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Antes de qualquer coisa, importante dizer que Bandeira não é um orador nato - ou pelo menos não daqueles "treinados". Nada de voz pronunciada e de gestos fortes. Pelo contrário. É um homem de fala mansa que, na histórica noite desta quinta, estava visivelmente comovido, precisando em várias vezes dar uma pausa entre uma palavra e outra para não deixar a voz embargar de vez e as lágrimas correrem. Mas, enfim, voltemos às palavras.
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Em seu corretíssimo discurso, me impressionou a forma competente com que ele conciliou o respeito a Patrícia Amorim (pelo simples fato de ter sido atleta e dirigente Rubro-Negra) com críticas contundentes e incisivas a gestão dela, embora formatadas com muita educação. Bandeira falou da inaceitável condição atual do Flamengo como mau pagador, um clube desgovernado, de baixíssima credibilidade no mercado; e que, por isso, garantiu que a principal meta de seu comando no Flamengo é resgatar a dignidade Rubro-Negra. Meu trecho favorito foi aquele em que ele afirmou que a dívida do Flamengo a ser equacionada não é apenas a financeira, mas também a ética e a moral. Não há dúvidas de que voltar ao topo passa necessariamente por essa grandiosa reabilitação.
A impressão que tive do que ouvi, creio ter sido a mesma da grande maioria dos presentes: tivemos diante de nós um homem apaixonadamente Rubro-Negro - que citou Nunes na final do Brasileiro de 1980 e relembrou seu sofrimento ao se preocupar com a possibilidade de uma segunda divisão - e profundamente comprometido a ponto de ter afirmado, de forma branda porém clara e direta, que que ele e seus colegas de gestão simplesmente não têm o direito de errar. Tudo isso dito, repito, em um tom brando, estando ele notadamente comovido, sem jamais perder o equilíbrio e a ponderação. Um homem de categoria plena, que um amigo conseguiu definir muito bem ao compará-lo a Carlinhos, eterno ídolo Rubro-Negro e técnico duas vezes campeão brasileiro (em 87 e 92).
Como costumo dizer, se vestiu Rubro-Negro, creio ser dever meu e de todos os torcedores apoiar; mas dar força a Eduardo Bandeira de Mello, a meu ver, vai ser um grande prazer. E, se tudo der certo, assim como foi com o Violino, com ele voltaremos novamente a vencer.
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