Google+ Mil Vezes Flamengo: Flamengo 4 x 0 Botafogo: uma noite para não esquecer

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Flamengo 4 x 0 Botafogo: uma noite para não esquecer

O Maraca é nosso, mas é dele também, e muito. Viva Brocks!




















Bem melhor do que a chata (porém) sincera ladainha de que a falta de tempo faz desse blog algo quase abandonado é dizer que eu já sabia que esta quarta-feira seria abençoada, e se tornaria a ocasião perfeita para tirar a poeira em grande estilo. Em bem menos de 140 caracteres: o Flamengo de hoje foi avassalador. Sem espalhafato, sem gorduras, sem cerimônia. Calçou chuteira, e não salto alto; deu bico quando teve que bicar, correu o tempo todo, alimentou-se da vontade emanada pelas arquibancadas quase totalmente tomadas por Rubro-Negros; e o resultado disso tudo foi uma deliciosa goleada, incapaz de ser prevista pelo mais otimista de nossa torcida.

Foi um Flamengo de marcação, de lucidez, com o foco extremo que caracteriza boa parte dos grandes vencedores que conhecemos em todos os tempos e áreas. Um time que sabia ter diante de si um adversário que poderia complicar; mas ao mesmo tempo, graças a um evidente progresso mostrado nos últimos jogos e ao histórico recente de confrontos com o alvinegro, sabia ser possível vencer e se classificar; e um êxito na noite de hoje cairia como uma luva para fortalecer a confiança de todos. E se falei de vencedores, me dou o direito de citar Michael Jordan: nesta trajetória de um Flamengo que nem de longe prima pela quantidade e qualidade de talentos futebolísticos, este era um jogo para também separar homens de meninos. Ou, como citei no Twitter, embate para mostrar quem ali, no time repleto de Rubro-Negros de primeira temporada, tem condições de, num 2014 bem menos sufocado nas finanças e muito mais iluminado, seguir com o Manto sobre a pele.

Nessa separação de joio e trigo, e falando do primeiro, Cadu. Desastroso. Displicente. E o pior: nitidamente nervoso. Quem é Flamengo não pode medrar. Pode ser ruim tecnicamente até - a torcida tolera, e nossa história tem também heróis de qualidade futebolística discutível -, mas se omitir nunca, render-se jamais, e amarelar de jeito nenhum. Taí Mano Menezes pra provar. E Carlos Eduardo, se não pediu o boné, hoje levou ferro na prova de fogo - sem trocadilho aí. 

Felizmente, ele foi a exceção. A regra foi um time aplicado, destemido, que marcou o Botafogo sem perdão. Defensivamente, como já disse, mas repito com o maior prazer, o Flamengo foi dedicado e correto; e para a frente, contou com uma noite especialmente iluminada de dois jogadores: Paulinho e Hernane.

Difícil dizer quem foi o melhor. Tenho vontade de dizer que foi Paulinho, senhor absoluto da esquerda. Fechou as portas do flanco para o Botafogo, arrasou nas velozes e conscientes subidas ao ataque. Progredindo partida a partida, destacou-se ainda por justamente esbanjar personalidade em um jogo decisivo contra um adversário local e em pleno Maracanã. Já vi muito craque sentir o peso de toneladas no Manto em jogos como esse; para um cara que veio de Piracicaba, ele brilhou. 

Mas aí vem Hernane. E Hernane quer mais é me deixar na dúvida quanto ao destaque do jogo. Ele e seus três gols. Seu faro de bola na rede, inversamente proporcional à sua habilidade, mas totalmente ligado à sua humildade e dedicação. É mais um que não se ausenta. Sabe que não tem brilho natural, mas cria o seu à base de gols. Um monte deles. Pra encher o novo Maracanã, do qual é artilheiro, e ao qual presenteou três dos quatro da noite. Na dúvida - por que não? - fico mesmo com os dois. 

Para finalizar, Hernane só não fez o quarto porque teve humildade, gentileza e nobreza ao presentear o colega aniversariante da noite. Foi de Léo Moura, merecidamente, o quarto gol. Para fechar uma goleada histórica e mostrar que, neste 2013 em que teve muitas más atuações, há tempo ainda de evoluir. E quer saber? Ele está conseguindo, para a celebração de seus fãs e para felizmente calar seus críticos - como eu, inclusive. Para a alegria geral da Nação. 

Que noite. Que vitória. Uma classificação quase inusitada pela forma com que aconteceu mas que, da maneira certa, sabendo dosar empolgação sem que descambe em deslumbre, separando a goleada da enorme distância de um título - e sim, ela existe -, pode nos dar mais incríveis e saborosas improbabilidades nesta quase despedida de 2013. É manter a bola rolando, a cabeça erguida, o prazer de jogar junto com esse incrível 12º craque que temos nas arquibancadas e a seriedade vista nesse Flamengo x Botafogo que a magia pode se repetir. E há de acontecer novamente.

* * * 

Que alegria em ver Jayme brilhar. Não estou falando de talento técnico ou qualquer academicismo da bola, mas tão somente de ver o êxito de alguém que sabe o que é Flamengo por simplesmente ser Flamengo. Que venham muitas, muitas outras vitórias! Se forem como as de hoje, então...

Um comentário:

  1. Jogo perfeito ontem! Léo Moura também tem calado a minha boca, como evoluiu!! Cadu já deu, num jogo perfeito conseguiu destoar totalmente do time. abs e SRN.

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