Google+ Mil Vezes Flamengo: A crença em Adriano e o Manto que se conquista

terça-feira, 14 de agosto de 2012

A crença em Adriano e o Manto que se conquista

O noticiário de começo de semana do Flamengo surgiu com uma afirmação de Adriano. Dizia ele que a camisa 10, temporariamente afastada da rouparia Rubro-Negra, já é dele. O que empolga muitos torcedores, confesso, não me anima. Tudo porque, penso, a Camisa 10 (assim mesmo, C maiúsculo) do Flamengo não é coisa que se exige, mas se mereço; e Adriano, antes de falar, precisa passar por dois crivos importantes para se habilitar a essa honraria.

O primeiro deles é se empenhar. Falando somente de tempo recente - portanto, não das épocas de queimaduras em lâmpadas de varanda, de tiros acidentais disparados por outros dentro de um carro e outras fábulas fantásticas repletas de "azares -, Adriano não tem sido exatamente a imagem do empenho, de quem quer a volta por cima. Outro dia mesmo li um comparativo entre a lesão do Adriano e a de Tenório, atacante dos vices, que são praticamente a mesma; só que o jogador deles, dedicado, já está de volta. Enquanto isso, Didico...

Bom, de novo: empenho. E isso significa seguir à risca a programação definida por fisioterapeutas e demais integrantes da equipe técnica, sem atrasos. Acha que ele consegue? Eu, não; mas só assim ele estaria apto a avançar ao segundo crivo: o do contrato de risco.

Por toda a sua trajetória, Adriano deveria ser compreensível o suficiente para ver que não é possível fazer um contrato nas vias normais. Afinal, a fase 2 da dedicação é justamente uma extensão da que foi apresentada na recuperação - ou seja, a linha mantida na reabilitação precisa ser preservada, se não de nada adiantou o esforço. E, uma vez que ele esteja seguro de que se manterá com boa conduta, não há o que temer um contrato nesses moldes. Pronto.

Dito isso tudo, por favor, não me leve a mal. Não pense que torço contra Adriano. Sou grato às diversas alegrias que ele já me proporcionou - sobretudo em 2009 - e sei muito bem que, minimamente em forma e motivado ele é um monstro; o problema é que eu não acho que ele possa encontrar essa vontade de verdade, capaz de levar uma rotina regrada em nome de dias melhores. Desculpe: esta minha forma de pensar é algo mais forte do que eu, simplesmente porque a tendência de Adriano aos deslizes parece ser mais forte do que ele.

Diz a História Rubro-Negra, de herois e feitos, que deve existir um longo, longo caminho entre um jogador e a Camisa 10. Uma trilha que, necessariamente, passa por talento e dedicação. Adriano, para mim, hoje, só guarda consigo metade desse caminho.

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