O Flamengo tornou-se conservador e aí passou a jogar um futebol pouco ofensivo ou foi esse futebol feijão com arroz sem tempero que o tornou conservador?

Melhor do que responder essas perguntas tostinescas é achar uma forma de não tê-las pela frente. E Sampaoli me parece ser a solução para os dois problemas: além de ser um estímulo à volta do bom futebol à Gávea, é também um belo passo para a inovação. Ou melhor: para fazer o futebol do Flamengo retomar seu compromisso com ela, firmado desde 1912, quando um grupo de inconformados resolveu criá-lo. Certeza de que Sampaoli irá honrar essa nossa "tradição contra o tradicional" infelizmente esquecida. E o futebol criativo jogado por seu time fala por ele, e ponto.

Agora, curioso e engraçado - para ser generoso - é ver a imprensa apontar características de Sampaoli como se fossem possíveis "pontos negativos". Dizem: "Ele é gringo e, portanto, desconhecedor do futebol brasileiro". E qual o problema nisso para um bom treinador? Zero. Contam que ele gosta de fechar treinamentos à imprensa? Espetacular! Ainda mais em se tratando de um clube sempre às voltas com os vazamentos de informações e em que fatos corriqueiros ganham dimensões galáticas. E o melhor: questionam Sampaoli por ser um amante de treinos táticos? E eu respondo com outra pergunta: é não é exatamente a ausência de tática uma das maiores carências do Flamengo?

Enfim, não há dúvidas: a negociação com Sampaoli é a melhor das notícias; agora, se confirmada a sua vinda, que ele tenha plenas condições de trabalhar. Em português curto e direto, o que quero dizer é: se houver patotinha fazendo corpo mole pra trabalhar com o cara, que seus responsáveis e envolvidos saiam da Gávea, sejam quais forem, doa a quem doer. Isso porque, desta vez, no banco haverá um cara verdadeiramente capaz de reconduzir o Flamengo ao seu real destino, que nada tem a ver com exibições monótonas, endeusamentos aos empates e conformismo com o papel de coadjuvante a que nos condicionamos tristemente nos últimos capítulos da história. O verdadeiro Flamengo arrisca, ousa, provoca e instiga tudo e todos, mas sobretudo na bola... e Sampaoli já provou que gosta disso. Portanto, que venha!

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