Google+ Mil Vezes Flamengo: Flamengo x Atlético-MG: nosso grande reencontro

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Flamengo x Atlético-MG: nosso grande reencontro

Está escrito mais um capítulo da trajetória vitoriosa do Flamengo nos embates contra o Atlético Mineiro. Algo que já sabíamos de antemão que só poderia acontecer se time e torcida se abençoassem, um ao outro, com o desejo cego de lutar sem trégua. E assim foi forjada uma vitória daquelas especiais, espetaculares, sobrenaturais. Uma conquista cuja origem certamente transcende o apito inicial.

Se é assim, seria possível, então, dizer que o duelo com o Atlético finalizado ontem, na verdade, começou a ser vencido no dia 31 de maio de 2012, data da covarde debandada das hostes Rubro-Negras daquele que é hoje, ao menos no papel, o principal jogador do time mineiro? Talvez.

Ou então, que tal afirmar que a vitória da noite desta quarta começou para valer naquele segundo tempo de Flamengo x Grêmio ocorrido no fim de semana retrasado quando, por um choque de não sei quantos decibéis e sentimentos da torcida, o time saltou de sua letargia para enfim jogar bola da forma Flamenga? Também é correto.

Pode haver, ainda, quem prefira dizer que começou no expressivo esgotamento dos 32 mil ingressos da partida, pequenos certificados que provavam o compromisso da massa Rubro-Negra em chamar o jogo também para si. Isso estaria errado? Não de todo. Porém, eu penso de outra forma.

Claro que não há verdade absoluta, mas a de cada um; e a minha é a de que a vitória do jogo de ontem começou a acontecer em 17 de novembro de 1895.

A missão de retomar a mística das reações Rubro-Negras somada a necessidade de ganhar mais três pontos e ao desfrute de poder explodir o rancor guardado por aquele que cometeu o pecado capital de trair a maior nação esportiva do planeta fez com que o Flamengo desta quarta-feira se tornasse algo muito, mas muito maior do que foi na maior parte deste campeonato: ser Flamengo de verdade. Algo que está lá, tatuado, fossilizado, impregnado em nossa essência. Algo em que não se consegue separar torcida e time, talento e vontade.

Como nosso próprio comandante afirmou, foi a primeira vitória realmente convincente do time no campeonato. Goleiro imponente, zagueiros mais atentos - à exceção de um único lance! - e volantes com sangue nos olhos, disputando cada jogada como a última de suas vidas, atacantes - enfim dois! - inspirados... E duas figuras que precisam ser nominalmente mencionadas: um sopro de criatividade no meio chamado Cleber Santana e um outro sujeito que, se seguir agarrando sua chance do jeito devido, pode se tornar uma referência de grandes esperanças de dias melhores: Wellington Silva.

Enfim, amigos, Ramons à parte, tivemos futebol. Como já disse, ao mesmo tempo um componente distinto da vitória mas misturado até a alma com a vontade. Sem ela, não há futebol bem jogado que se sustente - ou melhor, não no Flamengo. Com ela, cria-se uma sintonia inigualável entre os do gramado e os da arquibancada, nascida de uma força cuja essência é tão bem definida pela torcida Rubro-Negra, eterna também na sabedoria da simplicidade com três simples palavras: raça, amor e paixão. Ontem, lá estava ela, em apitos e vaias aos adversários, e palmas e gritos de apoio aos nossos. Lá estava ela.

Com a vontade e o futebol Rubro-Negros unidos, só me cabe repetir: a vitória deste Flamengo x Atlético Mineiro nasceu em 17 de novembro de 1895, data do Big Bang esportivo deste planeta. Dia em que o mundo conheceu o Flamengo, esta força tão espetacular mas que, curiosa e incrivelmente, de vez em quando consegue esquecer de si própria. Por quê? Não sei. Mas, otimista que sou, prefiro pensar que talvez o faça só para nos fascinar novamente (e como da primeira vez) quando se redescobre.

Aonde, em termos mais práticos, isso pode nos levar ainda em 2012? Não sei. Mas todos sabemos aonde sempre chegaremos se time e torcida, a cada nova batalha, viverem o prazer e o orgulho de serem Rubro-Negros.

Bom demais saber que o Flamengo voltou; e, com ele, essa imensa alegria. Sejam bem-vindos...e para não mais partir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário